Publicidade
Publicidade
21/04/2006
-
17h44
CLARICE SPITZ
da Folha Online, no Rio
Cerca de 150 funcionários aguardam a chegada do presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao Museu Histórico Nacional no Rio de Janeiro com faixas de pedidos de socorro do governo federal à companhia aérea.
Lula fará pronunciamento hoje no museu durante evento da Petrobras sobre a conquista da auto-suficiência do petróleo pelo Brasil.
Em uma das faixas os funcionários usam o gancho do petróleo: "O petróleo é nosso e a Varig também". Uma segunda faixa lembra o investimento de mais de US$ 10 milhões feito pelo governo brasileiro para enviar o astronauta Marcos Pontes para a estação espacial internacional: "Um no espaço e 11 mil [funcionários da Varig] no chão."
Segundo Rodrigo Marocco, presidente da Associação de Pilotos da Varig, é necessária uma decisão política do governo federal para a solução da crise financeira da companhia.
"Basta uma decisão política e uma vontade política. Não estamos pedindo dinheiro do governo", disse.
Os funcionários pedem uma audiência com Lula e reivindicam um período de carência para os pagamentos à BR Distribuidora (que fornece querosene de aviação) e à Infraero (que administra os aeroportos brasileiros).
Pela manhã, os funcionários da empresa fizeram um protesto na orla da zona sul do Rio. Nos últimos dias houve manifestações semelhantes em várias cidades do país.
A empresa não tem dinheiro para honrar dívidas estimadas em R$ 7 bilhões nem recursos para arcar com as despesas correntes, como combustíveis e salários.
Ontem o ministro Waldir Pires (Defesa) admitiu pela primeira vez que o governo possa conceder uma ajuda financeira à Varig, mas "dentro da lei". A afirmação mostra que as pressões para que o governo não deixe a empresa parar podem estar começando a surtir efeito.
Antes Lula e os ministros Guido Mantega (Fazenda) e Dilma Rousseff (Casa Civil) defendiam uma solução de mercado para a empresa aérea que não dependesse de recursos públicos.
Já a BR Distribuidora havia manifestado, por meio de executivos e advogados, que não tem interesse em apoiar proposta da empresa de conceder um prazo de carência para a companhia atravessar a queda de receitas normal da baixa temporada.
Além disso, o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) recusou proposta feita por funcionários da empresa de liberação de uma linha de crédito de US$ 100 milhões.
Já a Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) vetou acordo de compartilhamento de vôos entre a Varig e a OceanAir.
A agência, porém, informou que ainda pode aprovar a venda da VarigLog, ex-subsidiária de transporte de cargas da Varig, para a Volo, empresa constituída no Brasil pelo fundo americano Matlin Patterson, desde que seus sócios apresentem toda a documentação necessária.
A aprovação desse negócio abriria caminho para a VarigLog comprar a própria Varig por US$ 400 milhões. Essa proposta, porém, precisa primeiramente da aprovação de credores e trabalhadores da companhia aérea e não há data para que seja analisada pela Anac.
Leia mais
Entenda a crise que pode levar à paralisação da Varig
Especial
Confira a cobertura completa da crise da Varig
Leia o que já foi publicado sobre a crise da Varig
Enquete: Você acha que o governo deve ajudar a Varig?
Funcionários da Varig criticam Lula antes de ato da auto-suficiência
Publicidade
da Folha Online, no Rio
Cerca de 150 funcionários aguardam a chegada do presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao Museu Histórico Nacional no Rio de Janeiro com faixas de pedidos de socorro do governo federal à companhia aérea.
Lula fará pronunciamento hoje no museu durante evento da Petrobras sobre a conquista da auto-suficiência do petróleo pelo Brasil.
Em uma das faixas os funcionários usam o gancho do petróleo: "O petróleo é nosso e a Varig também". Uma segunda faixa lembra o investimento de mais de US$ 10 milhões feito pelo governo brasileiro para enviar o astronauta Marcos Pontes para a estação espacial internacional: "Um no espaço e 11 mil [funcionários da Varig] no chão."
Segundo Rodrigo Marocco, presidente da Associação de Pilotos da Varig, é necessária uma decisão política do governo federal para a solução da crise financeira da companhia.
"Basta uma decisão política e uma vontade política. Não estamos pedindo dinheiro do governo", disse.
Os funcionários pedem uma audiência com Lula e reivindicam um período de carência para os pagamentos à BR Distribuidora (que fornece querosene de aviação) e à Infraero (que administra os aeroportos brasileiros).
Pela manhã, os funcionários da empresa fizeram um protesto na orla da zona sul do Rio. Nos últimos dias houve manifestações semelhantes em várias cidades do país.
A empresa não tem dinheiro para honrar dívidas estimadas em R$ 7 bilhões nem recursos para arcar com as despesas correntes, como combustíveis e salários.
Ontem o ministro Waldir Pires (Defesa) admitiu pela primeira vez que o governo possa conceder uma ajuda financeira à Varig, mas "dentro da lei". A afirmação mostra que as pressões para que o governo não deixe a empresa parar podem estar começando a surtir efeito.
Antes Lula e os ministros Guido Mantega (Fazenda) e Dilma Rousseff (Casa Civil) defendiam uma solução de mercado para a empresa aérea que não dependesse de recursos públicos.
Já a BR Distribuidora havia manifestado, por meio de executivos e advogados, que não tem interesse em apoiar proposta da empresa de conceder um prazo de carência para a companhia atravessar a queda de receitas normal da baixa temporada.
Além disso, o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) recusou proposta feita por funcionários da empresa de liberação de uma linha de crédito de US$ 100 milhões.
Já a Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) vetou acordo de compartilhamento de vôos entre a Varig e a OceanAir.
A agência, porém, informou que ainda pode aprovar a venda da VarigLog, ex-subsidiária de transporte de cargas da Varig, para a Volo, empresa constituída no Brasil pelo fundo americano Matlin Patterson, desde que seus sócios apresentem toda a documentação necessária.
A aprovação desse negócio abriria caminho para a VarigLog comprar a própria Varig por US$ 400 milhões. Essa proposta, porém, precisa primeiramente da aprovação de credores e trabalhadores da companhia aérea e não há data para que seja analisada pela Anac.
Leia mais
Especial
Publicidade
As Últimas que Você não Leu
Publicidade
+ LidasÍndice
- Ministério Público pede bloqueio de R$ 3,8 bi de dono de frigorífico JBS
- Por que empresa proíbe caminhões de virar à esquerda - e economiza milhões
- Megarricos buscam refúgio na Nova Zelândia contra colapso capitalista
- Com 12 suítes e 5 bares, casa mais cara à venda nos EUA custa US$ 250 mi
- Produção industrial só cresceu no Pará em 2016, diz IBGE
+ Comentadas
- Programa vai reduzir tempo gasto para pagar impostos, diz Meirelles
- Ministério Público pede bloqueio de R$ 3,8 bi de dono de frigorífico JBS
+ EnviadasÍndice