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16/08/2008 - 09h00

Inflação e juro alto afetam otimismo dos empresários

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FÁTIMA FERNANDES
da Folha de S.Paulo

Os empresários paulistas estão menos otimistas em relação à economia e aos seus negócios para este semestre. Levantamento com 236 indústrias do Estado de São Paulo mostra queda no índice de confiança.

Realizada em junho deste ano, a consulta revela que o indicador de confiança do empresário na economia brasileira para julho a dezembro caiu de 57,7 pontos (registrado no primeiro trimestre) para 54,2 pontos (segundo trimestre). O indicador vai de zero a 100 pontos -quanto menor o indicador, menor a confiança.

Quanto à expectativa de negócios, o indicador também mostra queda: de 65 pontos para 61,6 pontos. "A alta das taxas de juros e da inflação, que reduz a renda do consumidor, e o real valorizado em relação ao dólar levaram os empresários paulistas a esperar por uma piora nos negócios. Mas, na nossa avaliação, a diminuição do otimismo terá prazo curto", diz Paulo Francini, diretor do Departamento de Economia da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo).

A redução no indicador de confiança dos empresários paulistas foi constatada em todos os portes de indústrias.

Francini diz que a queda na confiança não quer dizer que as indústrias vão passar a vender menos do que no ano passado.

"O que deve acontecer neste semestre é um crescimento menor na comparação com igual período do ano passado."

A indústria paulista, segundo ele, cresceu 8,4% no primeiro semestre deste ano sobre igual período de 2007 e deve crescer 7% neste semestre sobre o segundo semestre de 2007.

Na sua avaliação, a indústria paulista deve crescer neste ano mais do que a média da indústria no país, já que o Estado de São Paulo concentra alguns setores, como o de informática e o de telefonia, que têm apresentado forte crescimento.

O consumidor também começou este semestre menos otimista. O Índice de Confiança do Consumidor (ICC), medido pela Fecomercio SP, registrou queda de 8% em julho, atingindo 131,5 pontos, a maior retração desde setembro de 2005, quando houve queda de 13%, para 109,5 pontos. O ICC da Fecomercio varia de 0 a 200 pontos. Considera pessimismo abaixo de 100 pontos e otimismo acima de 100 pontos.

Renda

A principal razão da queda da confiança do consumidor, segundo a Fecomercio, é a alta da inflação e das taxas de juros.

Com a queda da renda disponível, o consumidor já reduz as compras à vista e faz menos renegociações de dívidas, segundo constata a Associação Comercial de São Paulo (ACSP).

O número de consultas ao Usecheque, indicador das vendas à vista, que cresceu 6,8% no primeiro semestre sobre igual período do ano passado, subiu 1,3% (média diária) em julho sobre julho de 2007. O número de consultas ao SPC, termômetro das vendas a prazo, manteve-se em julho (média diária) no mesmo ritmo do primeiro semestre -alta ao redor de 7% sobre igual período de 2007.

"Se o consumidor reduziu a compra à vista, é porque está com menos dinheiro no bolso", afirma Emílio Alfieri, economista da ACSP. Outro sinal de que o fôlego financeiro do consumidor está menor é que o número de carnês em atraso cancelados ou renegociados subiu só 0,3% em julho sobre igual mês do ano passado, enquanto o número de carnês emitidos subiu 10,9%, no período.

"O consumidor está com mais dificuldade para renegociar dívidas e continua comprando a prazo, o que não é um bom sinal." No primeiro semestre, o número de carnês emitidos e o número de carnês cancelados crescia praticamente no mesmo ritmo.

A ACSP informa que a inadimplência em julho foi de 6,3%, maior do que a verificada em julho do ano passado (4,5%) e em julho de 2006 (3,9%).

 

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