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24/11/2006
-
12h03
da Folha Online
Apesar de representar a união das duas principais empresas de comércio eletrônico do Brasil, o Submarino acredita que não deve ter problemas com o Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) para a aprovação da fusão de suas operações com as da Americanas.com, anunciada ontem.
Em teleconferência com analistas de mercado, o diretor de relações com investidores do Submarino, Martín Escobari Lifchitz, disse que a operação deve ser observada dentro do setor de varejo como um todo, onde as operações das duas empresas teriam cerca de 1% do mercado.
Segundo analistas, o faturamento somado das companhias deve alcançar cerca de R$ 2,2 bilhões neste ano --foram quase R$ 1,6 bilhão de janeiro a setembro. Já a receita de todo o setor de varejo é estimado em R$ 200 bilhões pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
No mercado somente de varejo on-line, entretanto, as duas empresas teriam cerca de 33% do total, segundo estimativas da empresa de marketing on-line e-bit.
Para Lifchitz, seria uma "postura extrema" das autoridades reguladoras da concorrência considerar que o mercado de varejo on-line é "imune" ao mercado físico.
Ele lembrou que, ao contrário do varejo tradicional, o mercado on-line tem "barreiras de entrada muito pequenas" --já que um site exige menos estrutura que um supermercado, por exemplo.
Por esse motivo, "se fosse criada a figura de um monopolista hipotético, não duraria uma semana porque outras empresas entrariam no mercado".
Ele afirmou também que o varejo on-line trabalha com margens de lucro operacional mais baixas do que as lojas físicas porque o internauta tem mais facilidade para comparar preços em diversos sites.
Mais do que com o Cade os executivos do Submarino se mostraram preocupados com a necessidade de obter a aprovação de 50% de seus acionistas para a fusão.
Apesar de considerarem um "excelente negócio" --as ações do Submarino subiram 15% ontem na Bovespa--, eles lembram que o brasileiro não tem a cultura de participar de assembléias extraordinárias para esse tipo de decisão, o que dificulta o obtenção de quórum.
A empresa deve marcar para dezembro a primeira assembléia e espera conseguir reunir o quórum necessário já nessa oportunidade porque vai procurar por telefone os principais acionistas da empresa.
Além disso, a estrutura do negócio prevê a distribuição de R$ 500 milhões em dividendos para os acionistas do Submarino após a aprovação da fusão na assembléia. Isso representa cerca de R$ 9 por cada ação da empresa.
Gigante virtual
Com a fusão, a Americanas.com e o Submarino passarão a figurar entre as cinco maiores empresas que atuam apenas no mercado de varejo on-line (sem lojas físicas) do mundo.
Para analistas, a empresa torna-se, dessa forma, mais atraente e pode despertar interesse de companhias internacionais do setor.
A fusão não prevê cláusulas que impeçam uma terceira empresa de comprar as operações da B2W, que será o resultado da união das operações da Americanas.com e Submarino.
A Americanas.com, entretanto, não poderá, nos próximos quatro anos, aumentar sua fatia no capital da B2W, que alcança 53,25%.
Nos próximos anos, a B2W não planeja incorporar operações de varejo físico, mas tem o objetivo de expandir os negócios para outros países.
Segundo Lifchitz, a empresa vai buscar países com escala (boa capacidade de consumo ou população numerosa) e que ainda não possuem uma empresa dominante de comércio eletrônico. "A experiência mostra que localização geográfica e língua não são determinantes", disse.
Nos últimos cinco anos o Submarino aumentou sua receita em 60% a 80% ao ano. Lifchitz espera manter percentuais altos de expansão após a fusão.
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Em teleconferência com analistas de mercado, o diretor de relações com investidores do Submarino, Martín Escobari Lifchitz, disse que a operação deve ser observada dentro do setor de varejo como um todo, onde as operações das duas empresas teriam cerca de 1% do mercado.
Segundo analistas, o faturamento somado das companhias deve alcançar cerca de R$ 2,2 bilhões neste ano --foram quase R$ 1,6 bilhão de janeiro a setembro. Já a receita de todo o setor de varejo é estimado em R$ 200 bilhões pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
No mercado somente de varejo on-line, entretanto, as duas empresas teriam cerca de 33% do total, segundo estimativas da empresa de marketing on-line e-bit.
Para Lifchitz, seria uma "postura extrema" das autoridades reguladoras da concorrência considerar que o mercado de varejo on-line é "imune" ao mercado físico.
Ele lembrou que, ao contrário do varejo tradicional, o mercado on-line tem "barreiras de entrada muito pequenas" --já que um site exige menos estrutura que um supermercado, por exemplo.
Por esse motivo, "se fosse criada a figura de um monopolista hipotético, não duraria uma semana porque outras empresas entrariam no mercado".
Ele afirmou também que o varejo on-line trabalha com margens de lucro operacional mais baixas do que as lojas físicas porque o internauta tem mais facilidade para comparar preços em diversos sites.
Mais do que com o Cade os executivos do Submarino se mostraram preocupados com a necessidade de obter a aprovação de 50% de seus acionistas para a fusão.
Apesar de considerarem um "excelente negócio" --as ações do Submarino subiram 15% ontem na Bovespa--, eles lembram que o brasileiro não tem a cultura de participar de assembléias extraordinárias para esse tipo de decisão, o que dificulta o obtenção de quórum.
A empresa deve marcar para dezembro a primeira assembléia e espera conseguir reunir o quórum necessário já nessa oportunidade porque vai procurar por telefone os principais acionistas da empresa.
Além disso, a estrutura do negócio prevê a distribuição de R$ 500 milhões em dividendos para os acionistas do Submarino após a aprovação da fusão na assembléia. Isso representa cerca de R$ 9 por cada ação da empresa.
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Com a fusão, a Americanas.com e o Submarino passarão a figurar entre as cinco maiores empresas que atuam apenas no mercado de varejo on-line (sem lojas físicas) do mundo.
Para analistas, a empresa torna-se, dessa forma, mais atraente e pode despertar interesse de companhias internacionais do setor.
A fusão não prevê cláusulas que impeçam uma terceira empresa de comprar as operações da B2W, que será o resultado da união das operações da Americanas.com e Submarino.
A Americanas.com, entretanto, não poderá, nos próximos quatro anos, aumentar sua fatia no capital da B2W, que alcança 53,25%.
Nos próximos anos, a B2W não planeja incorporar operações de varejo físico, mas tem o objetivo de expandir os negócios para outros países.
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