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29/09/2002
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21h57
A assembléia anual do Fundo Monetário Internacional (FMI) e do Banco Mundial (Bird) terminou neste domingo, em Washington, com um raro consenso entre países ricos e pobres: basta de conferências e de fixar metas, deve-se voltar o foco para os resultados.
As autoridades econômicas mundiais se comprometeram a fazer todo o possível para evitar que a queda dos mercados financeiros afete a recuperação da economia global e se comprometeram a reunirem-se novamente em abril, quando apresentarão propostas concretas para um sistema de moratória.
O diretor-gerente do FMI, Horst Köhler, e o presidente do Bird, James Wolfensohn, reconheceram que, apesar das reformas já feitas para melhor atender à necessidade dos países mais pobres, ainda falta muito para diminuir o abismo entre os países ricos e pobres, que faz com que 15% da população mundial controle 80% das riquezas.
Wolfensohn disse ainda que, para cumprir a meta de reduzir a pobreza mundial à metade em 2015, como estipula a ONU (Organização das Nações Unidas), é preciso baixar as tarifas sobre produtos agropecuários e reduzir as barreiras não-alfandegárias, "que, freqüentemente, são um protecionismo escondido".
As autoridades financeiras frisaram ainda que a desaceleração econômica, que dificulta a criação de empregos e a produção de riquezas, piorou com a queda dos mercados de ações, as turbulências econômicas na América Latina e a possibilidade de guerra no Iraque.
O secretário do Tesouro americano, Paul O'Neill disse que Washington está fazendo sua parte para a recuperação global, e acrescentou que espera que a maior economia do mundo volte a crescer 3% ou 3,5% no próximo ano.
Dívida
No sábado, o comitê de política monetária do FMI, composto por 24 ministros estrangeiros, pediram que a agência crie um plano para a declaração de moratória que deverá ser avaliado em seu próximo encontro, em 12 de abril.
A idéia de permitir que os países com dívidas insustentáveis peçam"concordata" gerou oposição entre ministros e autoridades internacionais, que querem receber de volta todo o dinheiro emprestado para países em desenvolvimento.
O ministro brasileiro Pedro Malan (Fazenda) afirmou não ter certeza se é necessário um mecanismo totalmente novo para lidar com as moratórias. Nos últimos anos, a Rússia, a Ucrânia, o paquistão e o Equador tiveram que reestruturar suas dívidas.
Em contrapartida, o representante britânico, Gordon Brown, afirmou que nos últimos cinco anos, da crise asiática à moratória argentina, surgiu um consenso de que os métodos atuais não funcionam. "Agora se entende muito melhor que isso tem que ser feito."
Não houve nenhum resultado concreto para a Argentina, ainda que a preocupação da comunidade internacional tenha ficado expressa em vários comunicados instando Buenos Aires a elaborar um programa econômico "sustentável", que mereça o apoio do FMI, para começar a sair da crise.
Sem citar especificamente o país, O'Neill disse que cada governo tem que resolver seus próprios problemas e evitar a crise adotando políticas sãs. "As soluções não virão de fora", advertiu, defendendo um limite de tamanho dos pacotes de ajuda do FMI.
"Enquanto houver a possibilidade de financiamento ilimitado para ajudar os países a solucionar seus problemas, haverá poucos incentivos para que os governantes tomem as decisões difíceis necessárias para manter a estabilidade e conseguir um crescimento sustentável", afirmou.
Com agências internacionais
Leia mais:
Brasil vai escapar da moratória, diz FMI
Bird acredita que conseguirá fundos para dívidas de países pobres
O'Neill: os esforços para o desenvolvimento têm que dar resultados
Milhares protestam em frente à casa de vice-presidente dos EUA
Assembléia do FMI termina com consenso sobre ação rápida
da Folha OnlineA assembléia anual do Fundo Monetário Internacional (FMI) e do Banco Mundial (Bird) terminou neste domingo, em Washington, com um raro consenso entre países ricos e pobres: basta de conferências e de fixar metas, deve-se voltar o foco para os resultados.
As autoridades econômicas mundiais se comprometeram a fazer todo o possível para evitar que a queda dos mercados financeiros afete a recuperação da economia global e se comprometeram a reunirem-se novamente em abril, quando apresentarão propostas concretas para um sistema de moratória.
O diretor-gerente do FMI, Horst Köhler, e o presidente do Bird, James Wolfensohn, reconheceram que, apesar das reformas já feitas para melhor atender à necessidade dos países mais pobres, ainda falta muito para diminuir o abismo entre os países ricos e pobres, que faz com que 15% da população mundial controle 80% das riquezas.
Wolfensohn disse ainda que, para cumprir a meta de reduzir a pobreza mundial à metade em 2015, como estipula a ONU (Organização das Nações Unidas), é preciso baixar as tarifas sobre produtos agropecuários e reduzir as barreiras não-alfandegárias, "que, freqüentemente, são um protecionismo escondido".
As autoridades financeiras frisaram ainda que a desaceleração econômica, que dificulta a criação de empregos e a produção de riquezas, piorou com a queda dos mercados de ações, as turbulências econômicas na América Latina e a possibilidade de guerra no Iraque.
O secretário do Tesouro americano, Paul O'Neill disse que Washington está fazendo sua parte para a recuperação global, e acrescentou que espera que a maior economia do mundo volte a crescer 3% ou 3,5% no próximo ano.
Dívida
No sábado, o comitê de política monetária do FMI, composto por 24 ministros estrangeiros, pediram que a agência crie um plano para a declaração de moratória que deverá ser avaliado em seu próximo encontro, em 12 de abril.
A idéia de permitir que os países com dívidas insustentáveis peçam"concordata" gerou oposição entre ministros e autoridades internacionais, que querem receber de volta todo o dinheiro emprestado para países em desenvolvimento.
O ministro brasileiro Pedro Malan (Fazenda) afirmou não ter certeza se é necessário um mecanismo totalmente novo para lidar com as moratórias. Nos últimos anos, a Rússia, a Ucrânia, o paquistão e o Equador tiveram que reestruturar suas dívidas.
Em contrapartida, o representante britânico, Gordon Brown, afirmou que nos últimos cinco anos, da crise asiática à moratória argentina, surgiu um consenso de que os métodos atuais não funcionam. "Agora se entende muito melhor que isso tem que ser feito."
Não houve nenhum resultado concreto para a Argentina, ainda que a preocupação da comunidade internacional tenha ficado expressa em vários comunicados instando Buenos Aires a elaborar um programa econômico "sustentável", que mereça o apoio do FMI, para começar a sair da crise.
Sem citar especificamente o país, O'Neill disse que cada governo tem que resolver seus próprios problemas e evitar a crise adotando políticas sãs. "As soluções não virão de fora", advertiu, defendendo um limite de tamanho dos pacotes de ajuda do FMI.
"Enquanto houver a possibilidade de financiamento ilimitado para ajudar os países a solucionar seus problemas, haverá poucos incentivos para que os governantes tomem as decisões difíceis necessárias para manter a estabilidade e conseguir um crescimento sustentável", afirmou.
Com agências internacionais
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