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03/04/2006 - 09h34

Empresas "sociais" conquistam investidor

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FABRICIO VIEIRA
da Folha de S.Paulo

A responsabilidade social está cada vez mais na moda no mercado financeiro. Além de a Bolsa de Valores de São Paulo ter criado um novo índice com ações de empresas preocupadas com o tema, grandes instituições financeiras têm lançado fundos afins.

O primeiro fundo desse segmento foi lançado pelo ABN Amro, em novembro de 2001. No fim do ano passado, foi a vez de a Bolsa paulista lançar o ISE (Índice de Sustentabilidade Empresarial).

Três tópicos resumem as características da chamada responsabilidade social: preocupação com o ambiente, práticas sociais e governança corporativa.

"O ISE começa a se tornar um elo importante para as empresas de capital aberto. Ao não pertencer a esse grupo, parece que a empresa não se preocupa com os requisitos exigidos", afirma Ricardo Nogueira, superintendente de operações da Bovespa.

A preocupação de empresas de capital aberto e de investidores com temas como o ambiente não é nova no exterior.

De acordo com informações do mercado, aproximadamente 10% --algo em torno de US$ 2,3 trilhões-- do total dos ativos administrados no mercado norte-americano está de alguma forma hoje ligado a práticas de responsabilidade social.

No Brasil, instituições financeiras como o Itaú, o Bradesco, o HSBC, o Banco do Brasil e o ABN Amro já oferecem a seus clientes aplicações formadas por papéis de companhias comprometidas de alguma forma com quesitos sociais.

Walter Mendes, superintendente de renda variável do Itaú, diz que "metade da taxa de administração do fundo do banco vai para projetos sociais".

"O nosso fundo seleciona primeiramente um universo de ações em que podemos investir. Setores como os de bebidas, fumo, armamentos e outros ligados à energia atômica são descartados", afirma Mendes, acompanhando o perfil praticado pelos fundos de investimento nos Estados Unidos.

Dados do site Fortuna mostram que os fundos desse segmento estão com captação positiva --ou seja, há mais gente aplicando que resgatando neste ano.

Resultados

O ISE registrava, até o dia 28 deste mês, valorização anual de 14,1% --contra alta de 9,6% do Ibovespa no período. O Ibovespa ainda é o mais importante índice do mercado acionário brasileiro, ao agrupar 57 ações entre as mais negociadas da Bolsa.

O ISE é formado por papéis de 28 empresas. De acordo com Nogueira, da Bovespa, o índice prevê um máximo de 40 empresas --o que significa que há espaço para novas candidatas.

Pedro Villani, gestor de renda variável do ABN Amro Asset Management, observa que o setor "está crescendo rapidamente". "A cada mês um novo grupo de investidores percebe a importância do tema", afirma.

Atratividade

Para Villani, as empresas estão atentas ao sucesso e à atratividade que esse tipo de atenção tem trazido para as companhias de capital aberto. E isso faz cada vez mais as companhias se preocuparem em serem reconhecidas como socialmente responsáveis.

Analistas explicam que uma companhia despreocupada com questões ambientais, por exemplo, é candidata a tomar multas do governo futuramente, o que sacrificaria parte importante de seu resultado.

Assim, além da questão ética e social, uma empresa mais responsável se protege contra eventuais imprevistos financeiros.

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