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22/05/2006
-
18h13
DENYSE GODOY
da Folha Online
Enquanto o mercado financeiro tem um dia de grande pessimismo, com a forte queda da Bovespa e a disparada do dólar comercial e do risco-país, o Banco Central tenta acalmar os ânimos, dizendo que o Brasil está muito mais preparado para enfrentar períodos de volatilidade.
Henrique Meirelles, presidente do BC, considerou normal a baixa da Bolsa brasileira hoje.
Rodrigo Azevedo, diretor de política monetária da instituição, afirmou, em entrevista coletiva à imprensa, ser "pouco provável" que uma crise de grandes proporções como a da Ásia, que atingiu o país em 1997, se repita, porque os fundamentos da economia brasileira --como a balança de pagamentos, a inflação e as reservas internacionais-- melhoraram muito desde então. "O Brasil continua na trajetória de crescimento sustentado, rumo ao investment grade", disse.
O "investment grade" (grau de investimento), concedido pelas agências de classificação de risco, é uma recomendação do nível mais seguro de investimento. "Em momentos como esse, os fundamentos da economia são testados. É uma oportunidade de mostrar aos investidores que o Brasil está mais sólido", afirmou Azevedo, admitindo que essa é uma avaliação otimista.
Na sua opinião, o país pode até enfrentar turbulências no curto prazo, mas as tendências de médio e longo prazo serão mantidas. "O mundo todo está passando por um ajuste, devido ao aperto de juros da economia norte-americana. Ainda há dúvidas se isso é uma reversão de tendência", afirmou.
O diretor de política monetária não quis responder se a volatilidade ora observada pode fazer com que o BC interrompa o ciclo de redução da Selic --inicialmente, esperava-se que, na reunião dos próximos dias 30 e 31, a taxa fosse cortada em 0,75 ponto percentual, mas o mercado já aposta em uma redução de 0,5 ponto. "Até lá, teremos uma idéia melhor de como isso pode afetar a trajetória dos juros", disse.
Ele também não comentou o impacto que a recente elevação da taxa de câmbio --desde o início do mês, o dólar comercial saltou de R$ 2,056 para os quase R$ 2,30 desta segunda-feira-- pode ter sobre a inflação e os juros. "Certamente o câmbio estará incorporado à análise que fazemos sobre a inflação, mas, dada a dificuldade de prevê-lo, não tenho muito o que dizer a esse respeito", falou.
Às 16h50, a moeda norte-americana disparava 3,86%, para R$ 2,42, o risco Brasil subia 5,69%, para 279 pontos, e a Bovespa tinha queda de 3,04%, para 36.584 pontos.
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Henrique Meirelles, presidente do BC, considerou normal a baixa da Bolsa brasileira hoje.
Rodrigo Azevedo, diretor de política monetária da instituição, afirmou, em entrevista coletiva à imprensa, ser "pouco provável" que uma crise de grandes proporções como a da Ásia, que atingiu o país em 1997, se repita, porque os fundamentos da economia brasileira --como a balança de pagamentos, a inflação e as reservas internacionais-- melhoraram muito desde então. "O Brasil continua na trajetória de crescimento sustentado, rumo ao investment grade", disse.
O "investment grade" (grau de investimento), concedido pelas agências de classificação de risco, é uma recomendação do nível mais seguro de investimento. "Em momentos como esse, os fundamentos da economia são testados. É uma oportunidade de mostrar aos investidores que o Brasil está mais sólido", afirmou Azevedo, admitindo que essa é uma avaliação otimista.
Na sua opinião, o país pode até enfrentar turbulências no curto prazo, mas as tendências de médio e longo prazo serão mantidas. "O mundo todo está passando por um ajuste, devido ao aperto de juros da economia norte-americana. Ainda há dúvidas se isso é uma reversão de tendência", afirmou.
O diretor de política monetária não quis responder se a volatilidade ora observada pode fazer com que o BC interrompa o ciclo de redução da Selic --inicialmente, esperava-se que, na reunião dos próximos dias 30 e 31, a taxa fosse cortada em 0,75 ponto percentual, mas o mercado já aposta em uma redução de 0,5 ponto. "Até lá, teremos uma idéia melhor de como isso pode afetar a trajetória dos juros", disse.
Ele também não comentou o impacto que a recente elevação da taxa de câmbio --desde o início do mês, o dólar comercial saltou de R$ 2,056 para os quase R$ 2,30 desta segunda-feira-- pode ter sobre a inflação e os juros. "Certamente o câmbio estará incorporado à análise que fazemos sobre a inflação, mas, dada a dificuldade de prevê-lo, não tenho muito o que dizer a esse respeito", falou.
Às 16h50, a moeda norte-americana disparava 3,86%, para R$ 2,42, o risco Brasil subia 5,69%, para 279 pontos, e a Bovespa tinha queda de 3,04%, para 36.584 pontos.
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