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11/05/2006
-
22h57
da Folha Online
O governo brasileiro manifesta uma reação "muito suave" à decisão da Bolívia de nacionalizar a produção e distribuição de petróleo e gás no país, segundo avaliação da jornalista Cláudia Trevisan, enviada especial do jornal a La Paz para o cobertura da crise. A jornalista participou de bate-papo com 555 internautas.
"É importante dizer que esse processo teve início no ano passado, com a aprovação pelo Congresso boliviano da lei que nacionalizou o gás. Na época, o Brasil já teve uma reação muito mais tímida que a de outros países", disse a jornalista.
Para a jornalista, é evidente que o presidente Hugo Chávez (Venezuela) teve uma participação decisiva no processo que levou à edição do decreto de Morales. "[O decreto] vai muito além do que diz a lei aprovada pelo Congresso em 2005. Sem o apoio de Chávez e da PDVSA, seria pouco provável que Morales adotasse um tom tão belicoso em relação à Petrobras e o Brasil", escreveu a jornalista no bate-papo.
Cláudia Trevisan lembrou que há uma "dependência mútua" entre Brasil e Bolívia na questão do gás. "No limite, a Bolívia tem mais a perder que o Brasil. Nada menos que 37% da arrecadação tributária da Bolívia vem da exploração de gás e petróleo. Só a Petrobras responde por 24% da receita do país. Além disso, a Bolívia não tem alternativa a curto prazo a não ser vender gás para o Brasil."
A jornalista afirmou que, em um primeiro momento, a atitude tímida em relação às decisões de Evo Morales pode trazer prejuízo político a Lula. "Enquete feita pela Folha Online mostra que 70% dos internautas defendem uma reação mais agressiva. Mas se conseguir contornar a crise e evitar o aumento do gás, Lula poderá dizer que teve a reação mais sensata."
Cláudia Trevisan afirmou que a crise diz respeito apenas ao gás, neste momento. "Mas pode ter impacto sobre outros negócios que brasileiros têm na Bolívia, na medida em que estimula o sentimento anti-Brasil no país", disse.
Cláudia Trevisan lembrou aos internautas que o ministro das Minas e Energia, Silas Rondeau, e o presidente da Petrobras, José Sérgio Gabrielli, foram à Bolívia para tentar negociar o preço do gás e a situação da empresa no país. "Mas um fato é incontestável: a Petrobras terá perdas na Bolívia, decorrentes da expropriação de parte de seu patrimônio".
Especial
Confira a íntegra do bate-papo
Confira a cobertura completa da nacionalização na Bolívia
Para jornalista, Brasil teve reação "muito suave" às decisões da Bolívia
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O governo brasileiro manifesta uma reação "muito suave" à decisão da Bolívia de nacionalizar a produção e distribuição de petróleo e gás no país, segundo avaliação da jornalista Cláudia Trevisan, enviada especial do jornal a La Paz para o cobertura da crise. A jornalista participou de bate-papo com 555 internautas.
"É importante dizer que esse processo teve início no ano passado, com a aprovação pelo Congresso boliviano da lei que nacionalizou o gás. Na época, o Brasil já teve uma reação muito mais tímida que a de outros países", disse a jornalista.
Para a jornalista, é evidente que o presidente Hugo Chávez (Venezuela) teve uma participação decisiva no processo que levou à edição do decreto de Morales. "[O decreto] vai muito além do que diz a lei aprovada pelo Congresso em 2005. Sem o apoio de Chávez e da PDVSA, seria pouco provável que Morales adotasse um tom tão belicoso em relação à Petrobras e o Brasil", escreveu a jornalista no bate-papo.
Folha Imagem |
A repórter Cláudia Trevisan, que participa de bate-papo |
Cláudia Trevisan lembrou que há uma "dependência mútua" entre Brasil e Bolívia na questão do gás. "No limite, a Bolívia tem mais a perder que o Brasil. Nada menos que 37% da arrecadação tributária da Bolívia vem da exploração de gás e petróleo. Só a Petrobras responde por 24% da receita do país. Além disso, a Bolívia não tem alternativa a curto prazo a não ser vender gás para o Brasil."
A jornalista afirmou que, em um primeiro momento, a atitude tímida em relação às decisões de Evo Morales pode trazer prejuízo político a Lula. "Enquete feita pela Folha Online mostra que 70% dos internautas defendem uma reação mais agressiva. Mas se conseguir contornar a crise e evitar o aumento do gás, Lula poderá dizer que teve a reação mais sensata."
Cláudia Trevisan afirmou que a crise diz respeito apenas ao gás, neste momento. "Mas pode ter impacto sobre outros negócios que brasileiros têm na Bolívia, na medida em que estimula o sentimento anti-Brasil no país", disse.
Cláudia Trevisan lembrou aos internautas que o ministro das Minas e Energia, Silas Rondeau, e o presidente da Petrobras, José Sérgio Gabrielli, foram à Bolívia para tentar negociar o preço do gás e a situação da empresa no país. "Mas um fato é incontestável: a Petrobras terá perdas na Bolívia, decorrentes da expropriação de parte de seu patrimônio".
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