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02/05/2006
-
16h08
KAREN CAMACHO
da Folha Online
Uma interrupção na distribuição do gás boliviano no Brasil teria mais impacto nas indústrias do que nos nos consumidores residenciais ou de gás veicular. Entre os setores estão cerâmica, vidros, alimentos e bebidas, principalmente as empresas situadas em São Paulo e nos Estados da região Sul, que são os maiores consumidores.
Como o Brasil, imediatamente, não tem condições de atender a demanda interna, as indústrias teriam de optar por outro combustível, como óleo, o que pode encarecer a produção e causar impacto na economia, além de ser um combustível mais poluente.
Para Adriano Pires, diretor do CBIE (Centro Brasileiro de Infra-Estrutura), pior do que o aumento de preço, que seria inevitável com o racionamento, seria uma interrupção. "Do gás utilizado no país, 51% vêm da Bolívia. No caso de São Paulo, esse índice é de 75%. Em caso de interrupção o governo teria de dizer quem teria prioridade na utilização do gás e as indústrias, com certeza sofreriam mais", disse.
Pires disse que 70% do gás utilizado no Rio Grande do Sul vem da Bolívia e, nos casos de Paraná, Santa Catarina, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul esse índice é de 100%.
O coordenador técnico da ABGNV (Associação Brasileira do Gás Natural Veicular), Antonio José Teixeira Mendes, acrescentou que, no caso do Mato Grosso, por exemplo, não há nenhum gasoduto ligado a uma fonte brasileira.
Para Pires, o governo terá de negociar para não criar o "apagão do gás´. "Essa é uma crise anunciada e não é só culpa da Bolívia. Quando o Brasil promoveu a massificação do gás, em 2003, congelou os preços e incentivou o consumo mas não aumentou a oferta interna, e agora estamos nas mãos dos bolivianos", disse Pires.
Mendes concorda e acredita que "o Brasil tem condições, se concentrar investimentos, de produzir gás suficiente para a demanda no país em dois anos".
Para Mendes, o consumidor de gás veicular sofreria menos que indústrias, mas teria um aumento de preço, ainda imprevisível,. "A indústria sofreria mais e, neste momento, é importante que ela tome precauções e verifique as possibilidades de utilizar outro combustível em caso de interrupção."
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Uma interrupção na distribuição do gás boliviano no Brasil teria mais impacto nas indústrias do que nos nos consumidores residenciais ou de gás veicular. Entre os setores estão cerâmica, vidros, alimentos e bebidas, principalmente as empresas situadas em São Paulo e nos Estados da região Sul, que são os maiores consumidores.
Como o Brasil, imediatamente, não tem condições de atender a demanda interna, as indústrias teriam de optar por outro combustível, como óleo, o que pode encarecer a produção e causar impacto na economia, além de ser um combustível mais poluente.
Para Adriano Pires, diretor do CBIE (Centro Brasileiro de Infra-Estrutura), pior do que o aumento de preço, que seria inevitável com o racionamento, seria uma interrupção. "Do gás utilizado no país, 51% vêm da Bolívia. No caso de São Paulo, esse índice é de 75%. Em caso de interrupção o governo teria de dizer quem teria prioridade na utilização do gás e as indústrias, com certeza sofreriam mais", disse.
Pires disse que 70% do gás utilizado no Rio Grande do Sul vem da Bolívia e, nos casos de Paraná, Santa Catarina, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul esse índice é de 100%.
O coordenador técnico da ABGNV (Associação Brasileira do Gás Natural Veicular), Antonio José Teixeira Mendes, acrescentou que, no caso do Mato Grosso, por exemplo, não há nenhum gasoduto ligado a uma fonte brasileira.
Para Pires, o governo terá de negociar para não criar o "apagão do gás´. "Essa é uma crise anunciada e não é só culpa da Bolívia. Quando o Brasil promoveu a massificação do gás, em 2003, congelou os preços e incentivou o consumo mas não aumentou a oferta interna, e agora estamos nas mãos dos bolivianos", disse Pires.
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