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07/04/2008 - 18h05

FMI quer vender ouro e demitir funcionários para cobrir rombo

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da Efe, em Washington

O Conselho Executivo do FMI (Fundo Monetário Internacional) deu sinal verde, nesta segunda-feira, à venda de 403,3 toneladas de ouro e à demissão de funcionários para cobrir seu déficit fiscal.

"Concordamos em substituir um modelo de receita obsoleto e inviável por um modelo moderno e mais previsível, em consonância com outras instituições financeiras internacionais", disse o diretor-gerente do FMI, Dominique Strauss-Kahn, após reunião.

A instituição calcula ganhar US$ 11 bilhões com a venda dos lotes, com os quais criará um fundo de investimento, disse um alto funcionário que pediu para não ser identificado.

Com essa operação, junto a reduções de despesa, a diminuição do quadro de funcionários e outras medidas, o Fundo acredita que eliminará o déficit de US$ 400 milhões que, se a medida não fosse tomada, registraria em 2010.

"Tomamos decisões difíceis, mas necessárias para fechar o déficit previsto na renda e colocar as finanças do Fundo em uma base sustentável", destacou Strauss-Kahn.

O organismo está no vermelho porque ficou praticamente sem clientes, pois a maioria dos países em desenvolvimento prefere pedir emprestado nos mercados de capitais a solicitar empréstimos com as condições que a instituição coloca.

A venda do ouro precisa do apoio de 85% do voto no Conselho Executivo, sendo que os EUA, com quase 17%, tem na prática o direito de veto.

O governo de George W. Bush respalda a medida, mas deve obter a aprovação do Congresso, porque o ouro foi fornecido pelos EUA e por outros países-membros. Nenhuma outra nação deve passar por sua legislatura para votar a favor.

O Fundo é o terceiro maior possuidor do metal nobre do mundo, com 3.217 toneladas em seus cofres.

A venda de parte das barras foi a principal recomendação atingida há um ano por um comitê de analistas estabelecido pelo anterior diretor-gerente do Fundo, o espanhol Rodrigo Rato, para estudar como gerar novas receitas.

Se a Legislatura americana não colocar problemas, o FMI venderá o ouro de forma gradual nos próximos anos, em coordenação com os bancos centrais para evitar "transtornos no mercado", segundo o funcionário do organismo.

Com o lucro, a instituição criará um fundo de investimento para colocar o dinheiro com mais liberdade do que a que possui atualmente. O fundo só pode comprar bônus soberanos, com baixa rentabilidade.

Essa medida requereria uma mudança em sua "carta magna" e, portanto, precisará da aprovação das legislaturas da maioria dos países-membros.

O Conselho Executivo, onde se sentam 24 diretores que representam os 185 países-membros da instituição, também aprovou hoje a redução de 380 postos de trabalho nos próximos três anos.

Esses cortes, assim como baixas da despesa, permitirão encolher o orçamento do FMI em US$ 100 milhões até 2011, para ficar em cerca de US$ 800 milhões ao ano.

 

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