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11/05/2006 - 18h19

Confira a íntegra do bate-papo com Cláudia Trevisan

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da Folha Online

Confira abaixo a íntegra do bate-papo com a jornalista Cláudia Trevisan, enviada especial do jornal a La Paz. O texto abaixo reproduz a forma como os participantes digitaram. Participaram do chat 555 internautas.

Bem-vindo ao Bate-papo com Convidados do UOL. Converse agora com a jornalista Cláudia Trevisan, que comenta a nacionalização do petróleo e gás na Bolívia. Para enviar sua pergunta, selecione o nome da convidada no menu de participantes. É o primeiro da lista.

(05:04:59) Cláudia Trevisan: Olá, acabo de voltar de La Paz e espero poder responder as dúvidas de vocês.

(05:05:03) Nogueira fala para Cláudia Trevisan: Cláudia, vamos supor que o Brasil fizesse a mesma coisa que a Bolivia, com as Empresas dos EUA, qual reação vc acha que os imperialistas fariam?

(05:05:23) Cláudia Trevisan: Não tenho idéia e não gostaria de especular sobre isso.

(05:06:04) GALO DA COMARCA fala para Cláudia Trevisan: VC NAO ACHA Q O GOVERNO BRASILEIRO ESTA MUITO FROXO COM RELAÇAO A BOLIVIA?

(05:07:15) Cláudia Trevisan: Galo da Comarca, creio que o governo brasileiro teve uma reação muito suave às decisões da Bolívia. É importante dizer que esse processo teve início no ano passado, com a aprovação pelo Congresso boliviano da lei que nacionalizou o gás. Na época, o Brasil já teve uma reação muito mais tímida que a de outros países.

(05:07:26) YYZ fala para Cláudia Trevisan: Cláudia, mto tem se falado em um tipo de "complô" entre Chavez e Morales para demoralizar o Lula... vc acha isso possível?

(05:09:01) Cláudia Trevisan: Não tenho condições de dizer que há um complô para desmoralizar Lula, mas é evidente que Chávez teve uma participação decisiva no processo que levou à edição do decreto de Morales, na semana passada, que vai muito além do que diz a lei aprovada pelo Congresso em 2005. Sem o apoio de Chávez e da PDVSA, seria pouco provável que Morales adotasse um tom tão belicoso em relação à Petrobras e o Brasil.

(05:09:38) cae fala para Cláudia Trevisan: claudia, a bolivia é tudo isso mesmo o é o lula que esta afinando p/ os bolivianos?

(05:11:20) Cláudia Trevisan: cae, se você quer dizer com "tudo isso mesmo" a detenção de poder, a resposta é não. Há uma dependência mútua entre Brasil e Bolívia na questão do gás e, no limite, a Bolívia tem mais a perder que o Brasil. Nada menos que 37% da arrecadação tributária da´Bolívia vem da exploração de gás e petróleo. Só a Petrobras responde por 24% da receita do país. Além disso, a Bolívia não tem alternativa a curto prazo a não ser vender gás para o Brasil.

(05:11:29) cabeça fala para Cláudia Trevisan: Muitos taxistas colocaram gás em seus carros e agora estão apavorados com a perspectiva de aumento. É questão de quanto tempo para o aumento chegar na bomba....?

(05:12:22) Cláudia Trevisan: cabeça, o governo brasileiro e a Petrobras estão dizendo que, mesmo que haja aumento, ele não será repassado ao consumidor brasileiro. Creio que a promessa será cumprida pelo menos neste ano, em razão das eleições.

(05:12:22) ex-pt fala para Cláudia Trevisan: qual e a chance do governo turar algum lucro politico dessa crise com a bolivia

(05:13:47) Cláudia Trevisan: Em um primeiro momento, creio que a atitude tímida em relação às decisões de Morales pode trazer prejuízo político a Lula. Enquete feita pela Folhaonline mostra que 70% dos internautas defendem uma reação mais agressiva. Mas se conseguir contornar a crise e evitar o aumento do gás, Lula poderá dizer que teve a reação mais sensata.

(05:13:57) Anti PT fala para Cláudia Trevisan: Claudia ,vc nao acha que os americanos podem estar respaldando a Bolivia nesta nacionalizacao , pois eles necessitam e muito de recursos naturais como petroleo e gas

(05:14:13) Cláudia Trevisan: Não creio.

