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22/11/2005 - 16h59

Petróleo e hidrelétricas terão papel menor na geração de energia

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PATRÍCIA ZIMMERMANN
da Folha Online, em Brasília

A participação do petróleo e derivados e também da fonte hídrica como geradora de energia deverão perder o fôlego nos próximos anos para dar lugar ao crescimento do gás natural, da cana-de-açúcar e também do carvão mineral no Brasil.

Considerando toda a energia produzida no país (incluindo desde geração elétrica até o uso de combustíveis líquidos), o petróleo e seus derivados deverão reduzir sua participação na matriz energética de 39,1% em 2004, para 32,7% em 2020, segundo estudo realizado pelos ministérios de Minas e Energia, Agricultura, Desenvolvimento e Ciência e Tecnologia.

Essa redução estaria relacionada principalmente à previsão de diminuição das reservas mundiais de petróleo e conseqüente elevação dos preços do produto. Segundo os técnicos responsáveis pelo documento, a situação se agrava em razão de as reservas mais importantes do produto estarem concentradas em poucas regiões do mundo.

Hidrelétrica esgotada

No caso da geração hidrelétrica, o secretário de Planejamento e Desenvolvimento Energético do Ministério de Minas e Energia, Márcio Pereira Zimmermann, disse à Folha Online que a tendência é a de que o potencial hidrelétrico comece a se esgotar entre 2020 e 2025 conforme os requisitos ambientais e sociais que a sociedade estabeleceu. Essa projeção considera um crescimento no consumo de energia no país da ordem de 4,9% a 5% ao ano.

A rigidez das regras ambientais fez com que o governo desistisse recentemente de colocar a construção de quatro usinas em licitação neste final de ano. Outros projetos ainda dependem da liberação ambiental para serem confirmados no leilão marcado para dezembro.

O gás natural, a cana-de-açúcar (produzindo álcool e também gerando energia) e ainda o carvão mineral aparecem como potenciais substitutos do petróleo e da hidroeletricidade.

O mesmo estudo sobre a matriz energética aponta para um crescimento da importância do gás natural para o país de 8,9% da energia consumida em 2004 para 14,1% em 2020.

A participação de produtos da cana-de-açúcar na matriz deverá subir de 13,5% em 2004 para 15% do total em 2020; o carvão mineral passará de 6,7% para 7,8%.

A tendência para o uso de urânio (combustível usado nas usinas térmicas nucleares) é de queda no cenário nacional de 1,5% para 0,7% no mesmo período. No caso da lenha, a estimativa é de estabilidade na participação da matriz, com 13,2% no ano passado e 13,3% em 2020.

As fontes de energia provenientes do setor agrícola (cana-de-açúcar e biodiesel), ou agroenergia, deverão acrescentar até 2020 cerca de 38 TWh (aproximadamente 5 mil MW médios de potência) na oferta de energia. Isso corresponde a aproximadamente 10% de expansão da energia disponível hoje no sistema interligado nacional.

Transportes

A substituição do uso de combustíveis também se dará de forma significativa no setor de transportes, que representa 29% de toda a energia consumida no país. A previsão é de queda no uso da gasolina e do diesel e alta para o álcool, GNV (gás veicular) e outros combustíveis, entre eles o biodiesel.

No caso da gasolina, que hoje responde por 23,99% da energia equivalente usada no setor de transportes, deverá cair para 21,30% em 2010, 20,23% em 2015 chegando a 19,98 % em 2020.

Para o diesel, que representa neste ano 52,64% do uso de energia no setor, a tendência ainda é de alta até 2010 (53,98%) e 2015 (53,06%). A tendência de queda deverá começar a se consolidar após a implantação completa do programa de biodiesel no país, que prevê a mistura gradual do produto ao diesel, atingindo 5% em 2013. Com isso, a estimativa do governo é a de que a participação do diesel caia para 50,24% em 2020.

Impulsionado pelo forte crescimento de veículos flex fuel (bicombustíveis), lançados em 2003, e pela constante alta do preço do petróleo no mercado internacional, a participação do álcool no mercado de transportes é ascendente, com 11,31% em 2005, 11,78% em 2010, 12,53% em 2015, chegando a 13,16% em 2020.

Já o gás natural veicular deverá elevar sua fatia do mercado dos atuais 2,41% para 2,77% em 2010, 3,06% em 2015 e 3,67% em 2020.

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