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13/03/2003
-
16h57
da Folha Online
A melhora da avaliação do Brasil pelos investidores estrangeiros e o cansaço dos investidores locais em esperar por uma guerra no Iraque com as carteiras munidas de dólares levou a moeda norte-americana a registrar hoje seu menor fechamento desde 20 de fevereiro e a se aproximar novamente do patamar dos R$ 3,40.
O volume de negócios cresceu em relação aos últimos dias. A cotação fechou em baixa de 1,67%, a R$ 3,41 para venda e R$ 3,405 para compra.
Segundo analistas, muitos bancos compraram uma quantidade maior de dólares prevendo a disparada da cotação neste mês diante da expectativa de guerra no Iraque. Só que isso não aconteceu. Com o impasse da ONU (Organização das Nações Unidas) sobre atacar ou não o Iraque, surgido com a colaboração do país com os inspetores de armas e à falta de provas de que o governo de Saddam Hussein possua armas de destruição em massa, a cotação já recua 4,34% neste mês.
Os investidores também recebem positivamente a melhora dos índices de inflação. Hoje, a Fipe (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas da Universidade de São Paulo) informou que a inflação ao consumidor na primeira quadrissemana do mês é a menor desde outubro, 1,20%. Já o IGP-M (Índice Geral de Preços - Mercado), divulgado ontem pela Fundação Getúlio Vargas, ficou em 0,63% na primeira prévia de março, contra 0,89% da primeira de fevereiro, e hoje
No entanto, o mercado ainda está cauteloso com a possibilidade de guerra, que é grande dada a insistência norte-americana. O presidente dos EUA. George W. Bush, já afirmou mais de uma vez que seu país não precisará do apoio da ONU para atacar o Iraque.
Risco Brasil
Diante do impasse, os investidores passaram a buscar outras referências para decidirem suas posições. A principal delas tem sido a expectativa de entrada de novos recursos no Brasil captados no exterior e a queda do risco Brasil, consequência da alta de mais de 17% dos títulos brasileiros no ano.
Hoje, o indicador recua 4,42% para 1.079 pontos, menor valor desde os 1.064 de 4 de junho, enquanto o C-Bond, principal título da dívida brasileira fora do país, avança 0,48% para 78,375% do valor de face. Segundo analistas estrangeiros, os papéis brasileiros já estão até influenciando positivamente os papéis de outros países emergentes.
A escalada começou em fevereiro. Com as primeiras medidas do governo empossado em janeiro, sobretudo as duas elevações consecutivas das taxas de juros para controlar a inflação e os esforços pelas reformas tributária e previdenciária, reverteram a desconfiança dos investidores estrangeiros, que temiam que um governo de esquerda tomasse medidas econômicas heterodoxas.
Mais confiantes no país, os investidores foram automaticamente atraídos pelos enormes retornos oferecidos pelos papéis brasileiros - o risco Brasil em 1.100 pontos indica que os títulos brasileiros pagam ao investidor juros 11 pontos percentuais acima dos juros dos títulos norte-americanos. É uma taxa altíssima em troca de um risco considerado agora pequeno.
O movimento começou com grandes fundos norte-americanos e agora já engloba também investidores europeus, atraído sobretudos pela dívida indexada ao euro, que está se valorizando frente ao dólar.
Com o cenário econômico nos EUA e na Europa ameaçado pela possibilidade de guerra no Iraque, os indicadores econômicos nesses lugares se retraíram e os ganhos diminuíram muito. As Bolsas norte-americanas, por exemplo, estão em seu pior patamar desde outubro.
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Dólar cai e fecha próximo de R$ 3,40 com melhora do risco Brasil
LUCIANA COELHOda Folha Online
A melhora da avaliação do Brasil pelos investidores estrangeiros e o cansaço dos investidores locais em esperar por uma guerra no Iraque com as carteiras munidas de dólares levou a moeda norte-americana a registrar hoje seu menor fechamento desde 20 de fevereiro e a se aproximar novamente do patamar dos R$ 3,40.
O volume de negócios cresceu em relação aos últimos dias. A cotação fechou em baixa de 1,67%, a R$ 3,41 para venda e R$ 3,405 para compra.
Segundo analistas, muitos bancos compraram uma quantidade maior de dólares prevendo a disparada da cotação neste mês diante da expectativa de guerra no Iraque. Só que isso não aconteceu. Com o impasse da ONU (Organização das Nações Unidas) sobre atacar ou não o Iraque, surgido com a colaboração do país com os inspetores de armas e à falta de provas de que o governo de Saddam Hussein possua armas de destruição em massa, a cotação já recua 4,34% neste mês.
Os investidores também recebem positivamente a melhora dos índices de inflação. Hoje, a Fipe (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas da Universidade de São Paulo) informou que a inflação ao consumidor na primeira quadrissemana do mês é a menor desde outubro, 1,20%. Já o IGP-M (Índice Geral de Preços - Mercado), divulgado ontem pela Fundação Getúlio Vargas, ficou em 0,63% na primeira prévia de março, contra 0,89% da primeira de fevereiro, e hoje
No entanto, o mercado ainda está cauteloso com a possibilidade de guerra, que é grande dada a insistência norte-americana. O presidente dos EUA. George W. Bush, já afirmou mais de uma vez que seu país não precisará do apoio da ONU para atacar o Iraque.
Risco Brasil
Diante do impasse, os investidores passaram a buscar outras referências para decidirem suas posições. A principal delas tem sido a expectativa de entrada de novos recursos no Brasil captados no exterior e a queda do risco Brasil, consequência da alta de mais de 17% dos títulos brasileiros no ano.
Hoje, o indicador recua 4,42% para 1.079 pontos, menor valor desde os 1.064 de 4 de junho, enquanto o C-Bond, principal título da dívida brasileira fora do país, avança 0,48% para 78,375% do valor de face. Segundo analistas estrangeiros, os papéis brasileiros já estão até influenciando positivamente os papéis de outros países emergentes.
A escalada começou em fevereiro. Com as primeiras medidas do governo empossado em janeiro, sobretudo as duas elevações consecutivas das taxas de juros para controlar a inflação e os esforços pelas reformas tributária e previdenciária, reverteram a desconfiança dos investidores estrangeiros, que temiam que um governo de esquerda tomasse medidas econômicas heterodoxas.
Mais confiantes no país, os investidores foram automaticamente atraídos pelos enormes retornos oferecidos pelos papéis brasileiros - o risco Brasil em 1.100 pontos indica que os títulos brasileiros pagam ao investidor juros 11 pontos percentuais acima dos juros dos títulos norte-americanos. É uma taxa altíssima em troca de um risco considerado agora pequeno.
O movimento começou com grandes fundos norte-americanos e agora já engloba também investidores europeus, atraído sobretudos pela dívida indexada ao euro, que está se valorizando frente ao dólar.
Com o cenário econômico nos EUA e na Europa ameaçado pela possibilidade de guerra no Iraque, os indicadores econômicos nesses lugares se retraíram e os ganhos diminuíram muito. As Bolsas norte-americanas, por exemplo, estão em seu pior patamar desde outubro.
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