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15/05/2007 - 12h53

Dólar cai abaixo dos R$ 2 e mercado aposta em intervenção do BC

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MÁRCIO RODRIGUES
da Folha Online

O dólar comercial caiu abaixo do "nível psicológico" dos R$ 2 nesta terça-feira pela primeira vez em seis anos e o mercado espera intervenção do BC (Banco Central). Às 12h30, a moeda americana era negociada a R$ 1,990 para venda, em queda de 0,89%. Ontem, a taxa de câmbio encerrou os negócios do dia a R$ 2,009, em baixa de 0,45%.

Para o analista de câmbio da corretora Souza Barros Renato Rabello, apesar da queda, a tendência continua sendo baixista. "Com os juros acima de 12% e uma inflação que chega a quase zero, não há como segurar a cotação [da moeda norte-americana]", explicou.

Agora, o mercado está à espera de uma possível intervenção do BC. Há quatro sessões a instituição não realiza leilões de "swap cambial reverso", operação que tem efeito de uma compra futura de dólares.

Segundo o analista da Souza Barros, o BC brasileiro, como qualquer Banco Central do mundo, busca suavizar os movimentos. "É provável que haja uma intervenção do BC, mas ela só vai suavizar um pouco a queda, evitando que o movimento se torne muito brusco", disse.

Como contrapartida para a queda, Rabello salienta o aumento das reservas externas do Brasil. "Com a queda do dólar e a intervenção do BC, nossa reservas internacionais aumentam, o que na minha visão, é bom para todo o país", afirmou.

"Não há milagre"

Hoje, em entrevista coletiva, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse que o câmbio continuará sendo flutuante e afirmou que "não há milagre" para impedir a desvalorização da moeda americana frente ao real.

"A gente diz que o real está valorizado sem reconhecer que o dólar está se desvalorizando. Não podemos resolver problema do câmbio como alguns querem que a gente resolva. O Câmbio continuará sendo flutuante", afirmou o presidente.

Lula ressaltou, porém, que o governo pode adotar algumas medidas que ajudem a dar mais competitividade às empresas brasileiras. "O que nós precisamos é de medidas tributárias. Incentivar que as empresas adotem inovação tecnológica", disse. "O dólar vai se ajustar na medida em que se importar mais bens de capital, reduzir a taxa de juro."

Bovespa

No mesmo horário, a Bovespa (Bolsa de Valores de São Paulo) avançava 0,51%, aos 50.768 pontos. Ontem, a Bolsa brasileira fechou em queda de 0,77%, aos 50.510 pontos, em um dia esvaziado pela espera do CPI (índice de preços ao consumidor, nos EUA), divulgado pela manhã.

O governo dos EUA informou que o CPI (índice de preços ao consumidor) teve variação de 0,4% em abril, ante 0,6% em março. O chamado 'núcleo' do indicador (recalculado sem os preços mais voláteis) teve variação de 0,2% ante 0,1% no mês anterior. O mercado projetava oscilação de 0,5% e 0,2%, respectivamente.

Os indicadores de inflação nos EUA ganharam influência ainda maior sobre as Bolsas após a divulgação do último comunicado do Federal Reserve (Banco Central dos EUA), em sua reunião mais recente para decidir a nova taxa básica dos juros do país, hoje em 5,25%. No chamado "statement", a autoridade monetária mostrou que continua preocupada com possíveis pressões inflacionárias existentes na economia americana.

Na sexta-feira, o governo já divulgou o chamado PPI (índice de preços ao atacado), que teve alta de 0,7% em abril, abaixo do 1% registrado em março, e ajudou a sustentar a valorização das Bolsas mundiais no dia. Com a inflação em queda, os analistas esperam que o Fed possa vir a reduzir sua taxa de juros, o que favoreceria os negócios nos mercados de ações.

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