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09/05/2007 - 17h36

Bovespa marca novo recorde no fechamento e acumula alta de 15,35% em 2007

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EPAMINONDAS NETO
da Folha Online

A Bovespa (Bolsa de Valores de São Paulo) fechou com forte alta de 2,03%, na marca histórica dos 51.300 pontos nesta quarta-feira, configurando o 18º recorde consecutivo somente neste ano. O volume financeiro foi de R$ 4,78 bilhões.

No acumulado de 2007, a Bolsa tem valorização de 15,35%, o que aumenta os temores de alguns investidores de que o mercado esteja à beira de uma realização de lucros (venda de papéis muito valorizados) mais acentuada.

O lado "mais otimista" do mercado, no entanto, afirma que ainda há espaço para valorização da Bolsa brasileira. Eles afirmam que investidores estrangeiros e investidores domésticos --deslocando recursos de aplicações de renda fixa-- podem sustentar a continuidade das altas.

O dólar comercial foi negociado a R$ 2,024 para venda, em queda de 0,24%, no fechamento. O mercado de juros futuros projetou taxas mais baixas na comparação com os ajustes de terça-feira.

Chamou a atenção dos investidores o desempenho das ações do setor de siderurgia e mineração, que puxaram a valorização da Bolsa. A ação ordinária da CSN subiu 6,94%, apesar do impacto negativo de uma decisão da Justiça que bloqueou recursos da empresa de cerca de R$ 1 bilhão.

Analistas de corretoras limitaram o impacto da decisão judicial. Em boletim para investidores, a corretora Planner apontou que a CSN já teria provisionado os recursos e que a sentença não deve ter impacto nos próximos resultados da empresa.

A ação preferencial da Companhia Vale do Rio Doce, uma das mais negociadas do mercado, subiu 4,20%. Corretores atribuíram o desempenho do papel à expectativa de forte demanda chinesa, uma das maiores importadoras do produto brasileiro, nos próximos trimestres.

Fomc

O Fomc (comitê de política monetária dos EUA) decidiu pela manutenção dos juros básicos americanos em 5,25%, em linha com as expectativas da maioria dos economistas de mercado. Em seu comunicado pós-reunião, o comitê americano se mostrou preocupado com as perspectivas de inflação mas também sinalizou de que está "convencido" de que a economia está em desaceleração.

O analista de investimentos da Coinvalores, Carlos Nunes, afirmou que o comunicado foi uma boa notícia para a Bolsa, porque reforçou a percepção de que a economia americana terá um "soft landing", uma desaceleração suave até o final do ano.

"Nos comunicados anteriores, o comité ficava em cima do muro, muito em função dos indicadores [econômicos], que estavam muito contraditórios. Desta vez, ele foi um pouquinho mais incisivo de que a economia está em desaceleração", disse o analista.

"Como a inflação continua um fator preocupante, se o Fed [Banco Central dos EUA] sentisse que a economia pode ter um forte crescimento, provavelmente as Bolsas iriam desabar, porque significa que ele iria fatalmente subir os juros lá na frente", acrescenta.

Perspectivas

O economista-chefe do banco Fator, José Francisco de Lima Gonçalves, considera que o Fomc deve manter a taxa básica de juros em 5,25% ao ano até o final de 2007, com base no "statement" divulgado após a reunião de hoje.

Gonçalves apontou duas "ligeiras diferenças" entre o comunicado de hoje e a mensagem do dia 21 de março. No mês anterior, o Fomc havia ressaltado a ênfase nos indicadores contraditórios ("recent indicators have been mixed") pela constatação de que a economia crescia em ritmo moderado --"economic growth slowed in the first part of this year". O economista lembra ainda que o núcleo da inflação continua incomodando o comitê americano.

Ele ressalta as continuidades em relação ao comunicado anterior: o elevado nível de utilização de recursos tem potencial de sustentar pressões inflacionárias, ainda que as mesmas provavelmente moderem ao longo do tempo.

"Nossa conclusão é a mesma: a FFR [taxa básica de juros] continua no mesmo nível até onde a vista alcança (o fim do ano)", avalia Gonçalves.

O economista-chefe do banco Modal, Alexandre Póvoa, em boletim divulgado para clientes, afirmou que "toda atenção é pouca" para as próximas reuniões do Fomc. Se por uma lado, a inflação americana (preços ao consumidor) mostra convergência para as metas implícitas da autoridade monetária, considerando a tendência dos 12 meses, ainda o há o risco dos preços dos combustíveis pressionarem.

"Cabe chamar a atenção para uma potencial nova escalada do preço da gasolina, que pode colocar mais lenha na fogueira da inflação e de forma indireta impactar o 'PCE core' [medida da inflação ao consumidor, que desconta os preços mais voláteis]", afirma o economista.

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