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06/12/2007 - 11h27

OCDE eleva previsão de expansão do Brasil para 4,8% em 2007

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da Efe, em Paris
da France Presse

A OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico) elevou sua previsão de crescimento para a economia brasileira neste ano para 4,8%, devido ao crescimento dos investimentos e do consumo privado, apoiados por na oferta maior de crédito e de rendas. Os dados constam do relatório semestral da organização, divulgado nesta quinta-feira.

Na edição anterior do relatório a OCDE havia estimado que o PIB (Produto Interno Bruto) do Brasil --que não é membro da organização-- iria crescer 4,4% neste ano. Para 2008, a previsão permaneceu inalterada no relatório divulgado hoje, 4,5%.

O boletim Focus, divulgado nesta semanal pelo Banco Central, informou que os analistas prevêem uma expansão do PIB de 4,7% --ligeiramente abaixo da previsão anterior, 4,71%. Para 2008, a projeção foi reduzida de 4,33% para 4,30%.

Para os 30 países-membros da organização as previsões de crescimento para 2008 foram revistas para baixo. A OCDE considera que o novo cenário "não é tão desfavorável se forem considerados os choques recentes" e advertiu que o alto grau de incerteza e de acumulação de riscos pode agravar a situação. No documento, a organização manteve em 2,7% suas estimativas de expansão do PIB de seus membros neste ano, mas reduziu para 2,3% a previsão para 2008. Para 2009, a previsão é de 2,4%.

A organização rebaixou seus números para o próximo ano em todas as suas grandes regiões. Já as de 2007 tiveram variações para cima e para baixo, mas pouco significativas.

Os autores do relatório indicam que o aumento do PIB nos Estados Unidos neste ano será de 2,2%, contra a estimativa de 2,1% divulgada em maio, mas para 2008 a expectativa é de crescimento de 2%, contra a previsão anterior, de 2,5%. Em 2009, o crescimento deverá ser de 2,2%.

Na zona do euro, a estimativa de crescimento para este ano caiu para 2,6%, contra 2,7% antes. Para 2008, a previsão caiu para 1,9%, contra 2,3%. Para 2009, a estimativa é de expansão de 2%. No caso do Japão, a previsão do PIB para 2007 é de 1,9%, contra 2,4%; para 2008, de 1,6%, e para 2009, de 1,8%.

A OCDE informou que a queda começou a ser sentida a partir do terceiro trimestre deste ano, devido à crise de crédito, agravada pelas crises nos setores imobiliário e de hipotecas de risco nos EUA. Segundo a organização, essas crises irão pesar nas perspectivas de crescimento, mas não devem "gerar uma forte desaceleração em muitos países".

O relatório cita o retrocesso no investimento imobiliário que já ocorreu nos Estados Unidos, na Irlanda e, "em uma medida menor, na Espanha", embora haja uma tendência de "se acentuar".

As turbulências financeiras ocorridas no meio do ano também influenciaram a queda. O impacto sobre a economia real "ainda é difícil de ser avaliado", mas seu efeito "deve ser fraco". Além desses fatores, devem pesar as altas dos preços do petróleo, dos alimentos e de outros produtos de base que podem provocar pressões inflacionárias.

O cenário previsto para os países da OCDE não é tão desfavorável "se forem considerados os choques recentes", segundo o documento, mas o economista-chefe da OCDE, Jorgen Elmeskov, disse que "há uma concentração de riscos em baixa". Ele destaca que esses riscos podem passar a exercer efeito real se a situação do mercado imobiliário se deteriorar mais, ou se ocorrerem novas turbulências dos mercados financeiros.

Ele também lembrou dos efeitos negativos que a alta nos preços das matérias-primas podem ter sobre os índices inflacionários.

Para enfrentar esses riscos, Elmeskov afirma que a política monetária terá que se preparar para "todas as eventualidades" e, no caso dos mercados financeiros, para o fato de que "continuarão sendo fontes de incerteza".

Por isso, em um primeiro momento, os organismos de vigilância terão que optar entre a vontade de restabelecer a confiança nos balanços financeiros e o risco de gerar uma grave contração da oferta de crédito, antes de "tirar as lições da crise" para mudar a regulamentação e evitar que tudo ocorra novamente.

O relatório também aborda a questão politicamente frágil da evolução da taxa de câmbio entre as grandes divisas. A OCDE avalia a desvalorização do dólar como um "bom exemplo de um ajuste natural" nas economias de mercado, devido a um impacto maior nos EUA da crise no setor imobiliário e das turbulências financeiras.

Também chama a atenção dos que poderiam tentar corrigir esses movimentos --que levaram o euro a uma forte valorização-- com políticas intervencionistas e afirma que a política monetária pode compensá-los "em grande medida".

A OCDE criticou a "valorização até agora limitada" do iene e afirmou que, dados "os sintomas de reaquecimento e a forte inflação interna, uma alta mais rápida seria interessante também para a China".

Os atuais países membros da OCDE são Alemanha, Austrália, Áustria, Bélgica, Canadá, Coréia do Sul, Dinamarca, Eslováquia, Espanha, Estados Unidos, Finlândia, França, Grécia, Holanda, Hungria, Irlanda, Islândia, Itália, Japão, Luxemburgo, México, Noruega, Nova Zelândia, Polônia, Portugal, República Tcheca, Reino Unido, Suécia, Suíça e Turquia.

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