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BC não pode esperar inflação para agir, diz diretor
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ANA PAULA RIBEIRO
da Folha Online, em Brasília
O Banco Central não deve esperar a inflação se manifestar para tomar uma decisão de reduzir os preços. A avaliação é de Mario Mesquita, diretor de Política Econômica, que afirmou que as decisões de política monetária devem ser baseadas nas projeções de inflação, e não no aumento corrente dos preços.
"O Banco Central tem que agir de forma preventiva. Um BC que espera [um problema] é pouco eficiente. Se esperar o problema injeta mais volatilidade", defendeu o diretor nesta quinta-feira.
Mesquita explicou que as decisões do BC devem ser tomadas não com base na inflação corrente, e sim na tendência esperada para a trajetória de inflação.
No "Relatório de Inflação" divulgado hoje, o BC elevou de 3,5% para 4% a previsão do IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) para este ano e de 4,1% para 4,2% a projeção para o próximo ano. A projeção do mercado deste ano foi elevada de 3,5% para 3,9% e a de 2008, reduzida de 4,2% para 4,1%.
O diretor lembrou ainda que as decisões de política monetária --processo de redução das taxas de juros-- demora para surtir efeito sobre a atividade econômica e a inflação. Ele acredita que esse prazo seja hoje de aproximadamente nove meses.
"Os duzentos pontos básicos de corte neste ano [dois pontos percentuais] não tiveram efeito sobre a atividade e a inflação. Esses efeitos virão nos trimestre seguintes", afirmou.
A taxa Selic está em redução desde setembro de 2005. Hoje está em 11,25% ao ano.
Antes, a autoridade monetária dizia que um corte de juros demorava cerca de seis meses para ter todo o seu efeito sobre a economia. Para Mesquita, vários fatores levaram ao aumento desse prazo, como o aumento dos prazos do crédito ao consumidor.
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