(05:14:39) Neshi/SP fala para Cláudia Trevisan: Essa crise só prejudica a distribuição de gás, ou outros tipos de combustíveis também?

(05:15:38) Cláudia Trevisan: Neshi/SP, somente o gás, que a Bolívia vende para o Brasil e a Argentina. Mas pode ter impacto sobre outros negócios que brasileiros têm na Bolívia, na medida em que estimula o sentimento anti-Brasil no país.

(05:15:38) marina maria fala para Cláudia Trevisan: a bolívia está se inspirando em atitudes de outros países com a nacionalização "radical"?

(05:17:38) Cláudia Trevisan: Marina, a Bolívia já nacionalizou o gás em outras duas ocasições e isso sempre volta à pauta política do país. O processo que levou à nacionalização teve início em 2003, quando caiu o presidente Gonzálo Sanchez de Lozada. No ano seguinte, um referendo aprovou a nacionalização, que se tornou lei no ano passado. Morales regulamentou esta lei, mas foi além: aumentou o imposto da Petrobras de 50% para 82% e nacionalizou as empresas que haviam sido privatizadas, entre elas duas refinarias da estatal brasileira.

(05:17:52) Caca Flu fala para Cláudia Trevisan: Cláudia como funciona a relação Petrobrás e trabalhadores bolivianos, Por exemplo quanto ganha um petroleiro boliviano e um petroleiro brasileiro?

(05:18:29) Cláudia Trevisan: Caca, não tenho como te responder, mas certamente o petroleiro boliviano ganha menos, o que é natural. O custo de vida e a renda per capita da Bolívia são bem inferiores às do Brasil.

(05:18:47) Georgios fala para Cláudia Trevisan: Claudia. Os contratos da Petrobrás são REALMENTE ilegais, como afirma o Evo Morales ?

(05:20:25) Cláudia Trevisan: Georgios, não. Esta é uma discussão jurídica, que deveria ser resolvida nos tribunais. Morales e seu partido sempre sustentaram que os contratos são ilegais, por não terem sido aprovados pelo Congresso. O governo anterior discorda e afirma que leis aprovadas em 1996 permitiram a assinatura dos contratos. Como em qualquer Estado de Direito, esta questão deveria ser resolvida pelo Judiciário e não pelo Executivo.

(05:20:33) Garelha fala para Cláudia Trevisan: Claudia e se o Brasil expropiasse o patrimônio boliviano em solo brasileiro, qual poderia ser a reação internacional?

(05:20:54) Cláudia Trevisan: Garelha, de novo, não gostaria de especular sobre isso.

(05:21:02) AMIGO fala para Cláudia Trevisan: Claudia eu gostaria de saber o que o governo está fazendo para resolver o problema??

(05:22:10) Cláudia Trevisan: Amigo, o ministro das Minas e Energia e o presidente da Petrobras estão na Bolívia, tentando negociar o preço do gás e a situação da empresa no país. Mas um fato é incontestável: a Petrobras terá perdas na Bolívia, decorrentes da expropriação de parte de seu patrimônio.

(05:22:10) homero fala para Cláudia Trevisan: claúdia, como a atitude de evo morales foi recebida pela população boliviana?

(05:23:27) Cláudia Trevisan: Homero, a população boliviana, principalmente a mais pobre, apóia os atos de Morales. Muitos analistas acreditam que ele editou um decreto mais radical que o esperado justamente para reverter uma queda de popularidade que havia sido registrada em abril. Há mais resistência às suas medidas na região de Santa Cruz, mais desenvolvida do ponto de vista econômico.

(05:23:31) vander pergunta para Cláudia Trevisan: o que de real e concreto existe sobre a crise na bolivia? será que existe motivo pra essa preocupação toda, ou os partidos politicos estão usando isso como arma politica?

(05:24:38) Cláudia Trevisan: Vander, existe sim motivo para essa preocupação toda. É um governo que decidiu romper unilateralmente contratos e acordos que tinha com empresas que investiram US$ 3,6 bilhões na exploração de gás. A Petrobras é o principal investidor e colocou US$ 1,5 bilhão na Bolívia.

(05:24:38) Anti-Petista fala para Cláudia Trevisan: Boa tarde Claudia!! tu acha q é possivel um conflito armado entre os países os involvido nessa bagunça ???

