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Tibete e crise americana aumentam tensão em visita de Paulson à China
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da Efe, Pequim
O secretário do Tesouro dos EUA, Henry Paulson, iniciou hoje em Pequim uma visita oficial à China em meio às tensões econômicas entre os Estados Unidos e o país asiático, e às pressões de Washington para que o regime comunista estabeleça um diálogo com o dalai lama sobre o Tibete.
A visita de Paulson, parte das relações diplomáticas entre os líderes econômicos dos dois países, tem grande importância por ser a primeira de um funcionário do alto escalão americano após os violentos incidentes de Lhasa, capital tibetana, em 14 de março.
Paulson afirmou que transmitiu aos líderes chineses a preocupação sobre a violência que atingiu o Tibete nas últimas semanas e apelou para uma solução pacífica da situação.
No entanto, o secretário do Tesouro americano não disse a quem expressou o desejo de paz no Tibete e apenas destacou que tinha falado "com as pessoas apropriadas".
De fato o governo americano afirmou antes da viagem de Paulson que ele transmitiria em suas reuniões com os principais líderes chineses --entre eles o presidente, Hu Jintao, e o primeiro-ministro, Wen Jiabao-- a preocupação de Washington com o conflito tibetano.
O secretário do Tesouro iniciou sua agenda se reunindo na manhã de hoje com o recém nomeado vice-primeiro-ministro e novo máximo representante da economia no Conselho de Estado chinês, Wang Qishan.
A reunião foi eminentemente econômica e tratou dos preparativos para o quarto Diálogo Econômico Estratégico EUA-China, que os ministros de Comércio, Finanças e outras pastas dos dois países realizarão em junho em Washington.
"O presidente Hu e o primeiro-ministro Wen reservaram tempo em suas agendas apertadas para se encontrarem com o senhor, o que demonstra a importância que o novo Governo dá às relações entre EUA e China, construtivas e de benefício mútuo", declarou Wang na reunião.
Paulson é o primeiro funcionário de alto escalão do governo americano a se reunir com o presidente e o primeiro-ministro da China após a reeleição dos dois, em 15 de março, na sessão anual da Assembléia Nacional Popular.
A viagem do secretário de Tesouro acontece em meio à crescente pressão do Congresso americano para que o presidente dos EUA, George W. Bush, não compareça à cerimônia de abertura dos Jogos Olímpicos de 2008, como protesto pela repressão chinesa aos protestos no Tibete.
Ontem, um grupo de congressistas propôs proibir Bush de ir à cerimônia, mas o presidente americano ainda planeja comparecer ao evento.
A China diz que os protestos em Lhasa, organizados meses antes por grupos independentistas, causaram a morte de 19 pessoas, enquanto tibetanos no exílio afirmam que a repressão posterior, que chamaram de "manifestação pacífica", deixou mais de 140 mortos.
No plano econômico as relações dos dois países também não passam pelo melhor momento por causa do temor de Pequim de que a crise das hipotecas de alto risco afete sua economia e pelas pressões de Washington para que a China tome alguma atitude para conter seu crescente superávit comercial com os EUA.
A China, cuja economia cresceu 11,4% em 2007, acha que é pouco provável que seu crescimento supere 10% este ano, influenciado em parte pela crise americana, que repercutirá em suas exportações.
O iuane, a moeda chinesa, se revalorizou 18% em relação ao dólar nos últimos dois anos e meio, acabando com os pedidos de Washington para que a China revalorize sua divisa freqüentemente no futuro.
No entanto, agora é a União Européia (UE) a pedir que a China realize ajustes monetários, já que o euro é cada vez mais forte em relação ao iuane.
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