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18/04/2007
-
19h57
EPAMINONDAS NETO
da Folha Online
O economista-chefe do banco Fator, José Francisco Gonçalves, leu a nota pós-reunião do Copom (Comitê de Política Monetária) como uma sinalização de que aumentaram as chances de que o próximo corte da taxa Selic será de 0,50 ponto percentual. Na nota de hoje, houve divergência entre os membros do colegiado, com três votos para uma redução maior que 0,25 ponto percentual.
Após a reunião de hoje, o Comitê divulgou uma nota curta: "avaliando o cenário macroeconômico e as perspectivas para a inflação, o Copom decidiu reduzir a taxa Selic para 12,50% ao ano, sem viés, por quatro votos a favor e três votos pela redução da taxa Selic em 0,50 ponto percentual".
"Eu acredito que o fato de ter havido uma dissensão tão forte assim será vista pelo mercado que vem um corte maior na próxima reunião", afirmou o economista.
Mesma opinião foi expressa pelo economista-chefe da corretora Concórdia, Elson Telles, que espera uma queda dos juros no mercado futuro "caso os agentes venham a incorporar uma probabilidade mais elevada de aceleração no ritmo de corte na taxa Selic na reunião seguinte".
O antigo diretor de Política Monetária, Rodrigo Azevedo, ainda votou na reunião de hoje. Para Gonçalves, foi "notável" o fato do Comitê não ter optado por uma posição "unânime" no comunicado e ter aberto que uma parcela do grupo indicou uma preferência por um ajuste acima do esperado pela maioria do mercado.
Segundo o economista, a ata da reunião de hoje, que será divulgada na quinta-feira da próxima semana, ganhou importância ainda maior. "O Copom vai ter que escrever a ata de quinta com muito cuidado, para não provocar nervosismo no mercado. Eles não vão poder se comprometer nem com um corte de 0,25 nem com 0,50 ponto [percentual]", avalia.
Ele afirma que já havia condições para que o Comitê decidisse por um corte maior da taxa Selic, mas reconhece que os integrantes têm razões suficientes para justificar sua posição. Para Gonçalves, um corte maior será possível se as atuais condições econômicas se mantiverem nos próximos 40 dias, quando está prevista uma nova reunião do comitê.
"Tem que haver um cenário de crescimento como está hoje, um cenário de inflação como está hoje e uma taxa de câmbio como está hoje", avalia o economista do banco Fator.
Para Telles, da Concórdia, o Copom acertou em reduzir somente 0,25 ponto percentual desta vez. Ele cita que há incertezas sobre o impacto das quedas recentes dos juros na economia, que mostra sinais de aquecimento da demanda. O economista também menciona as dúvidas presentes sobre a evolução da economia dos EUA, que preocupam os mercados há meses.
"A melhora recente no humor dos mercados globais não significa que os riscos referentes ao cenário externo, principalmente em relação à economia norte-americana, tenham sido dissipados", avalia. E acrescenta: "a atuação cautelosa da política monetária nos parece a forma mais apropriada para aumentar a probabilidade de que a inflação siga evoluindo segundo a trajetória de metas".
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O economista-chefe do banco Fator, José Francisco Gonçalves, leu a nota pós-reunião do Copom (Comitê de Política Monetária) como uma sinalização de que aumentaram as chances de que o próximo corte da taxa Selic será de 0,50 ponto percentual. Na nota de hoje, houve divergência entre os membros do colegiado, com três votos para uma redução maior que 0,25 ponto percentual.
Após a reunião de hoje, o Comitê divulgou uma nota curta: "avaliando o cenário macroeconômico e as perspectivas para a inflação, o Copom decidiu reduzir a taxa Selic para 12,50% ao ano, sem viés, por quatro votos a favor e três votos pela redução da taxa Selic em 0,50 ponto percentual".
"Eu acredito que o fato de ter havido uma dissensão tão forte assim será vista pelo mercado que vem um corte maior na próxima reunião", afirmou o economista.
Mesma opinião foi expressa pelo economista-chefe da corretora Concórdia, Elson Telles, que espera uma queda dos juros no mercado futuro "caso os agentes venham a incorporar uma probabilidade mais elevada de aceleração no ritmo de corte na taxa Selic na reunião seguinte".
O antigo diretor de Política Monetária, Rodrigo Azevedo, ainda votou na reunião de hoje. Para Gonçalves, foi "notável" o fato do Comitê não ter optado por uma posição "unânime" no comunicado e ter aberto que uma parcela do grupo indicou uma preferência por um ajuste acima do esperado pela maioria do mercado.
Segundo o economista, a ata da reunião de hoje, que será divulgada na quinta-feira da próxima semana, ganhou importância ainda maior. "O Copom vai ter que escrever a ata de quinta com muito cuidado, para não provocar nervosismo no mercado. Eles não vão poder se comprometer nem com um corte de 0,25 nem com 0,50 ponto [percentual]", avalia.
Ele afirma que já havia condições para que o Comitê decidisse por um corte maior da taxa Selic, mas reconhece que os integrantes têm razões suficientes para justificar sua posição. Para Gonçalves, um corte maior será possível se as atuais condições econômicas se mantiverem nos próximos 40 dias, quando está prevista uma nova reunião do comitê.
"Tem que haver um cenário de crescimento como está hoje, um cenário de inflação como está hoje e uma taxa de câmbio como está hoje", avalia o economista do banco Fator.
Para Telles, da Concórdia, o Copom acertou em reduzir somente 0,25 ponto percentual desta vez. Ele cita que há incertezas sobre o impacto das quedas recentes dos juros na economia, que mostra sinais de aquecimento da demanda. O economista também menciona as dúvidas presentes sobre a evolução da economia dos EUA, que preocupam os mercados há meses.
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