(05:24:54) Cláudia Trevisan: Não.

(05:24:54) ex-pt fala para Cláudia Trevisan: vc acha q o lula vai revidar monitorando ou mesmo ameçar os bolivianos residentes no brasil

(05:25:06) Cláudia Trevisan: ex-pt, não.

(05:25:13) GALO DA COMARCA fala para Cláudia Trevisan: VC NAO ACHA QUE O GOVERNO BOLIVIANO ESTA PASSANDO DOS LIMITES LI NA INTERNET AGORA Q A POLICIA BOLIVIANA ESTA REEPRENDENDO BRASILEIROS Q VC ACHA DISSO?

(05:27:11) Cláudia Trevisan: Galo da Comarca, estive na Bolívia há uma no, quando foi aprovada a lei, e voltei agora. É inegável que há um aumento da hostilidade contra o Brasil, especialmente no governo. Na Bolívia, o país imperialista é o Brasil, não os Estados Unidos. A Petrobras é a maior empresa do país, responde por 15% do PIB e é a maior pagadora de impostos. Além disso, há vários brasileiros plantando soja na região de Santa Cruz. Pelo menos 35% da produção de soja na Bolívia é feita por brasileiros.

(05:27:23) Edson-bh-mg fala para Cláudia Trevisan: Você acha que as medidas tomadas por Evo Moralez são de cunho populista ou algo que, de fato, é em defesa dos interesses do povo boliviano??

(05:28:46) Cláudia Trevisan: Edson-bh-mg, apesar do apoio popular que recebeream, creio que as medidas serão prejudiciais a longo prazo. A Bolívia depende de investimentos estrangeiros para desenvolver suas reservas de gás. É um país pobre, com um PIB de US$ 9,3 bilhões, com enormes carências sociais. Sem capital estrangeiro, é pouco provável que o país consiga desenvolver suas reservas naturais.

(05:29:05) sandro fala para Cláudia Trevisan: fiquei sabendo q o presidente ira abrir mao da petrobras

(05:29:38) Cláudia Trevisan: sandro, qual presidente e o que quer dizer "abrir mão da petrobras"?

(05:29:57) David fala para Cláudia Trevisan: Cláudia Trevisan, a crise com a Bolívia de alguma forma fortalece a candidatura de Geraldo Alckmin ?

(05:30:31) Cláudia Trevisan: David, acho que tudo dependerá do desfecho da crise e da leitura que a população fizer da atitude de Lula. Por enquanto, acho que a leitura é negativa.

(05:30:47) Boliviano Ladrão fala para Cláudia Trevisan: Por que o Governo Brasileiro não representa contra a Bolivia na OMC , e por que não foi tomada nenhuma medida de retiliação tendo como base o principio da reciprocidade ?

(05:32:46) Cláudia Trevisan: Boliviano, a Petrobras anunciou que recorrerá à arbitragem internacional caso se julgue prejudicada na Bolívia. Antes da edição do decreto, creio que o Brasil e a Petrobras acreditavam que o país teria tratamento diferenciado, em razão dos investimentos realizados na Bolívia e pelos laços que unem os dois presidentes. Tanto é que a Petrobras foi a única empresa que não comunicou o governo boliviano que iria iniciar processos de arbitragem no ano passado, quando a lei de nacionalização foi aprovada.

(05:33:01) dizo-waldyr fala para Cláudia Trevisan: O QUE A BOLIVIA FARIA SE O BRASIL NÃO COMPRAR MAIS GAS DELES

(05:34:14) Cláudia Trevisan: dizo-waldyr, a Bolívia quebra se o Brasil deixar de comprar gás do país. Como disso antes, 37% da arrecadação tributária do país vem da exploração de gás e o Brasil é o principal comprador do produto. Para vender a outro país, a Bolívia tem de construir gasodutos, em um process que demanda alguns anos. Ou seja, eles não têm alternativa.

(05:34:40) YYZ fala para Cláudia Trevisan: O Lula e o governo de modo geral seriam inteligentes se instituissem algum tipo de boicote à Bolívia?

(05:35:23) Cláudia Trevisan: Não creio que um boicote seja a solução. Afetaria principalmente a população boliviana e só estimularia o sentimento anti-Brasil existente no país.

