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06/02/2007 - 18h50

Em queda de 0,42%, dólar comercial chega ao menor valor em nove meses

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DENYSE GODOY
da Folha Online

O dólar comercial manteve nesta terça-feira a tendência de queda: terminou o dia vendido a R$ 2,086, com desvalorização de 0,42%. É a menor cotação desde 10 de maio do ano passado. Na semana passada, a moeda americana teve baixa de 1,59%; no ano, ela já chega a 2,39%. O risco-país ficou estável aos 180 pontos, mas durante o expediente chegou aos 178 pontos, patamar inédito.

Segundo os especialistas, a explicação para esse movimento está nas expectativas sobre os juros dos Estados Unidos e os brasileiros.

Na semana passada, o Fed (Federal Reserve, banco central norte-americano) decidiu novamente manter a sua taxa básica de juros em 5,25% ao ano. No comunicado divulgado após a reunião na qual a medida foi tomada, o mercado enxergou sinais de que a autoridade monetária não deve mexer nela por algum tempo, enquanto observa qual é a velocidade da expansão da economia e o comportamento da inflação. Os mais otimistas até apostam que, quando houver uma alteração, será um corte.

Também na última semana o Copom (Comitê de Política Monetária do Banco Central) afirmou, na ata sobre sua mais recente reunião, que cortou em apenas 0,25 ponto percentual a Selic porque alguns membros viram uma aceleração da economia e a possibilidade de maior aumento de preços. Daí os analistas concluírem que o ritmo de redução da taxa deve cair em 2007.

A decisão da agência de classificação de risco Fitch de elevar a perspectiva da nota do Brasil, citando a melhora das contas externas do país, também contribuiu para o recente otimismo. A Fitch salientou, ontem, que pode haver um upgrade nos próximos dois anos.

"No país temos os maiores juros do mundo, o risco-país está em queda e o Fed indica que não vai elevar a sua taxa. Assim, os investidores estrangeiros vêem o Brasil como um mercado seguro e que remunera bem, por isso colocam o seu dinheiro no país", explica Marcos Forgione, gerente de câmbio da corretora Souza Barros.

Se a maior parte dos dólares que está entrando no mercado nacional neste momento tem como destino aplicações financeiras, então a esperada diminuição do superávit da balança comercial não afeta as previsões para o câmbio. "Espera-se que, com a baixa do dólar, as importações cresçam, mas há um limite para isso, já que a economia brasileira não está tão forte --não haveria um grande mercado para os produtos que vêm de fora", comenta Forgione. "Não me espantaria se a moeda chegasse aos R$ 2."

O BC tem sido pressionado para tentar conter a queda do dólar. Segundo reportagem da Folha de S.Paulo, o próprio presidente Luiz Inácio Lula da Silva tem pedido por isso. O presidente nacional do PT, deputado Ricardo Berzoini, defendeu hoje em reunião com o ministro da Fazenda, Guido Mantega, que o governo tome medidas nesse sentido.

Porém, na opinião de Forgione, embora o BC continue comprando divisas diariamente no mercado, é difícil para a instituição impedir maiores desvalorizações. "O BC parece mais interessado em continuar engordando as reservas internacionais brasileiras, para tentar alcançar os US$ 100 bilhões no final do ano", diz. As reservas estão atualmente em cerca de US$ 92 bilhões.

Paralelo e turismo

Hoje o dólar paralelo caiu 0,85%, para R$ 2,31, e o turismo recuou 0,91%, para R$ 2,165.

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