Saltar para o conteúdo principal

Publicidade

Publicidade

 
 
  Siga a Folha de S.Paulo no Twitter
29/06/2006 - 19h47

Veja explicações do governo sobre a definição da TV digital

Publicidade

da Folha Online

O Palácio do Planalto explicou alguns pontos sobre a definição da TV digital. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva assinou hoje, em cerimônia no Palácio do Planalto, o decreto que regulamenta a escolha do padrão japonês para a TV digital brasileira.

Como foi o processo de definição do padrão SBDTV-T?
A criação do Sistema Brasileiro de Televisão Digital Terrestre (SBTVD-T) iniciou-se com a edição do decreto presidencial nº 4901, de 26 de novembro de 2003, quando, em vez de aceitar um padrão totalmente desenvolvido no exterior, o Governo Federal optou por mobilizar cientistas, pesquisadores e as empresas brasileiras em busca do sistema mais adequado às características da televisão aberta brasileira, que chega gratuitamente a mais de 90% dos lares brasileiros. Foram investidos recursos de R$ 60 milhões em 22 consórcios envolvendo 106 universidades, institutos de pesquisa e empresas privadas. As pesquisas resultaram em um sistema original, nipo-brasileiro.

Por que demorou tanto para o Governo brasileiro definir o novo padrão?
Por causa da grande complexidade dos temas envolvidos: aspectos legais, regulatórios, tecnológicos e de mercado, entre outros. Houve também a oportunidade de se promover o desenvolvimento de soluções inovadoras, mobilizando a engenharia nacional deste setor, que teve uma chance rara de impulsionar a Pesquisa e Desenvolvimento em diversas áreas - da engenharia de televisão propriamente à política industrial e tecnológica para microeletrônica, passando pela indústria de software.

Por que o padrão japonês foi o escolhido?
Tecnologicamente, pela robustez do sistema de modulação e pela flexibilidade e portabilidade dos padrões do ISDB-T. Estrategicamente, pela oportunidade de compartilhar com o Japão a evolução de seu sistema, que foi uma evolução dos dois anteriores, tanto o americano ATSC, o primeiro padrão, como o europeu DVB. Além disso, o modelo japonês permite a recepção móvel, tanto em celulares como em veículos em movimento, sem custo para o consumidor.

Quais são as inovações tecnológicas desenvolvidas pelos cientistas brasileiros e que foram incorporadas no SBTVD-T?
Entre as inovações propostas pelo Brasil estão o sistema de compressão de vídeo H.264, o middleware brasileiro Ginga e terminais de acesso de baixo custo, que favorecem a inclusão digital.

A opção do Brasil pelo modelo japonês não vai isolar o país, uma vez que o sistema só existe em um país do mundo?
Não. A diferença básica entre os padrões encontra-se no chamado sistema de modulação. Numa caixa de recepção e conversão de sinais digitais para analógicos (os set top box), a eletrônica do sistema de modulação representa um custo adicional inferior a 10% do preço total da caixa conversora. Se fosse verdade a tese do isolamento, as grandes empresas japonesas de eletrônica não conseguiriam vender seus equipamentos nos EUA e na Europa, como fazem normalmente. Além disso, a inovação brasileira proposta no middleware do sistema de televisão digital permitirá que programas produzidos no Brasil "conversem" com todos os demais padrões, assim como os programas produzidos nos outros padrões poderão "rodar" no SBTVD-T. Até esta importante inovação brasileira, não havia interoperabilidade entre os padrões existentes no mundo.

Quais os benefícios da sociedade com o novo padrão de transmissão dos sinais de televisão?
A TV digital vai oferecer à população brasileira uma melhoria significativa na qualidade de imagem (igual ou superior à de DVD), alta definição (imagem semelhante à do cinema com som estéreo), acesso a serviços via controle remoto da TV (comunicação direta com órgãos de governo, marcação de consultas no SUS, verificação de dados da Previdência, programas de educação à distância etc) e alta qualidade técnica nas transmissões (sem "chuvisco", "fantasmas" ou interferências). Futuramente será possível assistir televisão com imagem perfeita em celulares e aparelhos de TV instalados em trens, ônibus, táxis ou veículos particulares - sem qualquer custo adicional. Por sua interatividade, o novo sistema também favorece a inclusão digital.

O consumidor terá que comprar outra televisão para receber o sinal em alta definição?
Não. Basta a instalação de um decodificador - também chamado de caixa de conversão do sinal digital para o analógico -, para melhorar de imediato a imagem de um televisor comum. Além disso, respeitado o período de transição de 10 anos, enquanto as emissoras de TV forem progressivamente passando a gerar seus programas em sinal digital, os aparelhos em todo o Brasil continuarão a receber sinal analógico.

O modelo restringe o número de canais de TV?
Pelo contrário, amplia. Todos os canais existentes na TV aberta terão sua faixa no SBTVD-T. Embora o espectro seja finito, mesmo em cidades especialmente congestionadas, como São Paulo, por exemplo, haverá espaço para concessão de dois novos canais. Além disso, o decreto assinado pelo Presidente Lula prevê a criação de quatro canais digitais de TV públicos (4 faixas de 6 MHz, que podem ser subdivididas em até 4 cada uma).

O acordo com os japoneses trouxe que vantagens para o País?
O Termo de Implementação assinado pelos Governos do Brasil e do Japão prevê a cooperação entre os dois países na pesquisa e desenvolvimento de novas tecnologias e os direitos de propriedade intelectual decorrentes de inovações conjuntas serão compartilhados. O banco japonês de fomento JBIC vai ajudar a financiar, juntamente com o BNDES, a reestruturação e novos projetos da indústria brasileira de microeletrônica. A estratégia de implantação de uma fábrica de semicondutores no Brasil também foi contemplada nas negociações, prevendo, além do investimento privado japonês, acordos para transferência de tecnologia e a formação de mão-de-obra especializada, de alto nível, no Brasil e no Japão.

O sistema SBDTV-T poderá ser exportado para o exterior pelo Brasil?
Sim. O Brasil pretende, em conjunto com o Japão, associar esforços de desenvolvimento de outros países, a começar do Mercosul e da América do Sul. E algumas das inovações brasileiras incorporadas ao SBDTV-T - como a possibilidade de intercâmbio de conteúdos com os demais sistemas digitais do mundo - são soluções de uso universal que já estão despertando o interesse de grupos internacionais.

Leia mais
  • Entenda o que está em jogo na definição da TV digital
  • Análise: Redes de TV saem ganhando com a escolha
  • Padrão japonês pode custar mais para consumidor
  • Confira repostas para as principais dúvidas

    Especial
  • Confira a cobertura completa da escolha do padrão de TV digital
  •  

    Publicidade

    Publicidade

    Publicidade


    Voltar ao topo da página