Publicidade
Publicidade
18/07/2006
-
15h12
CLARICE SPITZ
da Folha Online, no Rio de Janeiro
O advogado da Varig, Paulo Penalva, afirmou hoje que se a Justiça do Rio acolher o pedido da empresa de anulação dos votos da GE Capital na assembléia de credores de ontem, não haveria empecilhos para a realização de um leilão da companhia aérea provavelmente nesta quinta-feira, dia 20 de julho.
A Varig afirma que não foi notificada da venda dos créditos da GE Capital para o banco JPMorgan em junho passado, e por isso pediu a impugnação dos votos da empresa de leasing.
A GE Capital confirmou hoje a venda e informou ainda que o JPMorgam vendeu estes créditos para investidores no mercado secundário americano.
"No momento que aquele direito [de votar na assembléia] não pertencia mais para aqueles credores, o direito não poderia ser exercido no nome deles", afirmou.
Durante a assembléia, realizada ontem, os credores da companhia aérea rejeitaram o novo plano de recuperação judicial da Varig. A aprovação do plano era condição para a realização de um leilão com base na proposta de compra da VarigLog.
A rejeição do plano e da proposta da VarigLog ocorreu porque diversas empresas de leasing decidiram votar contra, o que pesou na contagem individual.
Para a aprovação, seria necessário obter a maioria entre os credores com maior volume de créditos e na contagem individual. Os trabalhadores, as estatais e o fundo de pensão Aerus aprovaram a proposta.
O presidente da Varig, Marcelo Bottini, culpou a GE Capital pelo fracasso da assembléia e disse que, se a Varig for à falência, a responsabilidade será dela.
A GE Capital, por sua vez, divulgou em comunicado que "não esteve envolvida na votação da Assembléia da Varig ontem."
Crise
Se a oferta fosse aceita na assembléia, as operações da empresa iriam a leilão na quarta-feira com lance mínimo de US$ 24 milhões (R$ 52,8 milhões). O comprador poderia adquirir as concessões, as aeronaves e o programa 'Smiles'.
Como a proposta foi recusada, há espaço para a decretação de falência. A Deloitte, administradora judicial da Varig, mencionou em seu último relatório de acompanhamento que a empresa não conseguiria manter as operações até agosto se não fosse vendida.
A crise da Varig se agravou nos últimos meses. O número de aviões caiu de 58 em dezembro do ano passado para 13 em julho. A receita de vôo líquida recuou 83,3% no período.
As operações da Varig têm sido mantidas à custa de uma linha de crédito oferecida pela VarigLog no valor de US$ 20 milhões (R$ 44 milhões). Deste total, a Varig já havia recebido US$ 13 milhões (R$ 28,6 milhões) até a última quinta-feira.
A "velha Varig", fatia da empresa que não será vendida e que carrega as dívidas de R$ 7,9 bilhões, terá um fluxo de caixa anual de R$ 19,6 milhões, com receitas provenientes de serviços do Centro de Treinamento de Tripulantes, contratos de locação de aeronave acompanhada de tripulação, aluguel de imóveis, vôos charter e operação regular da Nordeste.
Para convencer os credores das mudanças no plano de recuperação, a Varig ofereceu os recursos de ações contra a União por defasagem tarifária e contra os Estados referentes a ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços). O Aerus tem prioridade no caso da ação contra a União e o Banco do Brasil na questão do ICMS. Além disso, 70% do fluxo operacional da 'velha Varig' foi oferecido às demais estatais e empresas de leasing.
Leia mais
Justiça pode reverter decisão de assembléia e aprovar venda da Varig
Especial
Leia o que já foi publicado sobre a Varig
Confira a cobertura completa da crise da Varig
Varig pode ir a leilão se Justiça impugnar votos da GE em assembléia
Publicidade
da Folha Online, no Rio de Janeiro
O advogado da Varig, Paulo Penalva, afirmou hoje que se a Justiça do Rio acolher o pedido da empresa de anulação dos votos da GE Capital na assembléia de credores de ontem, não haveria empecilhos para a realização de um leilão da companhia aérea provavelmente nesta quinta-feira, dia 20 de julho.
