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16/04/2007 - 09h16

Estabilidade e liquidez ampliam fusões no Brasil

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VALDO CRUZ
JULIANNA SOFIA
da Folha de S.Paulo, em Brasília

O cenário de estabilidade da economia brasileira associado à alta disponibilidade de dinheiro no mercado internacional acelerou os processos de fusão e incorporação de empresas no Brasil, criando uma nova onda de aquisições similar à registrada no final dos anos 90. É o que mostra os registros do Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica), responsável pela autorização dessas operações.

Neste ano, foram protocolados no Cade até a semana passada 199 pedidos do que é classificado no órgão de atos de concentração, quase a metade de todo o ano passado --423.

"A liquidez vai às compras", define a presidente do Cade, Elizabeth Farina, sobre o movimento de fusões e incorporações de empresas aqui e no exterior. Ela destaca que parte dos pedidos encaminhados ao órgão é reflexo de operações envolvendo empresas de outros países com filial no Brasil.

Farina lembra que o "boom" de aquisições de empresas dos anos 90 foi fruto do processo de privatização desencadeado durante o governo Fernando Henrique Cardoso. Tanto que, em 2000, foram protocolados nada menos do que 668 atos de concentração de mercado.

Logo depois, houve um arrefecimento desse processo quando as empresas passaram então a reacomodar-se no mercado. Agora, acredita Farina, a melhora do quadro econômico num momento de excesso de liquidez internacional está acelerando as operações de fusão e incorporação de empresas.

"O que se assiste agora é que, com uma liquidez alta, queda no risco Brasil, estabilidade econômica, o panorama para negócios aqui é muito atrativo e gera esse processo. Trata-se de um fenômeno internacional que tem reflexos aqui", diz.

Gigantes

Nos últimos meses, foram divulgadas operações de vulto no Brasil. A cervejaria portuguesa Cintra foi comprada pela AmBev. A Coca-Cola comprou a Mate Leão, a Petrobras, associada com a Braskem e Ultra, incorporou a Ipiranga. E, mais recentemente, numa operação ainda não protocolada no Cade, a Gol comprou a Varig.

Além desses negócios, outros tiveram destaque. O Bradesco adquiriu os negócios da American Express no Brasil. As Lojas Americanas compraram a rede Submarino.

Duas operações externas que tiveram reflexos no Brasil, protocoladas no Cade, envolveram os setores de alimentos e medicamentos. A Nestlé comprou a marca de alimentos para bebê Gerber da Novartis. A Johnson & Johnson incorporou a divisão da Pfizer que fabrica produtos para cuidados de saúde livres de prescrição médica.

Pela legislação atual, os atos de concentração precisam ser notificados ao Sistema Brasileiro de Defesa da Concorrência até 15 dias depois da efetivação do negócio. A obrigatoriedade vale para operações em que uma das empresas tenha concentração de mercado acima de 20% ou quando uma das envolvidas apresente no Brasil faturamento bruto de, no mínimo, R$ 400 milhões anual.

Antes de serem julgadas no Cade, as aquisições são analisadas pela Seae (Secretaria de Acompanhamento Econômico) e pela SDE (Secretaria de Direito Econômico), que apresentam pareceres ao conselho. Os negócios que comprometem o funcionamento do mercado podem ser barrados pelos conselheiros.

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