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14/09/2003 - 23h19

OMC perde credibilidade após fracasso em Cancún

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da Folha Online
da France Presse, em Cancún

O segundo fracasso em menos de quatro anos das negociações de uma conferência ministerial coloca em xeque a credibilidade da OMC (Organização Mundial do Comércio) em promover o comércio livre no mundo globalizado.

O primeiro fracasso se deu na conferência de Seattle (EUA), em 1998, quando os participantes não conseguiram chegar a uma agenda comum de negociações para a liberalização do comércio. A reunião de Seattle foi palco de violentos enfrentamentos de organizações não-governamentais antiglobalização e policiais.

Em ambas ocasiões, as diferenças nas prioridades comerciais entre países ricos e pobres impediram o avanço das negociações. Países pobres defendem fim dos subsídios agrícolas dos países ricos, que tanto prejudicam o acesso para exportação de suas commodities. Por sua vez, os países ricos reivindicam melhor acesso os mercados dos países pobres.

"O futuro da OMC é incerto. A organização perdeu muita credibilidade como um fórum para obter acordos para enfrentar a pobreza e a exclusão social", disse o vice-ministro da Indústria da Venezuela, Víctor Alvarez.

"Todos os membros da OMC devem refletir sobre como podemos lidar com uma agenda tão complexa e avançar", disse o ministro do Comércio da África do Sul, Alexander Erwin. "Este deve ser um momento de reflexão", completou.

"Há várias lições que devemos tirar desta reunião", afirmou o chanceler brasileiro, Celso Amorim.

O ministro egípcio do Comércio Exterior, Yusef Boutros-Ghali, declarou que as negociações da OMC são cada vez mais complicadas porque incluem temas cada vez mais ambiciosos.

"Hoje tivemos dificuldades com os temas de Cingapura, mas a maior lição de Cancún é que conseguir um compromisso útil entre os 146 países requer uma séria vontade -e não retórica- de se concentrar no trabalho e alcançar o delicado equilíbrio entre ambição e flexibilidade", afirmou o representante do Comércio dos EUA, Robert Zoellick.

"É difícil acreditar que na situação em que estamos agora seremos capazes de terminar a tempo a Rodada Doha", que deveria encerrar-se em 1º de janeiro de 2005, admitiu o representante americano em coletiva à imprensa.

"Acredito que a OMC está vivendo um choque de culturas. Tínhamos uma cultura de Bretton Woods de fazer acordos comerciais, mas tivemos aqui uma cultura da ONU, que provocou um choque", analisou por sua vez o ministro canadense do Comércio, Pierre Pettigrew.

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