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20/04/2006
-
21h37
da Folha Online
O futuro da Varig é incerto. A empresa corre o risco de parar a qualquer momento, segundo a jornalista Maeli Prado, que cobre o dia-a-dia da aviação comercial brasileira desde 2003. A avaliação foi feita durante bate-papo na internet que contou a participação de 942 internautas.
"[A Varig] pode parar a qualquer momento. A própria diretoria da companhia considerou essa possibilidade há uma semana. Ela tem problemas de caixa seríssimos, e não vem pagando os credores e fornecedores."
Ela lembra, no entanto, que ninguém pediu a falência da Varig. "A própria Justiça, que cuida da recuperação judicial, declarou que não pretende decretar a falência."
"Ela vem voando com cada vez menos passageiros, e com isso tem cada vez menos receita. Isso vai complicando cada vez mais o pagamento de fornecedores."
Para a jornalista, a má gestão da companhia aérea explica a situação atual da Varig. "[A Varig] Enfrentou problemas externos (como o congelamento tarifário, crise do petróleo, ataque de 11 de setembro). Mas o que se diz é que se ela tivesse uma gestão mais profissional, cortando custos, não estaria na situação que está hoje."
A jornalista lembra que antes do início dos anos 90, a Varig praticamente tinha o monopólio do mercado. "Com a abertura, veio mais concorrência. Ela não conseguiu se adaptar a mudanças como corte de custos (demissões, por exemplo) e acabou perdendo mercado para companhias mais novas, como TAM, Gol e companhias estrangeiras nas rotas internacionais".
A jornalista foi questionada sobre a viabilidade de uma ajuda do governo à Varig. "Uma das principais questões em relação a isso é que uma ajuda financeira à Varig agora não resolveria o problema da empresa. Ela tem uma dívida de mais de R$ 7 bilhões."
Vários internautas questionaram sobre o fato de a empresa reivindicar na Justiça R$ 4 bilhões do governo por conta das perdas com o congelamento das tarifas durante os planos Collor e Verão. "O processo mudou de seção dentro do STJ no final do ano passado. A ação relativa ao congelamento tarifário está parada no STJ, e o governo é obrigado por lei a recorrer em todas as instâncias."
Maeli Prado fez ainda um diagnóstico sobre o futuro da aviação civil sem a Varig. "Principalmente a TAM e a Gol ganhariam participação no mercado doméstico se ela [Varig] parasse. A pior conseqüência seria o fato de os mais de 9.000 funcionários irem para a rua. Parte deles seria absorvida por outras companhias, mas os do setor administrativo, por exemplo, não seriam".
Os internautas perguntaram também se a cobertura da imprensa prejudicava a Varig. "O fato de a crise estar na mídia realmente está afetando a demanda. Mas a mídia divulga os fatos, o que está acontecendo".
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Leia a íntegra do bate-papo
Erramos: Para jornalista, futuro da Varig é incerto
Especial
Confira a cobertura completa da crise da Varig
Para jornalista, futuro da Varig é incerto
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O futuro da Varig é incerto. A empresa corre o risco de parar a qualquer momento, segundo a jornalista Maeli Prado, que cobre o dia-a-dia da aviação comercial brasileira desde 2003. A avaliação foi feita durante bate-papo na internet que contou a participação de 942 internautas.
"[A Varig] pode parar a qualquer momento. A própria diretoria da companhia considerou essa possibilidade há uma semana. Ela tem problemas de caixa seríssimos, e não vem pagando os credores e fornecedores."
Folha Imagem |
Maeli Prado participa de bate-papo da Folha |
"Ela vem voando com cada vez menos passageiros, e com isso tem cada vez menos receita. Isso vai complicando cada vez mais o pagamento de fornecedores."
Para a jornalista, a má gestão da companhia aérea explica a situação atual da Varig. "[A Varig] Enfrentou problemas externos (como o congelamento tarifário, crise do petróleo, ataque de 11 de setembro). Mas o que se diz é que se ela tivesse uma gestão mais profissional, cortando custos, não estaria na situação que está hoje."
A jornalista lembra que antes do início dos anos 90, a Varig praticamente tinha o monopólio do mercado. "Com a abertura, veio mais concorrência. Ela não conseguiu se adaptar a mudanças como corte de custos (demissões, por exemplo) e acabou perdendo mercado para companhias mais novas, como TAM, Gol e companhias estrangeiras nas rotas internacionais".
A jornalista foi questionada sobre a viabilidade de uma ajuda do governo à Varig. "Uma das principais questões em relação a isso é que uma ajuda financeira à Varig agora não resolveria o problema da empresa. Ela tem uma dívida de mais de R$ 7 bilhões."
Vários internautas questionaram sobre o fato de a empresa reivindicar na Justiça R$ 4 bilhões do governo por conta das perdas com o congelamento das tarifas durante os planos Collor e Verão. "O processo mudou de seção dentro do STJ no final do ano passado. A ação relativa ao congelamento tarifário está parada no STJ, e o governo é obrigado por lei a recorrer em todas as instâncias."
Maeli Prado fez ainda um diagnóstico sobre o futuro da aviação civil sem a Varig. "Principalmente a TAM e a Gol ganhariam participação no mercado doméstico se ela [Varig] parasse. A pior conseqüência seria o fato de os mais de 9.000 funcionários irem para a rua. Parte deles seria absorvida por outras companhias, mas os do setor administrativo, por exemplo, não seriam".
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