A Varig afirma que não foi notificada da venda dos créditos da GE Capital para o banco JPMorgan em junho passado, e por isso pediu a impugnação dos votos da empresa de leasing.
A GE Capital confirmou hoje a venda e informou ainda que o JPMorgam vendeu estes créditos para investidores no mercado secundário americano.
"No momento que aquele direito [de votar na assembléia] não pertencia mais para aqueles credores, o direito não poderia ser exercido no nome deles", afirmou.
Durante a assembléia, realizada ontem, os credores da companhia aérea rejeitaram o novo plano de recuperação judicial da Varig. A aprovação do plano era condição para a realização de um leilão com base na proposta de compra da VarigLog.
A rejeição do plano e da proposta da VarigLog ocorreu porque diversas empresas de leasing decidiram votar contra, o que pesou na contagem individual.
Para a aprovação, seria necessário obter a maioria entre os credores com maior volume de créditos e na contagem individual. Os trabalhadores, as estatais e o fundo de pensão Aerus aprovaram a proposta.
O presidente da Varig, Marcelo Bottini, culpou a GE Capital pelo fracasso da assembléia e disse que, se a Varig for à falência, a responsabilidade será dela.
A GE Capital, por sua vez, divulgou em comunicado que "não esteve envolvida na votação da Assembléia da Varig ontem."
Crise
Se a oferta fosse aceita na assembléia, as operações da empresa iriam a leilão na quarta-feira com lance mínimo de US$ 24 milhões (R$ 52,8 milhões). O comprador poderia adquirir as concessões, as aeronaves e o programa 'Smiles'.
Como a proposta foi recusada, há espaço para a decretação de falência. A Deloitte, administradora judicial da Varig, mencionou em seu último relatório de acompanhamento que a empresa não conseguiria manter as operações até agosto se não fosse vendida.
A crise da Varig se agravou nos últimos meses. O número de aviões caiu de 58 em dezembro do ano passado para 13 em julho. A receita de vôo líquida recuou 83,3% no período.
As operações da Varig têm sido mantidas à custa de uma linha de crédito oferecida pela VarigLog no valor de US$ 20 milhões (R$ 44 milhões). Deste total, a Varig já havia recebido US$ 13 milhões (R$ 28,6 milhões) até a última quinta-feira.
A "velha Varig", fatia da empresa que não será vendida e que carrega as dívidas de R$ 7,9 bilhões, terá um fluxo de caixa anual de R$ 19,6 milhões, com receitas provenientes de serviços do Centro de Treinamento de Tripulantes, contratos de locação de aeronave acompanhada de tripulação, aluguel de imóveis, vôos charter e operação regular da Nordeste.
Para convencer os credores das mudanças no plano de recuperação, a Varig ofereceu os recursos de ações contra a União por defasagem tarifária e contra os Estados referentes a ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços). O Aerus tem prioridade no caso da ação contra a União e o Banco do Brasil na questão do ICMS. Além disso, 70% do fluxo operacional da 'velha Varig' foi oferecido às demais estatais e empresas de leasing.
Leia mais
Especial
Publicidade
As Últimas que Você não Leu
Publicidade
+ LidasÍndice
- Ministério Público pede bloqueio de R$ 3,8 bi de dono de frigorífico JBS
- Por que empresa proíbe caminhões de virar à esquerda - e economiza milhões
- Megarricos buscam refúgio na Nova Zelândia contra colapso capitalista
- Com 12 suítes e 5 bares, casa mais cara à venda nos EUA custa US$ 250 mi
- Produção industrial só cresceu no Pará em 2016, diz IBGE
+ Comentadas
- Programa vai reduzir tempo gasto para pagar impostos, diz Meirelles
- Ministério Público pede bloqueio de R$ 3,8 bi de dono de frigorífico JBS
+ EnviadasÍndice