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03/01/2008 - 09h25

Empresários prevêem aumento de preços com mudanças na tributação

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da Folha de S.Paulo

O aumento do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) e da CSLL (Contribuição Social sobre o Lucro Líquido) para o setor financeiro deve provocar aumento de preços e retração do consumo. É o que dizem empresários e representantes de classe consultados pela Folha.

"Não esperávamos essa vingança tão rápida", diz Synésio Batista da Costa, presidente da Abrinq (associação dos fabricantes de brinquedos). "Seria melhor fazer a CPMF de novo."

A CPMF (Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira) foi extinta pelo Congresso no final de 2007. Agora, com as novas medidas, o governo quer recuperar 25% dos cerca de R$ 40 bilhões que a arrecadação da CPMF gerava aos cofres públicos.

Com o aumento do IOF e da CSLL, os custos do setor produtivo, que freqüentemente recorre aos bancos para financiar a produção, serão mais altos. 'Quem vai pagar essa conta é o consumidor', afirma Synésio Batista. 'Não nos iludamos, os bancos não vão pagar pelo aumento da CSLL.'

Para Humberto Barbato, presidente da Abinee (Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica), a elevação do IOF não será problema. "É como se continuássemos pagando a CPMF', afirma. 'O preocupante é a CSLL."

Para financiar suas vendas às redes atacadistas, os fabricantes, em geral, buscam financiamentos para facilitar o pagamento a seus clientes. Agora, o custo da operação será maior e terá de ser repassado ao consumidor. 'Nosso setor opera com margens de lucro muito pequenas', afirma Barbato. 'Não dá para absorver essa alta.'

O presidente da Eletros (que reúne fabricantes de eletroeletrônicos), Lourival Kiçula, também acredita que os bancos repassarão o aumento da CSLL e isso terá impacto não apenas nos preços mas no consumo.

A Folha apurou que apenas os varejistas que oferecem crédito a seus clientes utilizando recursos próprios ou de financiamentos feitos no exterior a juros mais baixos conseguirão manter suas taxas de juros aos clientes. Outra opção seria uma competição entre os bancos pela oferta de financiamentos a juros diferenciados.

"Mas eu duvido que eles não repassarão o aumento", diz Barbato, da Abinee.

Atualmente, a explosão de vendas nas redes varejistas sustenta-se principalmente pela oferta de crédito.

Para Emílio Alfieri, economista da ACSP (Associação Comercial de São Paulo), a elevação do IOF e da CSLL fará subir o custo do crédito para o consumidor. "É lamentável," diz. "Os tributos pagos pelos brasileiros já são suficientes para a realização dos programas sociais do governo. Essa decisão vai contra o desejo da opinião pública e mostra uma atitude de vingança, não parece uma decisão casual."

A Federação do Comércio do Estado de São Paulo também reprovou o pacote. "A sociedade deve acompanhar de perto e cobrar mais eficiência para que o ajuste não recaia apenas sobre o setor privado", diz o presidente Abram Szajman.

 

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