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25/10/2006
-
15h15
VINICIUS ALBUQUERQUE
da Folha Online
Pela terceira reunião consecutiva, o Federal Reserve (Fed, o BC americano) manteve sua taxa de juros em 5,25% ao ano. A pausa foi estabelecida em agosto e mantida em setembro, depois de um ciclo de dois anos de altas.
O banco manteve, assim, a cautela, vista na ata da reunião de agosto, quando o banco informou que a pausa se justificava para evitar o risco de um "aperto excessivo" na política monetária do país.
Na ata de setembro, no entanto, os diretores do banco declararam ter visto um "risco substancial" de que a inflação nos EUA não ceda, sem descartar inclusive um novo aumento de juros.
Os dados sobre inflação de setembro foram recebido com apreensão pelos economistas, que julgaram que os índices poderiam levar o banco a reverter a pausa e, ao contrário das previsões de um corte de juros nos próximos meses, voltar a elevar a taxa.
O comportamento dos preços teve uma mudança no mês passado: os índices gerais, que consideram os movimentos de preços da energia, tiveram deflação expressiva; já o núcleo da inflação --no qual são desconsiderados os preços de energia e alimentos--, tiveram alta, o que mostra que as elevações de preços já afetam outras categorias de produtos.
O CPI (sigla em inglês para índice de preços ao consumidor) teve deflação de 0,5% em setembro, enquanto o núcleo do índice (que exclui os preços de alimentos e energia) subiu 0,2% --dentro da margem considerada adequada pelo Fed.
Já o PPI (índice de preços ao produtor, na sigla em inglês) nos EUA teve deflação de 1,3% em setembro, mas o núcleo do índice (que exclui os preços de alimentos e da energia) teve alta de 0,6%, maior desde janeiro de 2005.
Os preços da energia têm apresentado queda devido à redução nos preços da gasolina --conseqüência, por sua vez, à queda nas cotações internacionais do petróleo: o preço do barril já recuou cerca de US$ 20 desde julho, para os níveis atuais, de US$ 58 a US$ 60.
Aquecimento e desaquecimento
A economia americana continua apresentando sinais de desaquecimento. Um deles foi a criação de 51 mil postos de trabalho no país no mês passado, índice muito inferior ao de agosto, quando foram abertas 188 mil vagas.
A retração entre um mês e outro causou também tensão quanto ao ritmo da desaceleração econômica dos EUA, elevando o temor de que poderia haver um "pouso forçado" da economia em 2007.
No "Livro Bege" (relatório elaborado pelo Fed), no entanto, o banco avaliou que a atividade econômica do país continuou a se expandir entre agosto e setembro --quatro das 12 divisões regionais da instituição financeira apontaram firme aceleração no período, enquanto duas notaram desaquecimento e as demais, crescimento moderado.
Mercado imobiliário
O "Livro Bege" destacou o esfriamento do mercado imobiliário: os preços de casas caíram, bem como as vendas. No entanto, a construção de casas no país teve um crescimento de 5,9% em setembro, chegando a uma taxa anualizada de 1,772 milhão de unidades, revertendo três meses de declínio (em julho, houve queda de 4% e, em junho, de 6,1%).
O dado foi recebido como um sinal de que o pior momento para o mercado imobiliário pode já ter passado e que o mercado imobiliário esteja ensaiando uma recuperação, e causou reflexo na opinião do setor e construção.
A NAHB (Associação Nacional de Construtores Residenciais, na sigla em inglês), informou na semana passada que a confiança das construtoras residenciais no mercado imobiliário americano teve ligeira alta, atingindo 31 pontos (contra 30 de setembro), primeiro avanço na comparação mensal desde outubro de 2005.
"Ainda estamos em uma situação difícil, mas talvez o pior já tenha passado", disse o economista-chefe da NAHB, David Seiders.
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da Folha Online
Pela terceira reunião consecutiva, o Federal Reserve (Fed, o BC americano) manteve sua taxa de juros em 5,25% ao ano. A pausa foi estabelecida em agosto e mantida em setembro, depois de um ciclo de dois anos de altas.
O banco manteve, assim, a cautela, vista na ata da reunião de agosto, quando o banco informou que a pausa se justificava para evitar o risco de um "aperto excessivo" na política monetária do país.
Na ata de setembro, no entanto, os diretores do banco declararam ter visto um "risco substancial" de que a inflação nos EUA não ceda, sem descartar inclusive um novo aumento de juros.
Os dados sobre inflação de setembro foram recebido com apreensão pelos economistas, que julgaram que os índices poderiam levar o banco a reverter a pausa e, ao contrário das previsões de um corte de juros nos próximos meses, voltar a elevar a taxa.
O comportamento dos preços teve uma mudança no mês passado: os índices gerais, que consideram os movimentos de preços da energia, tiveram deflação expressiva; já o núcleo da inflação --no qual são desconsiderados os preços de energia e alimentos--, tiveram alta, o que mostra que as elevações de preços já afetam outras categorias de produtos.
O CPI (sigla em inglês para índice de preços ao consumidor) teve deflação de 0,5% em setembro, enquanto o núcleo do índice (que exclui os preços de alimentos e energia) subiu 0,2% --dentro da margem considerada adequada pelo Fed.
Já o PPI (índice de preços ao produtor, na sigla em inglês) nos EUA teve deflação de 1,3% em setembro, mas o núcleo do índice (que exclui os preços de alimentos e da energia) teve alta de 0,6%, maior desde janeiro de 2005.
Os preços da energia têm apresentado queda devido à redução nos preços da gasolina --conseqüência, por sua vez, à queda nas cotações internacionais do petróleo: o preço do barril já recuou cerca de US$ 20 desde julho, para os níveis atuais, de US$ 58 a US$ 60.
Aquecimento e desaquecimento
A economia americana continua apresentando sinais de desaquecimento. Um deles foi a criação de 51 mil postos de trabalho no país no mês passado, índice muito inferior ao de agosto, quando foram abertas 188 mil vagas.
A retração entre um mês e outro causou também tensão quanto ao ritmo da desaceleração econômica dos EUA, elevando o temor de que poderia haver um "pouso forçado" da economia em 2007.
No "Livro Bege" (relatório elaborado pelo Fed), no entanto, o banco avaliou que a atividade econômica do país continuou a se expandir entre agosto e setembro --quatro das 12 divisões regionais da instituição financeira apontaram firme aceleração no período, enquanto duas notaram desaquecimento e as demais, crescimento moderado.
Mercado imobiliário
O "Livro Bege" destacou o esfriamento do mercado imobiliário: os preços de casas caíram, bem como as vendas. No entanto, a construção de casas no país teve um crescimento de 5,9% em setembro, chegando a uma taxa anualizada de 1,772 milhão de unidades, revertendo três meses de declínio (em julho, houve queda de 4% e, em junho, de 6,1%).
O dado foi recebido como um sinal de que o pior momento para o mercado imobiliário pode já ter passado e que o mercado imobiliário esteja ensaiando uma recuperação, e causou reflexo na opinião do setor e construção.
A NAHB (Associação Nacional de Construtores Residenciais, na sigla em inglês), informou na semana passada que a confiança das construtoras residenciais no mercado imobiliário americano teve ligeira alta, atingindo 31 pontos (contra 30 de setembro), primeiro avanço na comparação mensal desde outubro de 2005.
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