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17/07/2006
-
17h49
JANAÍNA LEITE
da Folha de S.Paulo
A oferta feita pela Sadia à Perdigão foi considerada pelos executivos da empresa, à primeira vista, como abaixo do que realmente valem as suas ações. Em entrevista concedida há pouco, em São Paulo, o presidente da Perdigão, Nildemar Secches, informou que estuda a contratação de novo laudo para embasar a decisão dos acionistas.
"O preço é um pré-requisito. Estamos vivendo um processo preliminar, no qual nossa missão é dar elementos aos acionistas para nortear sua decisão", disse Secches. Ele lembrou instituições financeiras que aventaram preços acima do cogitado pela Sadia, em uma faixa de R$ 35 por ação.
A Sadia está disposta a pagar R$ 27,88 por ação da Perdigão, o que representa o preço médio dos últimos 30 dias mais 35% de prêmio.
A Perdigão hoje tem controle pulverizado, mas 49,5% de seus papéis pertencem a fundos de pensão. O prazo para a resposta à oferta da Sadia vai até 24 de outubro.
A Previ --maior entidade de previdência complementar da América Latina e maior investidor institucional do Brasil-- é dona da maior parte desse bloco; tem 15,7% do total das ações da Perdigão.
O executivo se recusou a comentar a concentração de mercado que pode resultar de uma possível união entre Sadia e Perdigão --as duas maiores companhias do país no setor de frangos e congelados. "Os órgãos reguladores falarão sobre isso no momento apropriado", observou.
Ao contrário do que representantes da Sadia sustentaram, o presidente da Perdigão classificou a oferta --R$ 3,7 bilhões-- como hostil. "Estava na praia quando recebi o telefonema", disse. "Nós estávamos preparados, mas não esperávamos que uma oferta unilateral viesse agora."
Caso aconteça, a fusão criará a quarta maior exportadora do Brasil. Secches reconheceu a importância de uma empresa desse porte, mas em nenhum momento vinculou sua criação a partir da incorporação da Perdigão pela Sadia.
Secches explicou ainda que funcionários e clientes foram informados da oferta da Sadia por meio de nota interna e correspondências divulgadas nesta manhã. "Temos compromisso com a transparência; as ações são negociadas no Novo Mercado", lembrou.
Quanto à forte valorização das ações da Sadia e da Perdigão ocorridas na última sexta-feira, o que levanta a hipótese de vazamento de informações privilegiadas, o presidente da Perdigão também foi sucinto. "Cabe à CVM cuidar disso", afirmou, referindo-se à Comissão de Valores Mobiliários, órgão regulador do mercado de capitais.
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da Folha de S.Paulo
A oferta feita pela Sadia à Perdigão foi considerada pelos executivos da empresa, à primeira vista, como abaixo do que realmente valem as suas ações. Em entrevista concedida há pouco, em São Paulo, o presidente da Perdigão, Nildemar Secches, informou que estuda a contratação de novo laudo para embasar a decisão dos acionistas.
"O preço é um pré-requisito. Estamos vivendo um processo preliminar, no qual nossa missão é dar elementos aos acionistas para nortear sua decisão", disse Secches. Ele lembrou instituições financeiras que aventaram preços acima do cogitado pela Sadia, em uma faixa de R$ 35 por ação.
A Sadia está disposta a pagar R$ 27,88 por ação da Perdigão, o que representa o preço médio dos últimos 30 dias mais 35% de prêmio.
A Perdigão hoje tem controle pulverizado, mas 49,5% de seus papéis pertencem a fundos de pensão. O prazo para a resposta à oferta da Sadia vai até 24 de outubro.
A Previ --maior entidade de previdência complementar da América Latina e maior investidor institucional do Brasil-- é dona da maior parte desse bloco; tem 15,7% do total das ações da Perdigão.
O executivo se recusou a comentar a concentração de mercado que pode resultar de uma possível união entre Sadia e Perdigão --as duas maiores companhias do país no setor de frangos e congelados. "Os órgãos reguladores falarão sobre isso no momento apropriado", observou.
Ao contrário do que representantes da Sadia sustentaram, o presidente da Perdigão classificou a oferta --R$ 3,7 bilhões-- como hostil. "Estava na praia quando recebi o telefonema", disse. "Nós estávamos preparados, mas não esperávamos que uma oferta unilateral viesse agora."
Caso aconteça, a fusão criará a quarta maior exportadora do Brasil. Secches reconheceu a importância de uma empresa desse porte, mas em nenhum momento vinculou sua criação a partir da incorporação da Perdigão pela Sadia.
Secches explicou ainda que funcionários e clientes foram informados da oferta da Sadia por meio de nota interna e correspondências divulgadas nesta manhã. "Temos compromisso com a transparência; as ações são negociadas no Novo Mercado", lembrou.
Quanto à forte valorização das ações da Sadia e da Perdigão ocorridas na última sexta-feira, o que levanta a hipótese de vazamento de informações privilegiadas, o presidente da Perdigão também foi sucinto. "Cabe à CVM cuidar disso", afirmou, referindo-se à Comissão de Valores Mobiliários, órgão regulador do mercado de capitais.
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