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07/02/2007 - 12h25

Criação de emprego cai pelo 2º ano, e ministro culpa dólar e juro

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ANA PAULA RIBEIRO
da Folha Online, em Brasília

A geração de empregos com carteira assinada totalizou 1,229 milhão no ano passado. O número, que é a diferença entre o total de trabalhadores admitidos e demitidos, é 2% menor que o registrado no ano anterior (1,254 milhão).

Em 2005, o número de vagas formais criadas já havia registrado queda de 17,7% em relação a 2004, melhor ano do governo Lula para o mercado de trabalho.

Apesar da redução no ritmo de criação de empregos formais pelo segundo ano, o ministro Luiz Marinho (Trabalho) considerou "razoável" o desempenho de 2006, mas destacou que poderia ter sido melhor se alguns setores não tivessem sido afetados pela valorização do real frente ao dólar.

"Podemos dizer que foi um ano razoável para a geração de empregos. Eu apostaria em um 2007 melhor, já que temos as medidas que estamos adotando agora [em referência ao PAC (Programa de Aceleração do Crescimento]", disse.

Marinho voltou a criticar a condução da política cambial pelo Banco Central. De acordo com o ministro, a taxa de câmbio precisa flutuar de modo a favorecer a indústria nacional.

"O ano poderia ter sido melhor se a gente tivesse conseguido ter juro menor e um câmbio ajustado para as necessidades nacionais", disse.

Com um real valorizado, os produtos brasileiros perdem competitividade no mercado externo e sofrem concorrência com produtos importados. Foi o que aconteceu com setores como o de calçados e têxteis. Com produção menor, houve demissão nas empresas dessas áreas.

Para ele, o atual modelo do BC é "insuficiente" ao mirar apenas na meta de inflação. Além disso, o fato de o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) ter ficado abaixo da meta de 4,5% --foi de 3,14% no ano passado--, mostra que a política monetária errou a dose na política de corte de juros, que deveria ter sido mais agressiva.

"[A inflação abaixo da meta] significa que os remédios foram muito amargos e isso influenciou no câmbio", disse.

Caged

De acordo com o Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados), nos quatro anos do governo Lula foram gerados 4.651.376 postos de trabalho. O ano passado foi o que teve o pior desempenho, perdendo apenas para 2003 (645.433 novos postos).

O setor de serviços foi o que mais criou vagas nos últimos quatro anos (521.609).

Por região, a que mais criou vagas foi a Sudeste (773.048). Esse desempenho foi puxado pela geração de empregos formais em São Paulo (472.627).

Nos programas eleitorais de 2002, o então candidato Lula falava da geração de 10 milhões de empregos. No entanto, de acordo com Marinho, isso nunca foi uma promessa, e sim a quantidade de empregos que seriam necessários para o país.

Marinho acrescentou ainda que levando em conta os empregos do funcionalismo público e do setor militar, foram criados 8,5 milhões de vagas formais nos últimos quatros anos.

"A minha aposta, se não acontecer nenhuma catástrofe natural, nós teremos um 2007 superior a 2006", disse.

O número de empregos formais total, incluindo funcionalismo público e militares, será conhecido no segundo semestre, com a divulgação da Rais (Relação Anual de Informações Sociais).

No primeiro mandato do governo FHC (1995 a 1998), a geração de empregos com carteira assinada ficou negativa em 1,018 milhão. Já entre 1999 e 2002, ficou positiva em 1,815 milhão.

De acordo com Marinho, a melhora em relação ao governo anterior ocorreu devido a um modelo de desenvolvimento diferenciado, que motivou a indústria nacional. Além disso, ele lembro das políticas de recuperação de renda, como o reajuste do salário mínimo, que aumento o consumo no país, e conseqüentemente a produção.

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