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28/11/2005
-
14h16
da Folha Online
O ministro da Economia da Argentina, Roberto Lavagna, deixou hoje o cargo. Ele será substituído por Felisa Miceli, a atual presidente do Banco de la Nación Argentina, o maior banco do país. Ela será a primeira mulher a assumir o cargo na Argentina.
A informação foi divulgada pelo chefe de gabinete do governo Néstor Kirchner, Alberto Fernández, durante entrevista na Casa Rosada. Segundo o site do jornal argentino "Clarín", Kirchner pediu para Lavagna deixar o cargo.
As divergências entre Kirchner e Lavagna são antigas. O ministro, que assumiu o governo durante a presidência de Eduardo Duhalde, em 2002, tinha, no entanto, forte apoio da opinião pública.
Durante sua gestão, Lavagna conseguiu que a economia da Argentina interrompesse uma série de vários anos de encolhimento e passasse a registrar um crescimento vigoroso. Para este ano, a previsão de expansão do PIB (Produto Interno Bruto) alcança 8%.
Coube também a Lavagna a espinhosa missão de renegociar a dívida argentina, processo encerrado no começo deste ano. O ministro conseguiu convencer 76% dos credores da dívida a aceitar descontos de quase 75% no valor de face dos papéis.
Bastante discreto, Lavagna tinha, no entanto, uma personalidade bastante diferente do presidente Kirchner, conhecido por atos mais intempestivos.
A relação entre os dois começou a se deteriorar mais seriamente nas últimas semanas devido às dificuldades encontradas pelo Ministério da Economia em conter a inflação.
O país estipulou uma meta de 10,5% para este ano, mas analistas estimam que a inflação deverá superar esse índice.
Kirchner tem jogado duro com os empresários devido ao reajuste de preços, mas Lavagna não declara apoio a suas críticas.
Além da diferença de estilo, caiu mal dentro do governo o pouco apoio político dado por Lavagna a candidatos ligados a Kirchner nas eleições legislativas realizadas em outubro.
Também alimentou as divergências com o presidente denúncias feitas por Lavagna contra cartéis formados por empresas de construção, bastante ligadas a obras públicas. As suspeitas levantadas pelo ministro geraram o descontentamento do ministro do Planejamento, Julio De Vido, que planeja essas obras e permanece muito próximo de Kirchner.
Kirchner também anunciou hoje outras mudanças em seu gabinete: Jorge Taiana vai assumir o Ministério das Relações Exteriores no lugar de Rafael Bielsa, Juan Carlos Nadalich ocupará o Ministério do Desenvolvimento Social em substituição a Alicia Kirchner e Nilda Garré fica com a vaga de José Pampuro no comando do Ministério da Defesa.
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O ministro da Economia da Argentina, Roberto Lavagna, deixou hoje o cargo. Ele será substituído por Felisa Miceli, a atual presidente do Banco de la Nación Argentina, o maior banco do país. Ela será a primeira mulher a assumir o cargo na Argentina.
Reuters |
![]() |
Roberto Lavagna é substituído por Felisa Miceli |
A informação foi divulgada pelo chefe de gabinete do governo Néstor Kirchner, Alberto Fernández, durante entrevista na Casa Rosada. Segundo o site do jornal argentino "Clarín", Kirchner pediu para Lavagna deixar o cargo.
As divergências entre Kirchner e Lavagna são antigas. O ministro, que assumiu o governo durante a presidência de Eduardo Duhalde, em 2002, tinha, no entanto, forte apoio da opinião pública.
Durante sua gestão, Lavagna conseguiu que a economia da Argentina interrompesse uma série de vários anos de encolhimento e passasse a registrar um crescimento vigoroso. Para este ano, a previsão de expansão do PIB (Produto Interno Bruto) alcança 8%.
Coube também a Lavagna a espinhosa missão de renegociar a dívida argentina, processo encerrado no começo deste ano. O ministro conseguiu convencer 76% dos credores da dívida a aceitar descontos de quase 75% no valor de face dos papéis.
Bastante discreto, Lavagna tinha, no entanto, uma personalidade bastante diferente do presidente Kirchner, conhecido por atos mais intempestivos.
A relação entre os dois começou a se deteriorar mais seriamente nas últimas semanas devido às dificuldades encontradas pelo Ministério da Economia em conter a inflação.
O país estipulou uma meta de 10,5% para este ano, mas analistas estimam que a inflação deverá superar esse índice.
Kirchner tem jogado duro com os empresários devido ao reajuste de preços, mas Lavagna não declara apoio a suas críticas.
Além da diferença de estilo, caiu mal dentro do governo o pouco apoio político dado por Lavagna a candidatos ligados a Kirchner nas eleições legislativas realizadas em outubro.
Também alimentou as divergências com o presidente denúncias feitas por Lavagna contra cartéis formados por empresas de construção, bastante ligadas a obras públicas. As suspeitas levantadas pelo ministro geraram o descontentamento do ministro do Planejamento, Julio De Vido, que planeja essas obras e permanece muito próximo de Kirchner.
Kirchner também anunciou hoje outras mudanças em seu gabinete: Jorge Taiana vai assumir o Ministério das Relações Exteriores no lugar de Rafael Bielsa, Juan Carlos Nadalich ocupará o Ministério do Desenvolvimento Social em substituição a Alicia Kirchner e Nilda Garré fica com a vaga de José Pampuro no comando do Ministério da Defesa.
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