(05:35:41) Matuto fala para Cláudia Trevisan: a Petrobras foi a única empresa que não comunicou o governo boliviano que iria iniciar processos de arbitragem no ano passado, quando a lei de nacionalização foi aprovada. Isso não teria sido um erro?

(05:36:05) Cláudia Trevisan: Na minha opinião, foi um erro.

(05:36:17) advogado41msn fala para Cláudia Trevisan: você não acha que foi ingenuidade do governo brasileiro? por lá vc senteiu um clima de hostilidades contra brasileiros?

(05:37:42) Cláudia Trevisan: advogado41msn, não senti um clima de hostilidade contra brasileiros, mas sim contra o Brasil. Creio que o governo e a Petrobras deveriam ter reagido já no ano passado, quando a lei de nacionalização foi aprovada. Em minha opinião, não tomaram essa atitude por acreditar que a Bolívia não prejudicaria a Petrobras e o Brasil.

(05:38:06) gabisan fala para Cláudia Trevisan: Essa media adotada por Evo Morales atinge outras multinacionais, qual a posição da multinacional norte-americana que atua na Bolívia?

(05:39:27) Cláudia Trevisan: gabisan, atinge outras multinacionais, principalmente a Repsol (espanhola) e a Total (francesa). Há cerca de 20 empresas estrangeiras no setor de gás e petróleo da Bolívia. Mas nenhum das grandes é norte-americana. Os espanhóis protestaram de maneira mais vigorosa que o Brasil, mas também estão tentando negociar.

(05:39:35) semapelido fala para Cláudia Trevisan: Claudia, creio que deste limão o Brasil pode aproveitar e fazer uma limonada e com isso redirecionar seus investimentos para os campos nacionais, estaria eu errado? Quais as perspectivas para isso, o prazo?

(05:40:26) Cláudia Trevisan: semapelido, a Petrobras aparentemente decidiu acelerar o cronograma de exploração do Campo de Mexilhão, em Santos, mas ele não estará em operação antes de 2008 ou 2009.

(05:40:26) bedas fala para Cláudia Trevisan: e quanto a essa expulsão de brasileiros que estão nas fronteiras, isso não aumentará uma rejeição de brasileiros aos bolivianos?

(05:40:55) Cláudia Trevisan: bedas, há alguns casos de conflitos na fronteira e é claro que aumenta a animosidade entre os dois lados.

(05:41:01) RFT fala para Cláudia Trevisan: Corporações tem capacitação para modelar a securitização e o project finance para desenhar alternativas de refinanciamento, para administrar riscos, e desenvolver instrumentos financeiros para o projeto. Pode a YPFB da Bolivia emitir títulos (securities) lastreados nos seus ativos (gás e óleo), remodelando o seu cash flow e conciliando riscos, retornos, e a liquidez dos títulos de forma a manter a atratividade da parceria no investimento, conciliando a falta de recursos finaceiros para a idenizar os ativos da Petrobrás através de tais mecanismo de finaciamento da compra?

(05:42:57) Cláudia Trevisan: rft, os ativos que a YPFB terá decorrem da transferência de ativos que hoje pertencem às empresas estrangeiras. Como elas pretendem contestar a perda de patrimônio em cortes de arbitragem internacional, não vejo como provável a concessão de financiamento externo à empresa. Afinal, não há nenhuma segurança de que o ativo dado em garantia permaneça no patrimônio da YPFB.

(05:43:21) alex fala para Cláudia Trevisan: Essa volta a estatização era algo que no Brasil já não se acreditava mais que houvesse espaço para acontecer, o que talvez explicaria a "passividade" na atuação do governo. Mas quanto representa para o Brasil perder este mercado?Li que seria cerca de 2% da arrecadação da Petrobras. Isso é verdade?

(05:45:09) Cláudia Trevisan: O impacto sobre a receita da Petrobras é realmente pequeno. Mesmo assim, a empresa está obrigada a defender seu patrimônio. Além de ser estatal, tem ações negociadas em Bolsa. Em última análise são os brasileiros e seus acionistas que arcam com o eventual prejuízo.

(05:46:06) Ricardo Cunha fala para Cláudia Trevisan: Claudia, voce acha possivel que a partir desta crise o Brasil reveja a sua posição no mercosul, podendo mesmo abandoná-la para fazer acordos que possam ser mais vantajosos ao pais?

