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18/07/2006
-
09h25
CLARICE SPITZ
da Folha Online, no Rio
Os credores rejeitaram nesta segunda-feira o novo plano de recuperação judicial da Varig. A aprovação do plano era condição para a realização de um leilão com base na proposta da VarigLog. Os credores participaram de assembléia ontem no Rio.
O resultado da assembléia será agora encaminhado à Justiça do Rio, que deve se pronunciar ainda nesta semana sobre os rumos da companhia. Sem a proposta da VarigLog a companhia fica ainda mais próxima da decretação de falência.
A proposta de recuperação judicial foi aprovada pelos credores da classe 1, que é formada pelos trabalhadores, e contou com o voto favorável das estatais.
A principal rejeição partiu das empresas de leasing, que até então preferiam se abster nas votações.
Para aprovar o plano, a proposta deveria ser aprovada proporcionalmente pela maioria dos detentores de créditos e por cada uma das categorias dos credores. Na classe 2 de credores, formada pelo fundo de pensão Aerus e pelas empresas de leasing, a proposta foi rejeita por 94,4% na contagem individual. Em termos de volume de crédito, o contingente que vetou a proposta correspondia a 5,8% dessa classe.
Já na classe 3, que envolve estatais e também empresas de leasing, embora apenas 18,8% dos credores em volume de crédito tenham rejeitado a proposta, a desaprovação bateu em 57,1% dos votos na contagem per capita.
Os sindicatos dos aeroviários e aeronautas, assim como a VarigLog, disseram que vão entrar com recurso na Justiça para tentar impugnar os votos das empresas de leasing.
O presidente da Varig, Marcelo Bottini, culpou a GE Capital pelo fracasso da assembléia e disse que, se a Varig for à falência, a responsabilidade será dela. Bottini afirmou ter recebido informação prévia de que a GE vendeu créditos a receber para o banco JPMorgan. O presidente da Varig preferiu não atribuir essa venda a interferência de concorrentes do setor.
"A GE está dividida em várias pequenas empresas. No voto por cabeça, ela inviabilizou o resultado hoje [ontem]. Se a Varig falir, a responsável pela falência é a GE", disse Bottini.
Crise
Se a oferta fosse aceita, as operações da empresa iriam a leilão na quarta-feira com lance mínimo de US$ 24 milhões (R$ 52,8 milhões). O comprador poderia adquirir as concessões, as aeronaves e o programa "Smiles".
Como a proposta foi recusada, há espaço para a decretação de falência. A Deloitte, administradora judicial da Varig, mencionou em seu último relatório de acompanhamento que a empresa não conseguiria manter as operações até agosto se não fosse vendida.
A crise da Varig se agravou nos últimos meses. O número de aviões caiu de 58 em dezembro do ano passado para 13 em julho. A receita de vôo líquida recuou 83,3% no período.
As operações da Varig têm sido mantidas à custa de uma linha de crédito oferecida pela VarigLog no valor de US$ 20 milhões (R$ 44 milhões). Deste total, a Varig já havia recebido US$ 13 milhões (R$ 28,6 milhões) até a última quinta-feira.
A 'velha Varig', fatia da empresa que não será vendida e que carrega as dívidas de R$ 7,9 bilhões, terá um fluxo de caixa anual de R$ 19,6 milhões, com receitas provenientes de serviços do Centro de Treinamento de Tripulantes, contratos de locação de aeronave acompanhada de tripulação, aluguel de imóveis, vôos charter e operação regular da Nordeste.
Para convencer os credores das mudanças no plano de recuperação, a Varig ofereceu os recursos de ações contra a União por defasagem tarifária e contra os Estados referentes a ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços). O Aerus tem prioridade no caso da ação contra a União e o Banco do Brasil na questão do ICMS. Além disso, 70% do fluxo operacional da "velha Varig" foi oferecido às demais estatais e empresas de leasing.
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da Folha Online, no Rio
Os credores rejeitaram nesta segunda-feira o novo plano de recuperação judicial da Varig. A aprovação do plano era condição para a realização de um leilão com base na proposta da VarigLog. Os credores participaram de assembléia ontem no Rio.
O resultado da assembléia será agora encaminhado à Justiça do Rio, que deve se pronunciar ainda nesta semana sobre os rumos da companhia. Sem a proposta da VarigLog a companhia fica ainda mais próxima da decretação de falência.
A proposta de recuperação judicial foi aprovada pelos credores da classe 1, que é formada pelos trabalhadores, e contou com o voto favorável das estatais.
A principal rejeição partiu das empresas de leasing, que até então preferiam se abster nas votações.
Para aprovar o plano, a proposta deveria ser aprovada proporcionalmente pela maioria dos detentores de créditos e por cada uma das categorias dos credores. Na classe 2 de credores, formada pelo fundo de pensão Aerus e pelas empresas de leasing, a proposta foi rejeita por 94,4% na contagem individual. Em termos de volume de crédito, o contingente que vetou a proposta correspondia a 5,8% dessa classe.
Já na classe 3, que envolve estatais e também empresas de leasing, embora apenas 18,8% dos credores em volume de crédito tenham rejeitado a proposta, a desaprovação bateu em 57,1% dos votos na contagem per capita.
Os sindicatos dos aeroviários e aeronautas, assim como a VarigLog, disseram que vão entrar com recurso na Justiça para tentar impugnar os votos das empresas de leasing.
O presidente da Varig, Marcelo Bottini, culpou a GE Capital pelo fracasso da assembléia e disse que, se a Varig for à falência, a responsabilidade será dela. Bottini afirmou ter recebido informação prévia de que a GE vendeu créditos a receber para o banco JPMorgan. O presidente da Varig preferiu não atribuir essa venda a interferência de concorrentes do setor.
"A GE está dividida em várias pequenas empresas. No voto por cabeça, ela inviabilizou o resultado hoje [ontem]. Se a Varig falir, a responsável pela falência é a GE", disse Bottini.
Crise
Se a oferta fosse aceita, as operações da empresa iriam a leilão na quarta-feira com lance mínimo de US$ 24 milhões (R$ 52,8 milhões). O comprador poderia adquirir as concessões, as aeronaves e o programa "Smiles".
Como a proposta foi recusada, há espaço para a decretação de falência. A Deloitte, administradora judicial da Varig, mencionou em seu último relatório de acompanhamento que a empresa não conseguiria manter as operações até agosto se não fosse vendida.
A crise da Varig se agravou nos últimos meses. O número de aviões caiu de 58 em dezembro do ano passado para 13 em julho. A receita de vôo líquida recuou 83,3% no período.
As operações da Varig têm sido mantidas à custa de uma linha de crédito oferecida pela VarigLog no valor de US$ 20 milhões (R$ 44 milhões). Deste total, a Varig já havia recebido US$ 13 milhões (R$ 28,6 milhões) até a última quinta-feira.
A 'velha Varig', fatia da empresa que não será vendida e que carrega as dívidas de R$ 7,9 bilhões, terá um fluxo de caixa anual de R$ 19,6 milhões, com receitas provenientes de serviços do Centro de Treinamento de Tripulantes, contratos de locação de aeronave acompanhada de tripulação, aluguel de imóveis, vôos charter e operação regular da Nordeste.
Para convencer os credores das mudanças no plano de recuperação, a Varig ofereceu os recursos de ações contra a União por defasagem tarifária e contra os Estados referentes a ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços). O Aerus tem prioridade no caso da ação contra a União e o Banco do Brasil na questão do ICMS. Além disso, 70% do fluxo operacional da "velha Varig" foi oferecido às demais estatais e empresas de leasing.
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