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Índios ameaçam realizar protestos contra a Petrobras no Equador
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da France Presse, em Quito
O movimento indígena equatoriano se prepara para a possibilidade de realizar um levante para impedir a exploração de petróleo na reserva natural de Yasuní pela Petrobras, disse nesta sexta-feira Luis Macas, presidente da Conaie (Confederação de Nacionalidades Indígenas do Equador).
"Se for necessário, o movimento se colocará de pé para defender a soberania. Não descartamos nenhuma forma de protestos. Estamos discutindo", afirmou.
A organização --que entrou com ação na justiça para anular a autorização ambiental concedida à Petrobras-- se opõe à extração de petróleo nos limites da zona protegida, conhecida como a "inacessível" Yasuní (nordeste), um dos maiores parques naturais do Equador, onde habitam povos indígenas que evitam contato com o exterior.
Segundo Macas, a exploração de petróleo na região acabará exterminando os povos Tagaerí e Taromenani, que circulam pela zona inacessível do Yasuní, formada por 700 mil hectares de florestas úmidas, segundo organizações que trabalham pela sobrevivência dessas comunidades.
Os poucos rastos que deixam pelo caminho, como lanças cruzadas enfeitadas com plumas e adereços, são uma das poucas provas de que ainda existem.
"Estamos denunciando que a política petroleira neste país não mudou. Continua sendo extrativista, de extermínio dos povos indígenas e de depredação", destacou o dirigente da Conaie.
Os indígenas se manifestaram ano passado contra um acordo de livre comércio entre o Equador e os Estados Unidos, que foi cancelado pelas autoridades de ambos os países.
A Petrobras pretende extrair, até 2024, 40 mil barris de petróleo por dia do bloco 18, o que aumentaria em 8% a produção do Equador, quinto produtor sul-americano, que prepara seu retorno à Opep (Organização dos Países Exportadores de Petróleo).
O presidente Rafael Correa autorizou os trabalhos da companhia, garantindo que seu governo protegerá as chamadas zonas inacessíveis do Yasuní.
Em 27 de outubro passado, Rafael Correa criticou os ambientalistas adversos à autorização e pediu a estas organizações que apresentassem uma alternativa para substituir a exploração de petróleo sem deixar o país sem recursos.
Correa promove uma campanha para deixar o petróleo enterrado no coração do Yasuní, em troca de uma indenização internacional que substitua em parte os recursos que deixaria de ter para proteger o meio ambiente.
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