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01/09/2003 - 12h29

Superávit comercial recorde reflete recessão, greve e soja, diz AEB

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SÉRGIO RIPARDO
da Folha Online

O superávit comercial recorde de R$ 2,674 bilhões, obtido pelo Brasil em agosto, reflete a queda das importações com o cenário recessivo da economia doméstica, a retenção dos desembarques de mercadorias devido à greve dos funcionários da Receita Federal e o aumento das exportações do complexo soja (grão, óleo e farelo). A avaliação é do diretor-executivo da AEB (Associação de Comércio Exterior do Brasil), José Augusto de Castro.

Até o final do ano, a tendência é a continuidade da redução das importações de insumos, máquinas e equipamentos pelas empresas brasileiras, segundo Castro.

"Neste segundo semestre, teremos ainda a redução das exportações de aviões, porque muitos pedidos foram adiados devido à crise no setor", lembra Castro.

Mesmo assim, a associação manteve hoje sua previsão de superávit comercial de US$ 20,5 bilhões para 2003, sendo US$ 67,6 bilhões em exportações e US$ 47,1 bilhões em importações. Se confirmada essa cifra, será recorde histórico, batendo os US$ 19,2 bilhões de 1988. De janeiro a agosto, o saldo acumulado está em US$ 15,132 bilhões no ano.

Segundo Castro, não há necessidade de revisar para cima a projeção, mesmo com o anúncio de hoje de um superávit comercial de US$ 2,674 bilhões em agosto, um recorde mensal.

"Revisamos nosso número no início de agosto. Ele já está acima dos US$ 17 bilhões a US$ 18 bilhões citados por representantes do governo", diz Castro.

Ele explica que a greve na Receita ajudou o país a obter um superávit recorde porque muitas mercadorias ficaram retidas nos portos, à espera dos procedimentos técnicos como a classificação dos produtos e checagem de valores para tributação.

"Muito produto importado está demorando para ser liberado. A greve está acontecendo em três dias na semana."

Já as exportações do chamado complexo soja devem continuar, nas próximas semanas, favorecendo a balança comercial, segundo Castro. Ele diz que, neste ano, estão previstos embarques de cerca de US$ 8 bilhões desses produtos. Até julho, as exportações de grão, óleo e farelo já haviam atingido cerca de US$ 4,3 bilhões. O diretor da AEB destaca que a alta dos preços dessas e outras commodities cria um movimento favorável para as exportações brasileiras.

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