Saltar para o conteúdo principal

Publicidade

Publicidade

 
 
  Siga a Folha de S.Paulo no Twitter
02/05/2006 - 09h05

Bolivianos pretendem expropriar, afirma Eike

Publicidade

da Folha de S.Paulo
da Agência Folha

A assinatura do decreto de nacionalização dos hidrocarbonetos pelo presidente boliviano, Evo Morales, transformou a situação das empresas brasileiras na Bolívia em uma questão de Estado para o Brasil, na opinião do empresário Eike Batista.

"É a prova clara de que o governo boliviano quer expropriar e ser dono da maioria dos projetos", declarou Batista, que investiu US$ 60 milhões na construção da siderúrgica EBX e está em rota de colisão com o governo Morales. "A situação é muito mais complexa e atinge todos os interesses de brasileiros na Bolívia", destacou.

Acusado de desrespeitar as leis bolivianas, Batista disse que está decidido a deixar o país e transferir a EBX para Corumbá (MS). Para isso, espera que o governo brasileiro negocie um salvo-conduto, que lhe permita a retirada dos equipamentos na Bolívia.

Batista estima que conseguirá recuperar US$ 40 milhões do investimento. Perderá US$ 20 milhões relativos a obras civis e ao custo de desmonte e transferência da fábrica.

A previsão original era investir US$ 120 milhões na construção de quatro fornos, com capacidade de produzir 800 mil toneladas/ano de ferro-gusa.

Uma negociação entre o governo boliviano e a EBX foi descartada anteontem pelo ministro da Presidência da Bolívia, Juan Ramón Quintana. Segundo ele, Morales editará um decreto que determina a paralisação das obras e o fim das atividades da EBX.

O principal argumento do governo é que Batista violou as regras que proíbem a instalação de empresas na faixa de 50 quilômetros próxima da fronteira. O empresário diz que o investimento contou com o aval do governo anterior e está de acordo com a lei.

"O Estado de Direito não existe mais na Bolívia", afirmou Batista. Se não obtiver o salvo-conduto para retirar os equipamentos do país, o empresário disse que recorrerá a cortes internacionais. "Se não me querem, eu me vou", afirmou. "Se não me deixarem sair, estarão expropriando os investimentos."

Asilo

O presidente do Comitê Cívico de Puerto Suarez, Edil Gericke, líder dos protestos contra a expulsão da siderúrgica brasileira EBX pelo governo boliviano, pediu anteontem asilo político ao Brasil por temer ser detido no país vizinho.

A informação foi confirmada por um agente da Polícia Federal em Corumbá (MS). Segundo ele, o pedido será encaminhado à superintendência do órgão em Campo Grande e remetido ao Ministério da Justiça.

Gericke se apresentou anteontem à Polícia Federal, "para iniciar os trâmites do asilo político", segundo ele. "Estou pedindo asilo, pois sinto que meus direitos estão sendo violados", disse.

Empresários, comerciantes e políticos bolivianos fecharam mais de uma vez a fronteira com o Brasil, em Arroyo Concepción. Eles acreditam que a saída da EBX irá gerar desemprego.

Um juiz determinou, no sábado, que a siderúrgica fosse derrubada, o que levou manifestantes de Puerto Suarez a cercar a fábrica para protegê-la.

Para Gericke, a ação judicial visa a detenção dos dirigentes do movimento, para "negociar nossa liberdade em troca do fim dos protestos de Puerto Suarez".

O ministro Juan Ramón Quintana classificou a decisão de Gericke de "uma típica ação política para se fazer de vítima".

Leia mais
  • Veja os principais pontos do decreto que nacionaliza o gás da Bolívia
  • Nacionalização do gás da Bolívia afeta 20 empresas multinacionais
  • Análise: Brasil cria corvos na América do Sul
  • Alinhado com Chávez, presidente da Bolívia se afasta de Lula

    Especial
  • Leia mais sobre o petróleo e gás na Bolívia
  • Confira a cobertura completa da nacionalização na Bolívia
  •  

    Publicidade

    Publicidade

    Publicidade


    Voltar ao topo da página