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11/07/2003
-
13h07
da Folha Online
Com todas as atenções do mercado financeiro mobilizadas pela rolagem de uma dívida cambial promovida pelo Banco Central, cujo resultado sai às 14h30, o dólar comercial terminou a manhã desta sexta-feira em alta de 0,58%, vendido a R$ 2,909.
"O mercado está praticamente parado à espera do resultado do leilão", afirma José Roberto Carreira, gerente de câmbio da corretora Novação.
A operação consiste em trocar os títulos que vencem no próximo dia 17, os quais somam US$ 2,719 bilhões, por outros com novos vencimentos.
Ontem, o BC já havia renovado 35,8% da dívida. Na última operação desse tipo, foram rolados 67,5% dos contratos. A perspectiva de que desta vez o percentual renovado diminua ainda mais --e assim as cotações da moeda norte-americana subam-- provoca uma corrida pela compra de dólares.
Entende-se que renovar porcentagens menores da dívida é uma forma de intervenção no câmbio pelo BC pois os investidores que detêm os títulos eventualmente não renovados como forma de "hedge" (proteção contra oscilações da moeda) devem procurar outra maneira de se proteger, como comprar dólares no mercado à vista e futuro.
"As cotações até chegaram a recuar um pouco quando os exportadores aumentaram suas vendas [de dólares no mercado], mas os bancos, apostando em uma alta maior da moeda norte-americana à tarde, lideraram um forte movimento de compra", diz Carreira.
Para o analista, o dólar comercial não deve se sustentar por muito tempo acima de R$ 2,90. "Quando baixar a poeira, a moeda tenda a voltar aos níveis das últimas semanas", prevê. As cotações têm oscilado próximas a R$ 2,85.
Isso porque, segundo o analista, não é a rolagem da dívida a principal preocupação dos investidores. "O que está 'pegando' mais é a questão da reforma da Previdência", explica.
A reação negativa dos governadores dos Estados, de congressistas e de outros setores da sociedade fez com que a administração petista voltasse atrás no acordo informal costurado entre os líderes do governo no Congresso e o Judiciário o qual previa, entre outros pontos, manutenção da aposentadoria integral para os servidores e reajustes iguais para os da ativa e os aposentados.
As alteração na reforma previdenciária serão discutidas entre os governadores e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva quando este voltar da viagem à Europa, no próximo dia 17.
"O mercado não vê toda essa confusão com bons olhos", comenta Carreira. O temor dos investidores é de que essas concessões abram caminho para outras e, no final, a proposta fique descaracterizada.
O dólar comercial futuro (agosto) tem alta de 0,47%, para R$ 2,941. O turismo está cotado em R$ 2,99, com alta de 1,35%, e o paralelo, em R$ 2,98, com desvalorização de 0,66%.
Risco e dívida
Também por causa das discussões sobre a reforma da Previdência, o risco-país avança 1,96%, para 830 pontos. O C-Bond, principal título da dívida externa do país, é negociado a 87% do valor de face, com baixa de 1%.
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Dólar sobe no fim da manhã e mercado espera resultado de rolagem
DENYSE GODOYda Folha Online
Com todas as atenções do mercado financeiro mobilizadas pela rolagem de uma dívida cambial promovida pelo Banco Central, cujo resultado sai às 14h30, o dólar comercial terminou a manhã desta sexta-feira em alta de 0,58%, vendido a R$ 2,909.
"O mercado está praticamente parado à espera do resultado do leilão", afirma José Roberto Carreira, gerente de câmbio da corretora Novação.
A operação consiste em trocar os títulos que vencem no próximo dia 17, os quais somam US$ 2,719 bilhões, por outros com novos vencimentos.
Ontem, o BC já havia renovado 35,8% da dívida. Na última operação desse tipo, foram rolados 67,5% dos contratos. A perspectiva de que desta vez o percentual renovado diminua ainda mais --e assim as cotações da moeda norte-americana subam-- provoca uma corrida pela compra de dólares.
Entende-se que renovar porcentagens menores da dívida é uma forma de intervenção no câmbio pelo BC pois os investidores que detêm os títulos eventualmente não renovados como forma de "hedge" (proteção contra oscilações da moeda) devem procurar outra maneira de se proteger, como comprar dólares no mercado à vista e futuro.
"As cotações até chegaram a recuar um pouco quando os exportadores aumentaram suas vendas [de dólares no mercado], mas os bancos, apostando em uma alta maior da moeda norte-americana à tarde, lideraram um forte movimento de compra", diz Carreira.
Para o analista, o dólar comercial não deve se sustentar por muito tempo acima de R$ 2,90. "Quando baixar a poeira, a moeda tenda a voltar aos níveis das últimas semanas", prevê. As cotações têm oscilado próximas a R$ 2,85.
Isso porque, segundo o analista, não é a rolagem da dívida a principal preocupação dos investidores. "O que está 'pegando' mais é a questão da reforma da Previdência", explica.
A reação negativa dos governadores dos Estados, de congressistas e de outros setores da sociedade fez com que a administração petista voltasse atrás no acordo informal costurado entre os líderes do governo no Congresso e o Judiciário o qual previa, entre outros pontos, manutenção da aposentadoria integral para os servidores e reajustes iguais para os da ativa e os aposentados.
As alteração na reforma previdenciária serão discutidas entre os governadores e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva quando este voltar da viagem à Europa, no próximo dia 17.
"O mercado não vê toda essa confusão com bons olhos", comenta Carreira. O temor dos investidores é de que essas concessões abram caminho para outras e, no final, a proposta fique descaracterizada.
O dólar comercial futuro (agosto) tem alta de 0,47%, para R$ 2,941. O turismo está cotado em R$ 2,99, com alta de 1,35%, e o paralelo, em R$ 2,98, com desvalorização de 0,66%.
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