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18/07/2003
-
15h11
da Folha Online
Os fabricantes de vidro blindado criticaram a declaração do ministro do Trabalho, Jaques Wagner, que pediu hoje aos empresários, na sede da Fiesp, para gerar emprego em vez de blindar seus carros.
"O ministro foi muito infeliz", afirma o presidente da Abrablin (Associação Brasileira de Blindagem), Franco Giaffone.
Com 30 sócios, a entidade reúne fabricantes, blindadores, comerciantes e locadoras de veículos, que geram 5.000 empregos diretos.
Giaffone diz o ministro deveria se preocupar mais em modernizar a legislação trabalhista, a fim de eliminar obstáculos e favorecer a abertura de novas vagas.
"O ministro insinuou que nós lucramos com a violência. Ele esquece que, nos países ricos, também há uma indústria de blindagem. É natural que as pessoas com poder aquisitivo busquem proteger seu patrimônio."
Bush
Há quem compare o conselho dado pelo ministro a um comentário feito pelo ex-presidente dos EUA, George Bush, pai do atual.
"Sem se importar com a repercussão, o Bush disse que odiava brócolis. Logo surgiram protestos de agricultores", diz Laércio Ribeiro, diretor da AGP, dona de 40% do mercado brasileiro de vidros blindados.
Ao contrário do que ocorreu nos EUA, onde o consumo da hortaliça chegou a cair devido à propaganda negativa da Casa Branca, a procura por blindagem de veículos não deve ser prejudicada pela fala do ministro.
"Não adianta eleger um bode expiatório para o desemprego. Não somos culpados pela recessão, violência, impostos e juros elevados. Cabe ao governo criar condições para aquecer a economia", afirma Ribeiro.
Com uma fábrica no Paraná, aberta no ano passado, a AGP começou a exportar parte da produção e mais que dobrou o total de funcionários, de 60 para 150.
"O setor cresce 30% por ano. São mais de 60 empresas ao longo da cadeia. No primeiro semestre, pela primeira vez, registramos uma retração devido à queda das vendas de veículos por pessoas físicas e empresas."
O executivo também rejeita a opinião de que o setor lucra com a onda de insegurança no país.
"A violência no Brasil ficou incontrolável como reflexo das desigualdades sociais. Quem tem dinheiro tenta se proteger. É um erro achar que nosso setor torce para o aumento da insegurança e ter mais ganhos. É a mesma coisa pensar que a indústria de remédios trabalha para que apareçam mais doenças", afirma Ribeiro.
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Ministro do Trabalho foi infeliz como Bush, diz indústria de blindagem
SÉRGIO RIPARDOda Folha Online
Os fabricantes de vidro blindado criticaram a declaração do ministro do Trabalho, Jaques Wagner, que pediu hoje aos empresários, na sede da Fiesp, para gerar emprego em vez de blindar seus carros.
"O ministro foi muito infeliz", afirma o presidente da Abrablin (Associação Brasileira de Blindagem), Franco Giaffone.
Com 30 sócios, a entidade reúne fabricantes, blindadores, comerciantes e locadoras de veículos, que geram 5.000 empregos diretos.
Giaffone diz o ministro deveria se preocupar mais em modernizar a legislação trabalhista, a fim de eliminar obstáculos e favorecer a abertura de novas vagas.
"O ministro insinuou que nós lucramos com a violência. Ele esquece que, nos países ricos, também há uma indústria de blindagem. É natural que as pessoas com poder aquisitivo busquem proteger seu patrimônio."
Bush
Há quem compare o conselho dado pelo ministro a um comentário feito pelo ex-presidente dos EUA, George Bush, pai do atual.
"Sem se importar com a repercussão, o Bush disse que odiava brócolis. Logo surgiram protestos de agricultores", diz Laércio Ribeiro, diretor da AGP, dona de 40% do mercado brasileiro de vidros blindados.
Ao contrário do que ocorreu nos EUA, onde o consumo da hortaliça chegou a cair devido à propaganda negativa da Casa Branca, a procura por blindagem de veículos não deve ser prejudicada pela fala do ministro.
"Não adianta eleger um bode expiatório para o desemprego. Não somos culpados pela recessão, violência, impostos e juros elevados. Cabe ao governo criar condições para aquecer a economia", afirma Ribeiro.
Com uma fábrica no Paraná, aberta no ano passado, a AGP começou a exportar parte da produção e mais que dobrou o total de funcionários, de 60 para 150.
"O setor cresce 30% por ano. São mais de 60 empresas ao longo da cadeia. No primeiro semestre, pela primeira vez, registramos uma retração devido à queda das vendas de veículos por pessoas físicas e empresas."
O executivo também rejeita a opinião de que o setor lucra com a onda de insegurança no país.
"A violência no Brasil ficou incontrolável como reflexo das desigualdades sociais. Quem tem dinheiro tenta se proteger. É um erro achar que nosso setor torce para o aumento da insegurança e ter mais ganhos. É a mesma coisa pensar que a indústria de remédios trabalha para que apareçam mais doenças", afirma Ribeiro.
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