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23/04/2007 - 16h56

Barclays planeja manter controle do banco Real no Brasil

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CAMILA MARQUES
da Folha Online

O banco britânico Barclays, que anunciou hoje a fusão com o banco holandês ABN Amro em um negócio de US$ 90,8 bilhões, confirmou à Folha Online, por meio de sua assessoria de imprensa, que não pretende vender o banco Real, unidade brasileira do ABN.

Segundo informado à Folha Online, o negócio no Brasil --e também na Itália, pelo Capitalia SpA, China e Índia-- são de grande interesse para o Barclays por conta do "perfil de seus portifólios", explicou o banco.

Evert Elzinga/AP
John Varley, do Barclays (esq.) e Rijkman Groenink, do ABN Amro, em anúncio feito hoje
John Varley, do Barclays (esq.) e Rijkman Groenink, do ABN Amro, em anúncio feito hoje
Na apresentação que fez hoje para analistas e investidores sobre a transação, o Barclays ressaltou a "presença marcante" do ABN entre médias e grandes empresas na América Latina, mas "particularmente no Brasil".

Sobre a possível mudança de nome, o Barclays afirmou que o assunto será tema de reuniões futuras. "Tudo vai depender do quanto os nomes locais são conhecidos. O que mais importará para nós é o consumidor."

Além do Barclays, estavam interessados no ABN um consórcio de três bancos europeus: o britânico Royal Bank of Scotland, o espanhol Santander e o belga-holandês Fortis.

Para o Santander, especificamente, era de grande interesse a possibilidade de adquirir o controle do Real, o que tornaria a instituição espanhola líder de mercado no Brasil, à frente mesmo do Bradesco. Segundo informações divulgadas na última semana, o HSBC também estaria interessado na carteira do ABN por aqui --com o ABN Real, ele passaria o Santander.

O ABN Real ficou em terceiro lugar no ranking dos maiores bancos privados do país no ano passado, de acordo com lista elaborada pelo Banco Central, superado por Bradesco e Itaú. Em 2006, o ABN Amro, que tem cerca de 13,1 milhões de clientes no Brasil, teve lucro de R$ 2 bilhões no país, valor 43% superior ao resultado de 2005.

A atuação do Barclays no Brasil, por sua vez, atualmente ocorre apenas no atacado, em operações de tesouraria e de câmbio para comércio exterior.

Fusão

Se o acordo firmado hoje for para frente --e tudo indica que sim--, o Barclays deterá 52% da instituição combinada e o ABN, 48%. Como parte do negócio, o ABN anunciou que está vendendo seu banco americano LaSalle ao Bank of America por US$ 21 bilhões em dinheiro --a transação, porém, ainda pode ser desfeita se, em 14 dias, o Barclays receber alguma proposta mais vantajosa.

A fusão cria a segunda maior instituição bancária européia e a quinta mundial, com 220 mil funcionários e 47 milhões de clientes. Resultado de uma negociação de vários meses que sacudiu o setor bancário, a fusão, porém, resultará na demissão de 12.800 pessoas, enquanto outros 10.800 cargos serão terceirizados.

O novo banco terá sua sede social em Amsterdã. Arthur Martinez, do ABN Amro, presidirá o grupo e John Varley, que atualmente comanda o Barclays, será seu diretor-executivo.

Com agências internacionais

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