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30/12/2003
-
19h54
SÉRGIO RIPARDO
da Folha Online
O risco Brasil --termômetro da desconfiança estrangeira nos títulos da dívida do país--, fechou o primeiro ano do governo Lula com uma queda percentual recorde. No ano, o indicador acumula baixa de quase 68%. No final de 2002, estava em 1.446 pontos. Nesta terça-feira, caiu 3,10%, aos 468 pontos, menor nível desde maio de 98.
Esse indicador, calculado pelo banco americano JPMorgan, reflete a percepção de segurança que os investidores estrangeiros têm em relação à capacidade de um país de pagar sua dívida externa. Quanto menor o risco, menor o receio de um calote.
No ano passado, com a tensão eleitoral, o risco brasileiro subiu 67,5%, atingindo o maior patamar da história --2.436 pontos, em setembro. Ou seja, em 2003, o indicador corrigiu a alta exagerada acumulada no ano passado.
"Em 2004, o Brasil terá de fazer o dever de casa para derrubar o risco para 300 pontos. A economia terá de crescer de forma consistente. O país terá de atrair investimentos e exportar ainda mais. O governo precisa reduzir sua dívida e reforçar as reservas internacionais", diz o analista da corretora Liquidez, Francisco Carvalho.
Para o economista do Banco Modal, Alexandre Póvoa, a queda do risco Brasil em 2003 foi também favorecida pelo ambiente favorável às aplicações em títulos de países emergentes, que ofereceram ganhos elevados no ano.
"Os juros nos EUA devem subir em 2004, melhorando o retorno dos seus papéis. Isso pode provocar uma saída de recursos no mercado dos países emergentes", afirma Póvoa.
O Embi+, que mede a média da variação do risco-país dos emergentes, acumulou baixa de 45% neste ano, aos 425 pontos.
Mesmo em queda, o risco brasileiro é o dobro do mexicano, que recuou 32%. Também registraram baixa no ano os riscos da Turquia (55%), Peru (48%), Venezuela (47%) e Argentina (12%), que lidera o ranking com 5.600 pontos.
C-Bond
Para medir o risco, o JPMorgan calcula o retorno médio de cada título da dívida do país. Neste ano, o principal papel do Brasil, o C-Bond, se recuperou da forte desvalorização no ano passado. Nesta terça-feira, encerrou cotado a 98% do valor de face, acumulando alta de 47,6% no ano. O papel chegou a atingir neste mês cotação recorde ao ser negociado acima de 98,375% do seu valor de face
O JPMorgan começou a calcular esse índice em abril de 94. O menor nível foi de 337 pontos, alcançado em outubro de 97. Um risco em torno de 470 pontos significa que os títulos do país pagam ao investidor, em média, um prêmio extra de 4,7%, na comparação a um título dos EUA, considerado de risco zero.
O risco Brasil, que começou a ganhar visibilidade na mídia brasileira a partir da crise argentina em 2001, chegou a ser usado neste final de ano como principal peça da propaganda do governo, que citou, em anúncios, a queda do indicador como sinal de otimismo na política econômica do país.
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Risco Brasil termina 2003 com queda recorde; C-Bond sobe 47% no ano
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O risco Brasil --termômetro da desconfiança estrangeira nos títulos da dívida do país--, fechou o primeiro ano do governo Lula com uma queda percentual recorde. No ano, o indicador acumula baixa de quase 68%. No final de 2002, estava em 1.446 pontos. Nesta terça-feira, caiu 3,10%, aos 468 pontos, menor nível desde maio de 98.
Esse indicador, calculado pelo banco americano JPMorgan, reflete a percepção de segurança que os investidores estrangeiros têm em relação à capacidade de um país de pagar sua dívida externa. Quanto menor o risco, menor o receio de um calote.
No ano passado, com a tensão eleitoral, o risco brasileiro subiu 67,5%, atingindo o maior patamar da história --2.436 pontos, em setembro. Ou seja, em 2003, o indicador corrigiu a alta exagerada acumulada no ano passado.
"Em 2004, o Brasil terá de fazer o dever de casa para derrubar o risco para 300 pontos. A economia terá de crescer de forma consistente. O país terá de atrair investimentos e exportar ainda mais. O governo precisa reduzir sua dívida e reforçar as reservas internacionais", diz o analista da corretora Liquidez, Francisco Carvalho.
Para o economista do Banco Modal, Alexandre Póvoa, a queda do risco Brasil em 2003 foi também favorecida pelo ambiente favorável às aplicações em títulos de países emergentes, que ofereceram ganhos elevados no ano.
"Os juros nos EUA devem subir em 2004, melhorando o retorno dos seus papéis. Isso pode provocar uma saída de recursos no mercado dos países emergentes", afirma Póvoa.
O Embi+, que mede a média da variação do risco-país dos emergentes, acumulou baixa de 45% neste ano, aos 425 pontos.
Mesmo em queda, o risco brasileiro é o dobro do mexicano, que recuou 32%. Também registraram baixa no ano os riscos da Turquia (55%), Peru (48%), Venezuela (47%) e Argentina (12%), que lidera o ranking com 5.600 pontos.
C-Bond
Para medir o risco, o JPMorgan calcula o retorno médio de cada título da dívida do país. Neste ano, o principal papel do Brasil, o C-Bond, se recuperou da forte desvalorização no ano passado. Nesta terça-feira, encerrou cotado a 98% do valor de face, acumulando alta de 47,6% no ano. O papel chegou a atingir neste mês cotação recorde ao ser negociado acima de 98,375% do seu valor de face
O JPMorgan começou a calcular esse índice em abril de 94. O menor nível foi de 337 pontos, alcançado em outubro de 97. Um risco em torno de 470 pontos significa que os títulos do país pagam ao investidor, em média, um prêmio extra de 4,7%, na comparação a um título dos EUA, considerado de risco zero.
O risco Brasil, que começou a ganhar visibilidade na mídia brasileira a partir da crise argentina em 2001, chegou a ser usado neste final de ano como principal peça da propaganda do governo, que citou, em anúncios, a queda do indicador como sinal de otimismo na política econômica do país.
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