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30/08/2006
-
21h05
da Folha Online
A decisão do Copom em reduzir em 0,5 ponto percentual a taxa Selic, para 14,25%, era a alternativa considerada mais ousada por analistas. Alguns apostavam que o comitê decidiria por um corte de 0,25 ponto na última reunião antes do primeiro turno das eleições.
No entanto, a decisão não agradou a setores do comércio, indústria e sindicatos. A Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo) considerou a queda com uma manutenção "do seu ritmo tímido e não compromissado com crescimento já".
O resultado do conservadorismo da política econômica brasileira, traduzido em previsão de inflação para este ano de 3,7%, é equivocadamente comemorado pelo governo como êxito e não como erro, disse a Fiesp.
A Fecomercio-SP (Federação do Comércio do Estado de São Paulo) considerou que o Copom não tinha motivos que justificassem uma queda inferior a 0,5 ponto percentual. O presidente da entidade, Abram Szajman, disse que "este é um bom momento para a manutenção dos cortes, pois a inflação está abaixo da meta, o câmbio valorizado, a demanda controlada e o custo da dívida publica acima do suportável, precisando, portanto, de um alívio".
Para ele, "o Brasil precisa deixar a pecha de recordista em juros e tentar se tornar atrativo para os investimentos produtivos." Apesar de aplaudir as sucessivas quedas na Selic, o presidente da Fecomercio diz que o varejo ainda espera uma ação do governo que amplifique a competição entre os bancos e permita reduzir os juros para o consumidor e para as empresas.
Para o presidente da Fecomércio-RJ (Federação do Comércio do Estado do Rio de Janeiro), Orlando Diniz, "a manutenção do ritmo de queda da Selic é ineficiente". "Juros elevados não podem ser praticados como justificativa de atrativo para investidores externos. Afinal, investidores de qualidade procuram estabilidade e confiança no longo prazo. Tendência contrária de um país com taxas tão altas."
Diniz disse ainda que "o dever de casa que o governo não fez, mantendo os gastos elevados e a carga tributária recorde, pode nos custar caro. É fato: não vamos crescer o que poderíamos em 2006 e vamos crescer menos ainda em 2007."
Centrais
Artur Henrique, presidente nacional da CUT (Central Única dos Trabalhadores), disse que "o Copom permanece insensível aos apelos dos trabalhadores e mantém a política conta-gotas que o caracteriza". Para o sindicalista, a redução de 0,5 ponto é tímida. "Continuaremos pressionando por quedas mais acentuadas da taxa básica de juros", disse..
O presidente da Força Sindical, João Carlos Gonçalves, Juruna, disse que o governo voltou a "decepcionar o movimento sindical, cujos dirigentes aguardavam uma intervenção radical para diminuir a taxa Selic e assim reativar a economia e iniciar o processo rápido de geração de emprego e renda".
Para o presidente em exercício da CGT (Confederação Geral dos Trabalhadores), Canindé Pegado, "as decisões do Copom têm sido a sepultura das empresas no Brasil. Se continuar assim, outros casos como o da Volks vão surgir e criar mais desemprego".
Eleições
O presidente do Ibef (Instituto Brasileiro de Executivos de Finanças), Walter Machado de Barros, elogiou a queda. No entanto, vê o ambiente eleitoral como fator que pode ter sido levado em conta na decisão do Copom.
"A campanha no rádio e na TV está transcorrendo com tranqüilidade, sem ataques ou ameaças à estabilidade. Os dois candidatos com maiores chances de vitória falam abertamente que não haverá mudanças drásticas na condução da economia, o que também tranqüiliza os mercados e abre espaço para que os juros caiam mais rapidamente já neste período pré-eleitoral", disse.
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A decisão do Copom em reduzir em 0,5 ponto percentual a taxa Selic, para 14,25%, era a alternativa considerada mais ousada por analistas. Alguns apostavam que o comitê decidiria por um corte de 0,25 ponto na última reunião antes do primeiro turno das eleições.
No entanto, a decisão não agradou a setores do comércio, indústria e sindicatos. A Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo) considerou a queda com uma manutenção "do seu ritmo tímido e não compromissado com crescimento já".
O resultado do conservadorismo da política econômica brasileira, traduzido em previsão de inflação para este ano de 3,7%, é equivocadamente comemorado pelo governo como êxito e não como erro, disse a Fiesp.
A Fecomercio-SP (Federação do Comércio do Estado de São Paulo) considerou que o Copom não tinha motivos que justificassem uma queda inferior a 0,5 ponto percentual. O presidente da entidade, Abram Szajman, disse que "este é um bom momento para a manutenção dos cortes, pois a inflação está abaixo da meta, o câmbio valorizado, a demanda controlada e o custo da dívida publica acima do suportável, precisando, portanto, de um alívio".
Para ele, "o Brasil precisa deixar a pecha de recordista em juros e tentar se tornar atrativo para os investimentos produtivos." Apesar de aplaudir as sucessivas quedas na Selic, o presidente da Fecomercio diz que o varejo ainda espera uma ação do governo que amplifique a competição entre os bancos e permita reduzir os juros para o consumidor e para as empresas.
Para o presidente da Fecomércio-RJ (Federação do Comércio do Estado do Rio de Janeiro), Orlando Diniz, "a manutenção do ritmo de queda da Selic é ineficiente". "Juros elevados não podem ser praticados como justificativa de atrativo para investidores externos. Afinal, investidores de qualidade procuram estabilidade e confiança no longo prazo. Tendência contrária de um país com taxas tão altas."
Diniz disse ainda que "o dever de casa que o governo não fez, mantendo os gastos elevados e a carga tributária recorde, pode nos custar caro. É fato: não vamos crescer o que poderíamos em 2006 e vamos crescer menos ainda em 2007."
Centrais
Artur Henrique, presidente nacional da CUT (Central Única dos Trabalhadores), disse que "o Copom permanece insensível aos apelos dos trabalhadores e mantém a política conta-gotas que o caracteriza". Para o sindicalista, a redução de 0,5 ponto é tímida. "Continuaremos pressionando por quedas mais acentuadas da taxa básica de juros", disse..
O presidente da Força Sindical, João Carlos Gonçalves, Juruna, disse que o governo voltou a "decepcionar o movimento sindical, cujos dirigentes aguardavam uma intervenção radical para diminuir a taxa Selic e assim reativar a economia e iniciar o processo rápido de geração de emprego e renda".
Para o presidente em exercício da CGT (Confederação Geral dos Trabalhadores), Canindé Pegado, "as decisões do Copom têm sido a sepultura das empresas no Brasil. Se continuar assim, outros casos como o da Volks vão surgir e criar mais desemprego".
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