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22/05/2006
-
18h47
DENYSE GODOY
da Folha Online
Com o recrudescimento dos temores de alta da inflação e dos juros nos EUA, o mercado financeiro teve um dia de forte pessimismo, o pior desde que os investidores começaram a desconfiar que o clima de bonança dos últimos meses poderia estar perto do fim.
O dólar comercial disparou 3,57% nesta segunda-feira e terminou o dia vendido a R$ 2,289 --maior valor desde 19 de janeiro--, acompanhando o risco-país, que no começo da noite subia 5,3%, para 278 pontos. A variação percentual da moeda norte-americana no fim do expediente é a maior desde maio de 2003.
A Bovespa caiu hoje pelo quarto pregão seguido-- fechou aos 36.496 pontos, com giro de R$ 3,311 bilhões e baixa de 3,27%, a maior desde 18 de outubro do ano passado. Durante o dia, chegou ao patamar mínimo de 35.663 pontos.
A Bolsa de Nova York, as principais asiáticas e européias também recuaram.
O pessimismo global --exagerado, na opinião de especialistas-- começou no dia 10, quando o Fed (Federal Reserve, banco central norte-americano) decidiu aumentar em 0,25 ponto percentual, para 5% ao ano, a taxa básica de juros dos EUA. Essa medida era amplamente aguardada, mas a expectativa do mercado era de que houvesse uma sinalização de interrupção do ciclo de altas --a última foi a 16ª consecutiva.
Entretanto, o Fed disse, em nota, que outras elevações ainda podem ser feitas dependendo do comportamento dos indicadores econômicos.
Quando os juros nos EUA sobem, os grandes investidores internacionais abandonam suas aplicações em mercados emergentes, como o brasileiro, em busca de ativos de menor risco --dos quais os treasuries (títulos do tesouro norte-americano) são o melhor exemplo.
Cautela
Ainda não se pode dizer se o mau humor observado nos últimos pregões da Bovespa é apenas um ajuste ou representa, de fato, uma inversão da tendência de otimismo. No começo de maio, a Bolsa chegou ao nível recorde de 41.979 pontos e o dólar caiu para R$ 2,056.
Espera-se que a ata da última reunião do Fed, que será divulgada em 31 de maio, possa dar pistas mais claras e objetivas sobre o rumo dos juros nos EUA. Se houver indicações de que a taxa tende a subir mais, o mercado pode se acomodar neste nível mais baixo. Ao contrário, se sinalizar uma pausa no ciclo de elevações, o bom humor de antes pode até ser retomado.
O Banco Central tenta acalmar os ânimos, entretanto. O diretor de política monetária do BC, Rodrigo Azevedo, disse hoje, em entrevista coletiva à imprensa, que é "pouco provável" que uma crise de grandes proporções como a da Ásia, que atingiu o país em 1997, se repita, porque os fundamentos da economia brasileira melhoraram muito desde então. No curto prazo, a volatilidade deve persistir. Analistas de mercado também vêem o movimento atual como exagerado.
Para os investidores pessoa física, a recomendação dos especialistas é de cautela. "É melhor esperar a definição de uma tendência", afirma Rodrigo Aché, responsável pela área de equity sales do Banco Brascan.
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Com o recrudescimento dos temores de alta da inflação e dos juros nos EUA, o mercado financeiro teve um dia de forte pessimismo, o pior desde que os investidores começaram a desconfiar que o clima de bonança dos últimos meses poderia estar perto do fim.
O dólar comercial disparou 3,57% nesta segunda-feira e terminou o dia vendido a R$ 2,289 --maior valor desde 19 de janeiro--, acompanhando o risco-país, que no começo da noite subia 5,3%, para 278 pontos. A variação percentual da moeda norte-americana no fim do expediente é a maior desde maio de 2003.
A Bovespa caiu hoje pelo quarto pregão seguido-- fechou aos 36.496 pontos, com giro de R$ 3,311 bilhões e baixa de 3,27%, a maior desde 18 de outubro do ano passado. Durante o dia, chegou ao patamar mínimo de 35.663 pontos.
A Bolsa de Nova York, as principais asiáticas e européias também recuaram.
O pessimismo global --exagerado, na opinião de especialistas-- começou no dia 10, quando o Fed (Federal Reserve, banco central norte-americano) decidiu aumentar em 0,25 ponto percentual, para 5% ao ano, a taxa básica de juros dos EUA. Essa medida era amplamente aguardada, mas a expectativa do mercado era de que houvesse uma sinalização de interrupção do ciclo de altas --a última foi a 16ª consecutiva.
Entretanto, o Fed disse, em nota, que outras elevações ainda podem ser feitas dependendo do comportamento dos indicadores econômicos.
Quando os juros nos EUA sobem, os grandes investidores internacionais abandonam suas aplicações em mercados emergentes, como o brasileiro, em busca de ativos de menor risco --dos quais os treasuries (títulos do tesouro norte-americano) são o melhor exemplo.
Cautela
Ainda não se pode dizer se o mau humor observado nos últimos pregões da Bovespa é apenas um ajuste ou representa, de fato, uma inversão da tendência de otimismo. No começo de maio, a Bolsa chegou ao nível recorde de 41.979 pontos e o dólar caiu para R$ 2,056.
Espera-se que a ata da última reunião do Fed, que será divulgada em 31 de maio, possa dar pistas mais claras e objetivas sobre o rumo dos juros nos EUA. Se houver indicações de que a taxa tende a subir mais, o mercado pode se acomodar neste nível mais baixo. Ao contrário, se sinalizar uma pausa no ciclo de elevações, o bom humor de antes pode até ser retomado.
O Banco Central tenta acalmar os ânimos, entretanto. O diretor de política monetária do BC, Rodrigo Azevedo, disse hoje, em entrevista coletiva à imprensa, que é "pouco provável" que uma crise de grandes proporções como a da Ásia, que atingiu o país em 1997, se repita, porque os fundamentos da economia brasileira melhoraram muito desde então. No curto prazo, a volatilidade deve persistir. Analistas de mercado também vêem o movimento atual como exagerado.
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