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29/07/2006
-
09h16
ERNANE GUIMARÃES NETO
Colaboração para a Folha de S.Paulo
Funcionários da Varig no Aeroporto Internacional de Guarulhos, em São Paulo, saíram de mãos dadas ontem às 18h de uma reunião com sindicalistas e diretores da empresa, quando foram notificados de que menos de um quarto do pessoal seria absorvido pela nova Varig.
Enquanto os representantes do Sindicato dos Aeroviários no Estado de São Paulo e do Sindicato dos Aeroviários de Guarulhos anunciavam como protesto a paralisação do atendimento e dos vôos previstos para as horas seguintes, o grupo de funcionários enfileirava-se diante dos passageiros que esperavam desde o início da tarde sem atendimento. Houve manifestações de solidariedade para com os variguianos, mas as vaias foram mais numerosas.
A agente de atendimento Danielle Cássia Pinto, que liderou os colegas na lacrimosa procissão, falava em "manter a cabeça erguida": "Os funcionários decidiram espontaneamente que não adiantaria ficar lá atrás [a área reservada] sem mostrar nossa cara e nossa reivindicação aos passageiros", disse Danielle, há 14 meses na empresa. "Foi meu sonho entrar aqui", falou, para derramar lágrimas.
Negociação emperrada
Segundo Romildo Barroso, da Federação Nacional dos Trabalhadores do Transporte Aéreo, o que ficou definido na reunião foi que, dos 370 funcionários operacionais de Guarulhos, 100 ficariam. Dos 50 supervisores, quatro seriam mantidos, e dos seis gerentes, somente uma permaneceria.
Os funcionários esperavam uma definição da Varig sobre quando serão pagos os salários atrasados, que em alguns casos somam quatro meses, e haviam prometido uma paralisação caso não houvesse resposta satisfatória até as 17h de ontem.
O sindicalista Rogério Aparecido dos Santos disse que a paralisação seria levada a cabo "enquanto não depositarem os salários atrasados" dos demitidos. No entanto, quando mais tarde foram anunciados nomes de funcionários que permaneceriam na Varig, chegou a haver tumulto entre os que queriam voltar ao trabalho e os que queriam manter a paralisação.
Em meio ao bate-boca, o italiano Giancarlo Gassino, que por dificuldade com a língua dizia não entender o que se passava, pedia aos repórteres informações sobre como retornar a Milão, enquanto pessoas com crachás do Departamento de Aviação Civil observavam. Depois da discussão entre os trabalhadores --que incluiu presença policial para controlar os ânimos--, a Varig retomou os serviços em Guarulhos.
Normalidade
No aeroporto de Congonhas, o atendimento foi realizado normalmente durante a tarde, apesar da realização de uma reunião em que foi previsto o início de uma greve geral na próxima terça-feira.
Zezualdo Freitas, funcionário que foi à reunião convocada pelos sindicalistas, disse: "O que chama a atenção é a falta de definição da empresa" quanto ao destino dos trabalhadores. Variguianos que estavam nos guichês da ponte aérea concordaram com a opinião. "Se derem os nomes hoje, ninguém vem trabalhar no fim de semana", disse um deles, os quais não quiseram se identificar.
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"De cabeça erguida", variguianos são vaiados em paralisação em Guarulhos
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Colaboração para a Folha de S.Paulo
Funcionários da Varig no Aeroporto Internacional de Guarulhos, em São Paulo, saíram de mãos dadas ontem às 18h de uma reunião com sindicalistas e diretores da empresa, quando foram notificados de que menos de um quarto do pessoal seria absorvido pela nova Varig.
Enquanto os representantes do Sindicato dos Aeroviários no Estado de São Paulo e do Sindicato dos Aeroviários de Guarulhos anunciavam como protesto a paralisação do atendimento e dos vôos previstos para as horas seguintes, o grupo de funcionários enfileirava-se diante dos passageiros que esperavam desde o início da tarde sem atendimento. Houve manifestações de solidariedade para com os variguianos, mas as vaias foram mais numerosas.
A agente de atendimento Danielle Cássia Pinto, que liderou os colegas na lacrimosa procissão, falava em "manter a cabeça erguida": "Os funcionários decidiram espontaneamente que não adiantaria ficar lá atrás [a área reservada] sem mostrar nossa cara e nossa reivindicação aos passageiros", disse Danielle, há 14 meses na empresa. "Foi meu sonho entrar aqui", falou, para derramar lágrimas.
Negociação emperrada
Segundo Romildo Barroso, da Federação Nacional dos Trabalhadores do Transporte Aéreo, o que ficou definido na reunião foi que, dos 370 funcionários operacionais de Guarulhos, 100 ficariam. Dos 50 supervisores, quatro seriam mantidos, e dos seis gerentes, somente uma permaneceria.
Os funcionários esperavam uma definição da Varig sobre quando serão pagos os salários atrasados, que em alguns casos somam quatro meses, e haviam prometido uma paralisação caso não houvesse resposta satisfatória até as 17h de ontem.
O sindicalista Rogério Aparecido dos Santos disse que a paralisação seria levada a cabo "enquanto não depositarem os salários atrasados" dos demitidos. No entanto, quando mais tarde foram anunciados nomes de funcionários que permaneceriam na Varig, chegou a haver tumulto entre os que queriam voltar ao trabalho e os que queriam manter a paralisação.
Em meio ao bate-boca, o italiano Giancarlo Gassino, que por dificuldade com a língua dizia não entender o que se passava, pedia aos repórteres informações sobre como retornar a Milão, enquanto pessoas com crachás do Departamento de Aviação Civil observavam. Depois da discussão entre os trabalhadores --que incluiu presença policial para controlar os ânimos--, a Varig retomou os serviços em Guarulhos.
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No aeroporto de Congonhas, o atendimento foi realizado normalmente durante a tarde, apesar da realização de uma reunião em que foi previsto o início de uma greve geral na próxima terça-feira.
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