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05/03/2003 - 11h37

Franquia de limpeza cresce mais que a da rede McDonalds

LUCIANA COELHO
da Folha Online

Vender hambúrgueres e batatas fritas está perdendo espaço para o uso de vassouras, flanelas e aspiradores no mundo das franquias. No ranking das franqueadas que mais crescem no mundo, tradicionalmente dominado pelas cadeias de fast-food, o McDonalds foi superado pela a rede de limpeza Jani-King.

Com a onda da terceirização dos serviços, alimentada pela necessidade das empresas de cortarem gastos e concentrarem suas operações em seu negócio principal, as chamadas "limpadoras" vem ganhando cada vez mais espaço.

Segundo a revista norte-americana Entrepreneur, a Jani-King é a quinta franquia que mais cresce no mundo, atrás da rede norte-americana de emagrecimento e estética Curves For Women, da cadeia de lanchonetes Subway, das lojas de conveniência 7-Eleven e da rede de comida mexicana Taco Bell.

Para trás, ficaram marcas do porte das gigantes do fast-food McDonalds e da KFC.

"Limpeza não tem status, mas é fundamental, até mesmo por uma questão de saúde", afirma um dos sócios-fundadores da empresa no Brasil, Tomás Crhak, 47, que antes de se dedicar totalmente à empresa era diretor de private banking do Lloyds Bank.

Brasil

O caso da Jani-King é especialmente assombroso. Há 12 anos no Brasil - e 33 nos EUA, onde foi fundada - a empresa viu seu faturamento no país, no ano passado, crescer 18%, para R$ 42 milhões.

Isso em um ano em que a economia do país cresceu apenas 1,52%, já que a média de crescimento nos últimos anos, segundo Crhak, era de 30%.

Hoje, a Jani-King tem apenas um concorrente com atuação nacional, a Limpidus, criada no Brasil há 23 anos, e dona de uma base de clientes e de uma rede de atendimento semelhantes.

No Brasil, a Jani-King tem120 franqueados ativos em 13 Estados - Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Espírito Santo, Bahia, Pernambuco, Ceará, Distrito Federal, Mato Grosso e Amazonas.

Em São Paulo, principalmente, é difícil hoje passar um dia inteiro sem esbarrar em nenhum dos funcionários da Jani-King. Ao todo, são quase 4.000 funcionários e aproximadamente 1.000 clientes, que variam de pequenas salas comerciais a gigantes como o BankBoston, a AOL e a American Express, passando por centenas de edifícios comerciais, colégios, faculdades, institutos e até supermercados, como o Carrefour.

A unidade brasileira é a quinta que mais cresce no mundo, atrás dos EUA, Inglaterra, Austrália e Canadá. Segundo Crhak, se não fosse pela alta do dólar no ano passado, que chegou a 53% e depreciou o faturamento da empresa em reais, seria a terceira.

A empresa foi fundada em 1968 por Jim Cavanaugh, então estudante na Universidade de Oklahoma, após um período trabalhando como auditor noturno na cadeia de hotéis Holliday Inn, e se tornou uma franquia em 1974.

Hoje, são 9.594 franquias em 16 países, 7.843 das quais estão nos EUA, mais 33 sedes. O nome vem da combinação das palavras "janitor", que em inglês significa "zelador", com "king", rei.

Para Crahk, o diferencial da Jani-King em relação às demais empresas de limpeza é exatamente o sistema de franquias.

"O cliente conta com o atendimento personalizado do franqueado, que tem sua base de atuação no próprio local onde os serviços são prestados. Isso possibilita um melhor controle da qualidade do serviço, além de permitir a oferta de soluções mais personalizadas", diz. "Nas grandes limpadoras, isso seria impossível."

O franqueado que compra a marca conta com todo o apoio operacional, tecnológico, administrativo e comercial. Em troca, ele administra os recursos e os contratos, cuida do relacionamento com o cliente e do material.

"Fazemos tudo, menos limpar. Isso fica por conta do franqueado", diz Crahk. Tudo mesmo, inclusive o cliente, que solicita o serviço em um dos escritórios regionais da empresa e é "repassado" ao franqueado.

O investimento inicial média é de R$ 30 mil, mas os pacotes vão de R$ 2.000,00 a R$ 100 mil e, embora o faturamento varie muito, o lucro costuma começar após o primeiro ano.

Um dos casos mais notáveis é o da advogada Valdenise Bonamini, 40. Em dezembro de 1999, ela investiu cerca de R$ 30 mil na marca. Hoje, tem um faturamento que, segundo Crahk, supera os R$ 200 mil mensais dividido entre 25 clientes, sendo que um é "peso-pesado" e responde por metade desse montante .

"O retorno hoje já é bem superior ao da minha remuneração como executiva", afirma Valdenise, que tinha um cargo executivo dentro de uma prestadora de serviços antes de optar pela franquia junto com o marido, que é engenheiro. "Queríamos algo diferente e diferenciado. Começamos com sete funcionários e hoje temos 200", diz.

Tamanho crescimento já faz Valdenise pensar em uma sede própria, tornando-se uma exceção em um negócio em que a maioria dos franqueados costuma usar a própria casa como base de operações.

"Agora chegou o momento de deixar de fazer o trabalho virtual e começar a pensar numa estrutura física."

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