Publicidade
Publicidade
Para especialistas, preços dos alimentos ameaçam luta contra pobreza
Publicidade
da France Presse, em Washington
A forte alta dos preços dos alimentos nos últimos três anos ameaça a luta contra a pobreza na América Latina, advertiram especialistas reunidos nesta terça-feira no centro de estudos Diálogo Interamericano, em Washington.
Apesar de a região estar mais bem preparada que nos anos anteriores para enfrentar turbulências como as atuais nos mercados financeiros internacionais, a forte alta dos produtos básicos para a alimentação é um fator limitante para se prosseguir diminuindo com os níveis de pobreza.
"Os pobres e vulneráveis serão atingidos por isso", estimou Nora Lustig, da Escola de Assuntos Internacionais Elliot, ao se referir ao encarecimento dos preços dos alimentos nos últimos três anos.
Lustig assinalou que essa situação poderá levar a um aumento das taxas de pobreza nas zonas rurais, ameaçando os "Objetivos de Desenvolvimento do Milênio" em termos de luta contra a pobreza. "Os altos preços dos alimentos continuarão por bastante tempo", advertiu.
Apesar desta situação, os analistas concordaram com os prognósticos dos órgãos financeiros multilaterais, como o FMI, o Banco Mundial e o BID, para quem a América Latina está mais bem preparada para enfrentar crises econômicas do que em épocas anteriores.
"Não há dúvidas de que a América Latina hoje está muito melhor para enfrentar qualquer crise", afirmou o presidente da Corporação Andina de Infra-estruturas, Enrique García.
"Se isso acontecesse há alguns anos, estaríamos numa situação mais grave", considerou.
De seu lado, Brian O'Neill, do Departamento do Tesouro americano, afirmou que "os mercados latino-americanos provaram ser muito resistentes" e que "a maioria das economias se posicionaram bem ante as turbulências financeiras globais" derivadas da crise no mercado hipotecário de alto risco ("subprime") nos Estados Unidos.
"A exposição direta [às turbulências financeiras] é limitada na região", concluiu o funcionário.
García assinalou algumas vulnerabilidades da América Latina devido à alta concentração do setor exportador em torno da agricultura, e reclamou, ao mesmo tempo, um aumento da produtividade.
Desaceleração
Num contexto de desaceleração da economia da economia americana, Lustig advertiu que dados do passado sugerem que uma queda de 1% do crescimento americano leva em média a 0,6% de queda do PIB regional na América Latina.
A vertiginosa alta dos preços dos alimentos também é o tema principal de uma reunião de especialistas convocada nesta terça-feira, em Londres, pelo primeiro ministro britânico Gordon Brown, com o objetivo de elaborar um plano para tentar frear o processo motivador de conflitos sociais em vários países do mundo.
Entre os especialistas presentes em Londres está a diretora do Programa Mundial de Alimentos (PAM) da Organização das Nações Unidas, Josette Sheeran, que advertiu que a alta dos preços dos alimentos equivale a uma "tsunami silenciosa".
Este aumento dos preços dos produtos alimentícios, que o PAM avalia em 55% desde junho de 2007, "ameaça mergulhar na fome milhões de pessoas além das que já sofrem com esse problema", advertiu.
Leia mais
- Petróleo pode provocar recessão mundial, diz agência de energia
- Londres anuncia pacote para diminuir impacto de preços dos alimentos
- Canaviais crescem com avanço sobre pastos
- Lula nega que biocombustíveis reduzem área plantada de alimentos
- Lula diz que álcool dos EUA à base de milho é "equívoco"
- Celso Amorim pede que FMI combata subsídios agrícolas, e não bioenergia
Livraria
- Entenda transgênicos, doenças em animais, agrotóxicos e outras questões sobre alimentos
- Conheça fontes de energia renovável, como biocombustíveis, em livro da série "Mais Ciência"
Especial
Publicidade
As Últimas que Você não Leu
Publicidade
+ LidasÍndice
- Ministério Público pede bloqueio de R$ 3,8 bi de dono de frigorífico JBS
- Por que empresa proíbe caminhões de virar à esquerda - e economiza milhões
- Megarricos buscam refúgio na Nova Zelândia contra colapso capitalista
- Com 12 suítes e 5 bares, casa mais cara à venda nos EUA custa US$ 250 mi
- Produção industrial só cresceu no Pará em 2016, diz IBGE
+ Comentadas
- Programa vai reduzir tempo gasto para pagar impostos, diz Meirelles
- Ministério Público pede bloqueio de R$ 3,8 bi de dono de frigorífico JBS
+ EnviadasÍndice