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28/03/2006
-
11h33
da Folha Online
O mercado de câmbio começou o dia agitado. A moeda norte-americana disparou e opera com alta de 2,71%, cotada a R$ 2,23. Já o risco Brasil, termômetro da confiança dos investidores no país, aumenta 3,86%, para 242 pontos.
Ainda que a saída de Antonio Palocci já fosse esperada, o mercado atua sob os efeitos das mudanças ocorridas ontem. "Há nervosismo no mercado, que está muito especulativo", diz Larry Gaspar, da corretora Bancom.
Segundo analistas, depois de o mercado passar o dia de ontem apreensivo e cauteloso com o possível anúncio da saída de Palocci e a indicação de Guido Mantega para substituí-lo --que só ocorreram depois do fechamento do dólar--, os bancos aproveitaram para compensar possíveis perdas e a moeda abriu em forte alta.
"O dólar extrapolou na abertura, mas o mercado está se encaminhando para um ajuste, embora esteja muito volátil, oscilando entre R$ 2,15 e R$ 2,234. Hoje deverá ser um dia de alta volatilidade", diz Mário Batistel, da corretora Novação.
A postura de cautela deve prevalecer nos próximos dias, até que a equipe e a postura de Mantega estejam claras para o mercado. O secretário-executivo, Murilo Portugal, já confirmou sua saída do Ministério da Fazenda e Mantega garantiu que o secretário do Tesouro, Joaquim Levy, deixará o governo porque vai assumir o cargo de vice-presidente do BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento).
Os demais secretários foram convidados a permanecer no cargo, segundo o ministro, mas no mercado há dúvidas também sobre a permanência de Henrique Meirelles na presidência do BC.
Os analistas são unânimes sobre a necessidade de esperar o ministério se recompor para que o mercado defina uma tendência.
Há a expectativa também de que possa acontecer um pronunciamento do presidente Luiz Inácio Lula da Silva sobre as alterações e a condução da política econômica. Para Gaspar, seria uma contribuição do presidente para acalmar o mercado.
Os investidores consideram Guido Mantega mais arrojado do que Palocci e muito próximo ao presidente Lula. Por um lado, obediente, e, por outro, com poder de convencimento sobre Lula. As últimas declarações de Mantega indicam a manutenção da política econômica em vigor. Ao mesmo tempo, Mantega não esconde sua preferência por cortes mais bruscos na taxa de juros.
"Não dá para esquecer que estamos em um ano eleitoral e que os juros altos assustam os eleitores de Lula. Esse pode ser um fator a ajudar Mantega em sua cruzada contra os juros", diz Batistel.
Segundo ele, mesmo com a elevação na taxa de juros dos Estados Unidos --a ser decidida hoje com o fim da reunião do Federal Reserve--, o Brasil continuará atraente para os investidores internacionais. "A redução dos juros por aqui é uma forma de reduzir o capital especulativo e produzir investimentos mais consistentes", diz Batistel.
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Ainda que a saída de Antonio Palocci já fosse esperada, o mercado atua sob os efeitos das mudanças ocorridas ontem. "Há nervosismo no mercado, que está muito especulativo", diz Larry Gaspar, da corretora Bancom.
Segundo analistas, depois de o mercado passar o dia de ontem apreensivo e cauteloso com o possível anúncio da saída de Palocci e a indicação de Guido Mantega para substituí-lo --que só ocorreram depois do fechamento do dólar--, os bancos aproveitaram para compensar possíveis perdas e a moeda abriu em forte alta.
"O dólar extrapolou na abertura, mas o mercado está se encaminhando para um ajuste, embora esteja muito volátil, oscilando entre R$ 2,15 e R$ 2,234. Hoje deverá ser um dia de alta volatilidade", diz Mário Batistel, da corretora Novação.
A postura de cautela deve prevalecer nos próximos dias, até que a equipe e a postura de Mantega estejam claras para o mercado. O secretário-executivo, Murilo Portugal, já confirmou sua saída do Ministério da Fazenda e Mantega garantiu que o secretário do Tesouro, Joaquim Levy, deixará o governo porque vai assumir o cargo de vice-presidente do BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento).
Os demais secretários foram convidados a permanecer no cargo, segundo o ministro, mas no mercado há dúvidas também sobre a permanência de Henrique Meirelles na presidência do BC.
Os analistas são unânimes sobre a necessidade de esperar o ministério se recompor para que o mercado defina uma tendência.
Há a expectativa também de que possa acontecer um pronunciamento do presidente Luiz Inácio Lula da Silva sobre as alterações e a condução da política econômica. Para Gaspar, seria uma contribuição do presidente para acalmar o mercado.
Os investidores consideram Guido Mantega mais arrojado do que Palocci e muito próximo ao presidente Lula. Por um lado, obediente, e, por outro, com poder de convencimento sobre Lula. As últimas declarações de Mantega indicam a manutenção da política econômica em vigor. Ao mesmo tempo, Mantega não esconde sua preferência por cortes mais bruscos na taxa de juros.
"Não dá para esquecer que estamos em um ano eleitoral e que os juros altos assustam os eleitores de Lula. Esse pode ser um fator a ajudar Mantega em sua cruzada contra os juros", diz Batistel.
Segundo ele, mesmo com a elevação na taxa de juros dos Estados Unidos --a ser decidida hoje com o fim da reunião do Federal Reserve--, o Brasil continuará atraente para os investidores internacionais. "A redução dos juros por aqui é uma forma de reduzir o capital especulativo e produzir investimentos mais consistentes", diz Batistel.
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