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31/12/2008 - 17h11

Londres assume G20 com meta de reforma econômica mundial

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FERNANDO PUCHOL
da Efe, em Londres

O Reino Unido assume amanhã, 1º de janeiro de 2009, a liderança do G20 no lugar do Brasil e visando a cúpula de 2 de abril em Londres --uma reunião que o primeiro-ministro britânico, Gordon Brown, promove como de "reforma em grande escala da arquitetura econômica internacional."

Os britânicos substituem o Brasil, sob cuja presidência anual se organizou em 2008 a cúpula de novembro em Washington na qual o grupo --que reúne os países mais ricos e os principais emergentes-- tentou encontrar uma fórmula comum para enfrentar a crise financeira internacional.

Londres quer que os acordos firmados em Washington não fiquem em uma mera declaração de intenções e a reunião de abril é muito importante para Brown, que conseguiu recuperar seu crédito político interno ao ser percebido como um dos líderes mundiais mais ativos na busca de soluções contra a crise.

O escritório do primeiro-ministro afirmou nesta quarta-feira, a menos de 24 horas de assumir oficialmente a presidência do G20, que o objetivo da reunião de Londres será duplo.

"Serão revisados os progressos do Plano de Ação para o reforço da regulação financeira e se tentará estabelecer um processo claro para a reforma das instituições financeiras internacionais para que estejam preparadas em uma era de capitalismo global", disse em comunicado.

Também é dupla a importância da cúpula de Londres para o governo britânico, porque o Reino Unido está notando de maneira significativa a crise (com a libra e as taxas de juros em valores mínimos históricos e o desemprego em alta), e porque 2009 é ano pré-eleitoral, isso se não houver antecipação de eleições.

Antes da crise, Brown figurava nas pesquisas de intenções de voto até 20 pontos atrás do líder conservador David Cameron, mas graças à sua gestão da situação essa diferença caiu para menos de 5 pontos, segundo várias pesquisas, o que levantou boatos sobre uma possível antecipação eleitoral.

O líder trabalhista manifestou recentemente que o consenso de Washington é só o primeiro passo para alcançar soluções que permitam superar o que ele classifica como "um buraco".

"Nós nos comprometemos a que, com ações nacionais e internacionais e com ajuda real em tempos de dificuldade, tiraremos o povo totalmente deste buraco", manifestou Brown em uma declaração na Câmara dos Comuns (correspondente à dos Deputados) em 17 de novembro.

"O buraco pode ser menor e menos profundo se o Reino Unido empreender medidas e elas forem correspondidas em outros países", acrescentou Brown, cujas idéias para salvar o sistema financeiro britânico foram copiadas pelo resto da Europa e pelos EUA.

Brown recuperou os bancos da City (centro financeiro de Londres) capitalizando as instituições em crise e dando-as acesso a liquidez imediata e a fundos de três anos a vista, exemplo seguido por todos.

Hoje, ele prepara como anfitrião a próxima cúpula do G20, na qual considera que substituirá "a reforma a grande escala da arquitetura econômica internacional construída em 1945 (em Bretton Woods), que já não serve para os desafios de 2008".

Até a reunião de abril, Brown tratará também de recompor a avariada unidade européia, pela decisão da chanceler alemã, Angela Merkel, de não ir a Londres em 8 de dezembro, para uma "mini-cúpula" européia da qual participaram o presidente francês, Nicolas Sarkozy, e o de a Comissão Européia, José Manuel Durão Barroso.

A imprensa alemã interpretou o encontro de Londres como um "desprezo" à chanceler alemã, sobretudo depois de vários países da UE e a CE criticarem a Alemanha, como primeira potência econômica européia, por considerar que não faz o suficiente para frear a situação generalizada de recessão econômica.

Diante das críticas, Merkel, que rejeita usar o Estado para custear o gasto público, insiste em que o recente plano alemão de estímulo econômico de 32 bilhões de euros é o mais volumoso da Europa, contra o do Reino Unido (cerca de 23,5 bilhões de euros) e o da França (26 bilhões de euros).

Também está indefinida a participação na reunião de Londres da Espanha, cujo chefe de Governo, José Luis Rodríguez Zapatero, esteve presente na cúpula de Washington como convidado do Presidente francês.

No último dia 12, Brown recusou confirmar se convidará Zapatero à cúpula de 2 de abril, embora manifestado "que as preocupações da Espanha serão levadas seriamente em conta".

Comentários dos leitores
Nivaldo Lacerda (112) 01/02/2010 17h30
Nivaldo Lacerda (112) 01/02/2010 17h30
Nao se deixem enganar pela propaganda, os EUA quebraram pois o governo nao teve controle dos especuladores, eles ficaram milionarios correndo riscos com dinheiro do imposto.
O Brasil nao teve problemas porque os bancos nao precisaram correr risco nenhum tiveram lucro usando dinheiro do governo com alto juros aprovado pelo governo, mas como os custos em geral estao crescendo muito impulsionado por propagandas suspeitas, quem pode quebrar no Brasil e a classe media pois nao terao $$ para pagar o alto custo dos servicos de crecdito brasileiro.
Portanto olho vivo nao se deixem individar por propagandas enganosas...a coisa pode quebrar, temos que ter o pe no cha.
sem opinião
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JOSE MOTTA (110) 01/02/2010 15h32
JOSE MOTTA (110) 01/02/2010 15h32
OS GRANDES SETORES, NACIONAIS OU ESTRANGEIROS), BANCOS, ESTATAIS (PETROBRAS, BANCO DO BRASIL, CAIXA ECONOMICVA FEDERSAL), AMBEV, AUTOMOTIVA, ALIMENTCIA, E MUITAS OUTROS, NESSE PÁIS MANDAM E DESMADAM, GANHAM QUANTO QUEREM. QUESTIONA-SE, SERÁ QUE UM PAIS DO PRIMEIRO MUNDO TERIAM TANTO LUCRO ASSIM SEM DAR NADA EM TROCA PARA A POPUÇÃO? E A PETROBRAS,O SOGAN "O PETROLEO É NOSSO", NOSSO DE QUEM? TEMOS UM DAS GASOLINAS MAIS CARA DO MUNDO. E O CAIXA PRETO DA PETROBRAS? VIVA O LULA. sem opinião
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Olmir Antonio de Oliveira (124) 29/01/2010 22h40
Olmir Antonio de Oliveira (124) 29/01/2010 22h40
A respeito da volta da cobrança do ipi. É por demais conhecida a alta carga trkibutária brasileira, assim como esta redução de preços, aos trabalhadores de salários baixos e buscando melhorias que possam lhes dar mais capacidade de consumo, a não repassar a volta da taxação do ipi seria uma retribuição aos beneficios recebidos, um empenho em prol de ganhos de escala. Consumidor brasileiro que paga preços altos quando comparado aos praticados em diversos países, históricamete tem sido assim. No pós estouro de manada, crise no país da maior econômia do mundo e diversos outros paises, muitas industrias tiveram boas vendas e lucros aqui, graça ao interese do consumidor brasileiro, esta hora, a da volta do ipi, seria oportuno que os industriais continuassem praticando os preços atuais, beneficiando o consumidor, e permitido que esles possam ter bons lucros em ganho de escala, dada as pespectivas, e nivel de poder econômico do consumidor. Certo é que mesmo sem majoração dos preços, mesmo assim os preços ainda estarão maiores ao praticado em muitos outros países, inclisive aos de origem de algumas industrias, lá estão tendo quedas de vendas e até enfretam falta de rentabilidade...... 2 opiniões
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