(05:47:06) Cláudia Trevisan: Ricardo Cunha, a integração latino-americana é o principal projeto da política externa do governo Lula e acho pouco provável seu abandono. A prioridade que o governo dá para a região ajuda a entender porque Lula tem sido tão conciliador com a Bolívia.

(05:47:29) alex fala para Cláudia Trevisan: Bem a bomba estourou em 2006, mas foi armada bem antes. Por que durante tantos anos, isso inclussive nos gevernos militares, recusaram a empreitada do gasoduto e o governo anterior aceitou esta dependencia mesmo com pareceres técnicos da Petrobras?

(05:48:15) Cláudia Trevisan: alex, creio que o projeto de integração latino-americana, que não nasceu no governo Lula, foi determinante para esta decisão.

(05:49:31) Edson-bh-mg fala para Cláudia Trevisan: Cláudia, esta idéia do gasoduto continental, que o Lula mencionou semana passada, não seria uma das coisas mais surreais que ele já poderia ter pensado??

(05:51:26) Cláudia Trevisan: edson-bh-mg, o grande gasoduto do sul foi idealizado por Chávez, que tem o claro projeto de usar o potencial energético da Venezuela para aumentar sua influência na América do Sul. Teoricamente, a integração energética faz sentido. Mas, depois da crise da Bolívia, a defensa do projeto ficou muito mais difícil.

(05:51:31) marcelo.sp fala para Cláudia Trevisan: Voce nao acha que os ministros que deveriam cuidar desse impasse, nao p Presidente? Será que há algo por tras disso??

(05:52:20) Cláudia Trevisan: marcelo.sp, o presidente se reuniu com outros presidentes para discutir o assunto logo depois da edição do decreto. Agora, quem está negociando é o ministro das Minas e Energia e o presidente da Petrobras.

(05:53:02) alex fala para Cláudia Trevisan: Então o ponto chave desta discussão passa pela integração Latino Americano?Em vista da globalização dos mercados e a constante procura de novos parceiros, qual a importancia deste mercado para o Brasil e qual seu impacto em relação a outros mercados, tipo a ALCA?

(05:55:11) Cláudia Trevisan: alex, a Alca inclui a América Latina. A percepção do governo Lula é que a região poderá negociar a Alca em uma posição de força se houver a integração da América do Sul. Se olharmos no mundo, existe a formação de blocos econômicos em todas as regiões (Nafta, União Européia, Asean). Sob esse pontos de vista, a integração da América do Sul estaria dentro de uma tendência mundial, de criação de mercados maiores, com mais consumidores e maior escala de produção.

(05:55:11) Dudsss fala para Cláudia Trevisan: vc acha q o q a revista The Economist disse sobre o lula ?(para mim eles estaum certos)

(05:56:21) Cláudia Trevisan: dudsss, acho que eles têm razão quando dizem que o Chávez saiu vencedor neste conflito entre Brasil e Bolívia. O que Morales fez conta com a total aprovação de Chávez e aproxima o presidente da Bolívia de seu estilo de atuação política.

(05:56:45) Kênio fala para Cláudia Trevisan: serão sancionados os decretos para desapropriação da área de fronteira boliviana?

(05:57:27) Cláudia Trevisan: O ministro da Agricultura deu uma entrevista à Folha na qual disse que sim. Não seriam desapropriadas, mas sim expropriadas, porque o governo considera que sua ocupação é ilegal.

(05:58:15) Bruno-Santos fala para Cláudia Trevisan: Que relações comerciais é possível estabelecer com países que expropriam bens alheios sem o menor pudor? Como se daria a integração de Venezuela e Bolívia em um mercado como a Alca? Existiria segurança para que outras empresas investissem nesses países sem correr o risco de terem todos os seu investimentos "incorporados" a esses países quando um presidente "acordasse de mau-humor"?

(05:59:54) Cláudia Trevisan: Bruno-Santos - O que está ocorrendo na Bolívia levanta uma série de interrogantes sobre o futuro do projeto de integração latino-americana. Aparentemente, está surgindo uma divisão na região, com Chávez e Morales de um lado e Brasil, Uruguai, Chile e Argentina de outro. A dúvida é saber para onde vamos a partir de agora.

(06:00:48) Cláudia Trevisan: Espero ter ajudado na compreensão do que ocorre hoje na Bolívia. Obrigada a todos pela participação.

(06:01:50) Cláudia Trevisan: Até a próxima.

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