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30/08/2006
-
09h28
SERGIO TORRES
da Folha de S.Paulo, no Rio de Janeiro
Primeiro presidente do BNDES na gestão Lula, o economista Carlos Lessa disse ontem considerar que o governo agiu bem ao suspender a liberação de R$ 497,1 milhões à Volks.
Para Lessa, que rompeu com Lula ao deixar o BNDES e hoje apóia a candidatura da senadora Heloísa Helena (PSOL-AL) à Presidência, o banco "não tem que dar empréstimo automaticamente". "Se a empresa não atende aos objetivos do Estado nacional, acho que o BNDES não deve dar crédito."
Lessa defendeu que o BNDES tenha autonomia para vetar os financiamentos que possam acarretar riscos. "Normalmente, um banco de desenvolvimento deve poder atuar discricionariamente, porque, senão, não consegue exercer o seu poder." Embora diga não conhecer o assunto com detalhes, Lessa afirmou que, a princípio, "é correta a idéia de usar os poderes do banco, sim", afirmou ele, para quem a Volks, como outras empresas, tem sido "historicamente extremamente beneficiada".
Para Arnaldo Mazzei Nogueira, professor da PUC-SP e da USP, a atitude do BNDES é "esperada em um governo que se diz do trabalhador." Na sua avaliação, os sindicatos devem aproveitar a crise para discutir uma política industrial para o setor automotivo e mais "autonomia" em relação às decisões da matriz da Volkswagen.
"Falta uma discussão mais avançada dos sindicatos. Não adianta manter a fábrica aberta para enfrentar outra crise no próximo ano. Como o país, os sindicatos e o governo vão discutir o avanço da concorrência global?"
Para ele, hoje os trabalhadores "estão como baratas tontas nesse processo". "Eles têm de participar das decisões da companhia. Essa discussão tem de ser feita." Nogueira diz que a decisão do governo era esperada. "Além da questão de recursos públicos, o governo não pode ficar quieto e permitir que metade da fábrica da Volks no ABC, berço político do presidente e do ministro do Trabalho, seja demitida."
Colaborou Claudia Rolli, da Reportagem Local
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Primeiro presidente do BNDES na gestão Lula, o economista Carlos Lessa disse ontem considerar que o governo agiu bem ao suspender a liberação de R$ 497,1 milhões à Volks.
Para Lessa, que rompeu com Lula ao deixar o BNDES e hoje apóia a candidatura da senadora Heloísa Helena (PSOL-AL) à Presidência, o banco "não tem que dar empréstimo automaticamente". "Se a empresa não atende aos objetivos do Estado nacional, acho que o BNDES não deve dar crédito."
Lessa defendeu que o BNDES tenha autonomia para vetar os financiamentos que possam acarretar riscos. "Normalmente, um banco de desenvolvimento deve poder atuar discricionariamente, porque, senão, não consegue exercer o seu poder." Embora diga não conhecer o assunto com detalhes, Lessa afirmou que, a princípio, "é correta a idéia de usar os poderes do banco, sim", afirmou ele, para quem a Volks, como outras empresas, tem sido "historicamente extremamente beneficiada".
Para Arnaldo Mazzei Nogueira, professor da PUC-SP e da USP, a atitude do BNDES é "esperada em um governo que se diz do trabalhador." Na sua avaliação, os sindicatos devem aproveitar a crise para discutir uma política industrial para o setor automotivo e mais "autonomia" em relação às decisões da matriz da Volkswagen.
"Falta uma discussão mais avançada dos sindicatos. Não adianta manter a fábrica aberta para enfrentar outra crise no próximo ano. Como o país, os sindicatos e o governo vão discutir o avanço da concorrência global?"
Para ele, hoje os trabalhadores "estão como baratas tontas nesse processo". "Eles têm de participar das decisões da companhia. Essa discussão tem de ser feita." Nogueira diz que a decisão do governo era esperada. "Além da questão de recursos públicos, o governo não pode ficar quieto e permitir que metade da fábrica da Volks no ABC, berço político do presidente e do ministro do Trabalho, seja demitida."
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