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19/05/2006
-
11h54
VINICIUS ALBUQUERQUE
da Folha Online
O prêmio Nobel de Economia, Joseph Stiglitz, elogiou as medidas tomadas pelo presidente boliviano, Evo Morales, entre elas a de nacionalizar as reservas de petróleo e gás natural do país, de ter um papel mais ativo na economia e buscar acordos comerciais que beneficiem a Bolívia e não sejam de "imposição".
"A Bolívia não estava recebendo uma retribuição justa por seus recursos naturais e as negociações devem acontecer de forma franca e muito aberta, de modo que a população saiba a que se destinam e como se distribuem o que for cobrado por seus recursos naturais", disse, segundo a estatal Agência Boliviana da Informação.
A nacionalização dos hidrocarbonetos na Bolívia foi decretada por Morales no dia 1º deste mês.
Pelo decreto assinado por Morales, o Estado recupera a propriedade, a posse, o controle total e absoluto de todos os recursos hidrocarbonetos. No Brasil, o presidente da Petrobras, José Sérgio Gabrielli, disse que a decisão foi "unilateral" e "não amistosa" e não descartou a possibilidade de a empresa ir à Justiça para assegurar o direito de propriedade de seus campos e ativos no país.
Stiglitz disse que os tratados de livre-comércio negociados pelo Peru e pela Colômbia com os EUA "não são justos" porque trarão mais prejuízos que benefícios. Pelos tratados, os mercados de soja nesses dois países foram abertos à produção americana, prejudicando as exportações bolivianas.
Ele disse que os tratados não foram implementados por negociação, mas por "imposição".
O presidente Morales decidiu não firmar acordos bilaterais com os EUA e sim os chamados TCP (Tratados Comerciais dos Povos) com a Venezuela e com Cuba, que envolvem liberação imediata de mercados e intercâmbio de programas e apoios de cooperação em matéria de saúde, educação e desenvolvimento.
Morales ainda esteve, às vésperas de decretar a nacionalização, em Havana, juntamente com o presidente venezuelano, Hugo Chávez, para se encontrar com o ditador cubano, Fidel Castro. Os três reuniram-se para debater tratados comerciais alternativos para a região e Morales oficializou a entrada da Bolívia na Alba (Alternativa Bolivariana para as Américas), proposta por Chávez como alternativa à Alca (Área de Livre Comércio das Américas).
Segundo Stiglitz, o atual modelo econômico fracassou e as iniciativas do governo boliviano darão ao Estado um papel de destaque na economia, deixando de lado as diretrizes do chamado "Consenso de Washington" --receituário de reformas econômicas neoliberais apresentado em 1989 para promover o crescimento na América Latina.
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da Folha Online
O prêmio Nobel de Economia, Joseph Stiglitz, elogiou as medidas tomadas pelo presidente boliviano, Evo Morales, entre elas a de nacionalizar as reservas de petróleo e gás natural do país, de ter um papel mais ativo na economia e buscar acordos comerciais que beneficiem a Bolívia e não sejam de "imposição".
"A Bolívia não estava recebendo uma retribuição justa por seus recursos naturais e as negociações devem acontecer de forma franca e muito aberta, de modo que a população saiba a que se destinam e como se distribuem o que for cobrado por seus recursos naturais", disse, segundo a estatal Agência Boliviana da Informação.
A nacionalização dos hidrocarbonetos na Bolívia foi decretada por Morales no dia 1º deste mês.
Pelo decreto assinado por Morales, o Estado recupera a propriedade, a posse, o controle total e absoluto de todos os recursos hidrocarbonetos. No Brasil, o presidente da Petrobras, José Sérgio Gabrielli, disse que a decisão foi "unilateral" e "não amistosa" e não descartou a possibilidade de a empresa ir à Justiça para assegurar o direito de propriedade de seus campos e ativos no país.
Stiglitz disse que os tratados de livre-comércio negociados pelo Peru e pela Colômbia com os EUA "não são justos" porque trarão mais prejuízos que benefícios. Pelos tratados, os mercados de soja nesses dois países foram abertos à produção americana, prejudicando as exportações bolivianas.
Ele disse que os tratados não foram implementados por negociação, mas por "imposição".
O presidente Morales decidiu não firmar acordos bilaterais com os EUA e sim os chamados TCP (Tratados Comerciais dos Povos) com a Venezuela e com Cuba, que envolvem liberação imediata de mercados e intercâmbio de programas e apoios de cooperação em matéria de saúde, educação e desenvolvimento.
Morales ainda esteve, às vésperas de decretar a nacionalização, em Havana, juntamente com o presidente venezuelano, Hugo Chávez, para se encontrar com o ditador cubano, Fidel Castro. Os três reuniram-se para debater tratados comerciais alternativos para a região e Morales oficializou a entrada da Bolívia na Alba (Alternativa Bolivariana para as Américas), proposta por Chávez como alternativa à Alca (Área de Livre Comércio das Américas).
Segundo Stiglitz, o atual modelo econômico fracassou e as iniciativas do governo boliviano darão ao Estado um papel de destaque na economia, deixando de lado as diretrizes do chamado "Consenso de Washington" --receituário de reformas econômicas neoliberais apresentado em 1989 para promover o crescimento na América Latina.
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