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29/01/2007
-
11h36
ANA PAULA RIBEIRO
da Folha Online, em Brasília
A taxa média de juros cobrada da pessoa física apresentou um recuo superior a sete pontos percentuais em 2006, sendo 1,5 ponto só entre novembro e dezembro. No entanto, o ganho dos bancos não caiu na mesma proporção.
De acordo com levantamento do Banco Central, os juros passaram de 59,3% ao ano em dezembro de 2005 para 52,1% no mês passado.
Apesar da queda, o juro cobrado do consumidor continua bem acima da taxa de referência de mercado, a Selic, que recuou 4,75 pontos percentuais no ano passado e encerrou o período em 13,25% ao ano.
Já o spread, que é a diferença entre o custo de captação das instituições financeiras e a taxa efetiva cobrada dos clientes, foi reduzido em apenas 3,2 pontos, para 39,6 pontos percentuais.
Para Altamir Lopes, chefe do Departamento Econômico do BC, o spread não tem que cair na mesma intensidade dos juros. No entanto, com o aumento das operações de crédito, a queda deveria ter sido maior em 2006.
"Talvez por força da inadimplência o spread não tenha caído tanto", justifica Lopes.
A taxa de inadimplência da pessoa física encerrou o ano em 7,6%. Em dezembro de 2005, estava em 6,7%.
O mesmo movimento aconteceu nas operações destinadas às pessoas jurídicas. Para as empresas, a taxa de juros passou de 26,6% em novembro para 26,2% em dezembro. No ano, a queda foi de 5,5 pontos percentuais. Já o spread caiu apenas 0,3 ponto em 12 meses. A inadimplência neste caso é de 2,7%.
A redução do spread dos bancos, e também das taxas efetivamente cobrada dos clientes, ocorre em um ritmo menor do que o da redução da taxa de juros. O processo de corte foi iniciado em setembro de 2005 e, em 2006, a Selic terminou o ano em 13,25% ao ano.
No ano passado, o governo anunciou um pacote na área de crédito para estimular a concorrência bancária e reduzir o custo para os tomadores de crédito. No entanto, a população ainda não sentiu o efeito dessas medidas de forma plena.
Apesar do recuo lento dos spreads, a taxa média geral (que inclui pessoas físicas e empresas) está em 39,8% ao ano, o menor patamar desde a criação da série histórica, em junho de 2000.
Linhas de crédito
O maior recuo nas modalidades destinadas a pessoas físicas ocorreu no crédito pessoal, que passou de 58,6% em novembro para 57,2% ao ano em dezembro. No ano, a queda é de 10,1 pontos percentuais.
Dentro dessa linha está o crédito consignado, que em dezembro ficou estável e, em 2006, teve uma queda de 2,9 pontos percentuais. A taxa de juros para esses empréstimos com desconto em folha foi de 33,4% ao ano no mês passado.
De acordo com Lopes, a busca por essa modalidade de crédito mais barato tem contribuído para o recuo das taxas médias de juros. O desconto em folha representava em dezembro 54,3% do crédito pessoal (R$ 88,650 bilhões). Os consumidores optam por essa linha no lugar de outras com taxas mais elevadas.
Já a taxa do cheque especial recuou de 142,8% em novembro para 142% ao ano em dezembro. Em 2006, a queda foi de 5,5 pontos percentuais.
Para a aquisição de veículos, os juros cobrados passaram de 33,1% em novembro para 32,3% ao ano em dezembro. Em 12 meses, a queda foi de 2,5 pontos.
A única taxa que apresentou elevação em dezembro foi a cobrada para a aquisição de bens (exceto veículos), que subiu dois pontos, para 61% ao ano. No entanto, no ano foi registrada uma queda de 4,2 pontos percentuais.
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da Folha Online, em Brasília
A taxa média de juros cobrada da pessoa física apresentou um recuo superior a sete pontos percentuais em 2006, sendo 1,5 ponto só entre novembro e dezembro. No entanto, o ganho dos bancos não caiu na mesma proporção.
De acordo com levantamento do Banco Central, os juros passaram de 59,3% ao ano em dezembro de 2005 para 52,1% no mês passado.
Apesar da queda, o juro cobrado do consumidor continua bem acima da taxa de referência de mercado, a Selic, que recuou 4,75 pontos percentuais no ano passado e encerrou o período em 13,25% ao ano.
Já o spread, que é a diferença entre o custo de captação das instituições financeiras e a taxa efetiva cobrada dos clientes, foi reduzido em apenas 3,2 pontos, para 39,6 pontos percentuais.
Para Altamir Lopes, chefe do Departamento Econômico do BC, o spread não tem que cair na mesma intensidade dos juros. No entanto, com o aumento das operações de crédito, a queda deveria ter sido maior em 2006.
"Talvez por força da inadimplência o spread não tenha caído tanto", justifica Lopes.
A taxa de inadimplência da pessoa física encerrou o ano em 7,6%. Em dezembro de 2005, estava em 6,7%.
O mesmo movimento aconteceu nas operações destinadas às pessoas jurídicas. Para as empresas, a taxa de juros passou de 26,6% em novembro para 26,2% em dezembro. No ano, a queda foi de 5,5 pontos percentuais. Já o spread caiu apenas 0,3 ponto em 12 meses. A inadimplência neste caso é de 2,7%.
A redução do spread dos bancos, e também das taxas efetivamente cobrada dos clientes, ocorre em um ritmo menor do que o da redução da taxa de juros. O processo de corte foi iniciado em setembro de 2005 e, em 2006, a Selic terminou o ano em 13,25% ao ano.
No ano passado, o governo anunciou um pacote na área de crédito para estimular a concorrência bancária e reduzir o custo para os tomadores de crédito. No entanto, a população ainda não sentiu o efeito dessas medidas de forma plena.
Apesar do recuo lento dos spreads, a taxa média geral (que inclui pessoas físicas e empresas) está em 39,8% ao ano, o menor patamar desde a criação da série histórica, em junho de 2000.
Linhas de crédito
O maior recuo nas modalidades destinadas a pessoas físicas ocorreu no crédito pessoal, que passou de 58,6% em novembro para 57,2% ao ano em dezembro. No ano, a queda é de 10,1 pontos percentuais.
Dentro dessa linha está o crédito consignado, que em dezembro ficou estável e, em 2006, teve uma queda de 2,9 pontos percentuais. A taxa de juros para esses empréstimos com desconto em folha foi de 33,4% ao ano no mês passado.
De acordo com Lopes, a busca por essa modalidade de crédito mais barato tem contribuído para o recuo das taxas médias de juros. O desconto em folha representava em dezembro 54,3% do crédito pessoal (R$ 88,650 bilhões). Os consumidores optam por essa linha no lugar de outras com taxas mais elevadas.
Já a taxa do cheque especial recuou de 142,8% em novembro para 142% ao ano em dezembro. Em 2006, a queda foi de 5,5 pontos percentuais.
Para a aquisição de veículos, os juros cobrados passaram de 33,1% em novembro para 32,3% ao ano em dezembro. Em 12 meses, a queda foi de 2,5 pontos.
A única taxa que apresentou elevação em dezembro foi a cobrada para a aquisição de bens (exceto veículos), que subiu dois pontos, para 61% ao ano. No entanto, no ano foi registrada uma queda de 4,2 pontos percentuais.
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