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13/04/2006 - 09h43

Toshiba mostra interesse em instalar fábrica de chips no Brasil, diz ministro

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da France Presse, em Tóquio

A japonesa Toshiba mostrou hoje interesse em instalar uma fábrica de semicondutores no Brasil, afirmou à France Presse o ministro das Comunicações Hélio Costa. Se confirmada a informação, ficará cumprida a principal exigência feita pelo governo brasileiro para adotar o sistema japonês para a televisão digital.

O ministro se reuniu hoje, em Tóquio, com representantes da Toshiba. A empresa mantém desde 1977 uma parceria com a Semp no Brasil.

Hélio Costa, no entanto, não revelou detalhes desse acordo, mas disse que uma equipe da Toshiba irá ao Brasil para avaliar o projeto.

A fábrica de chips poderá contar com financiamento do Japan Bank for International Cooperation.

Uma delegação brasileira visita o Japão com o objetivo de obter contrapartidas para a adoção do sistema digital de televisão no país. Os brasileiros viajam com o chanceler Celso Amorim e os ministros do Desenvolvimento, Luiz Fernando Furlan, e das Comunicações, Hélio Costa. Nenhum detalhe sobre o projeto foi revelado.

"Há um compromisso assinado com a Toshiba, que já tem uma associação muito importante com a empresa brasileira Semp. A Toshiba está enviando ao Brasil uma delegação de especialistas para trabalhar imediatamente na instalação de uma fábrica de semicondutores no país", disse à France Presse o ministro Hélio Costa.

Ao ser questionado se isto significava que o Brasil havia praticamente decidido a favor do sistema de televisão digital japonês, o ministro respondeu: "Acredito que sim".

O sistema japonês de televisão digital terrestre tem como vantagem ser aplicável aos telefones celulares. Sob o sistema japonês, os telefones celulares e outros aparelhos portáteis atuam como receptores clássicos de televisão, o que permite assistir em tempo real e gratuitamente os mesmos programas exibidos em um aparelho de televisão caseiro.

O sistemas europeu e americano também permitem ao espectador assistir programas televisivos em um telefone móvel. Porém, se tratam de programas "a pedido" que são transmitidos através da rede de infra-estruturas telefônica, ao invés da rede hertziana como permite o sistema do Japão, o que gera gastos para o usuário.

"Porém, esta é uma decisão que deve ser tomada pelo presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva. Nós somente preparamos o ambiente para que a decisão seja adotada", afirmou.

O chanceler Amorim também assinou nesta quinta-feira, com o colega japonês Taro Aso, um memorando no qual o governo japonês se compromete a ajudar na criação de um sistema brasileiro-nipônico de televisão digital, que terá como principal ferramenta o sistema de modulação japonês, mas com outras inovações brasileiras também adaptadas à estrutura do sistema japonês.

O governo brasileiro deve optar entre o padrão europeu (DVBT), o americano (ATSC) e o japonês (ISDB) para decidir qual será o sistema de televisão digital no país de 180 milhões de habitantes, onde em 2005 foram vendidos 10 milhões de aparelhos de televisão, quantidade similar a do Japão.

Durante a viagem a Tóquio, a delegação brasileira manteve vários encontros com os diretores das grandes empresas japonesas, os principais ministros envolvidos no tema e o primeiro-ministro, Junichiro Koizumi, que pediu claramente ao Brasil que optasse pelo sistema japonês.

Amorim admitiu na quarta-feira que o padrão japonês de televisão digital é levemente mais atraente do que os demais, mas explicou que a decisão final dependerá dos investimentos e transferências tecnológicas que o país pode obter em troca da escolha.

"Basicamente temos que optar entre três noivas. As três são muito belas. Uma é levemente mais bonita que as demais. Porém, as outras duas noivas também são belas. Desta maneira escolheremos a que tem mais dólares", brincou o ministro.

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