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12/03/2004 - 19h07

Favoritismo da Telmex não descarta concorrentes na Embratel

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ELAINE COTTA
da Folha Online

O favoritismo da mexicana Telmex na disputa para a aquisição do controle da americana MCI na Embratel não descarta a possibilidade de a empresa ser adquirida por uma das outras concorrentes.

Desde que a Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações) confirmou a lista dos três interessados --Telmex, Telos e o consórcio formado pelas três teles fixas (Brasil Telecom, Telefônica e Telemar)--, as apostas sempre se voltaram para a mexicana, que no Brasil já controla a Claro, ex-BCP.

"A Telmex é a favorita, mas isso não descarta um outro concorrente. Por exemplo, não sabemos quem é o parceiro do consórcio da Telos na operação", afirma o analista de telecomunicações do Morgan Stanley em Nova York, Mario Epelbaum.

A Fundação Telos, fundo de pensão dos funcionários da Embratel, confirmou que entrará na disputa liderando um consórcio formado por grandes investidores, entre eles, um banco estrangeiro.

O outro concorrente, o consórcio das teles fixas, entra na disputa com a empresa Geodex, que assumiria o controle da Embratel em caso de vitória para contornar possíveis problemas com o Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica).

"A Telmex é o grande favorito desde sempre, mas a presença da Geodex poderia ajudar o consórcio e evitar impedimentos legais para a compra. A Geodex entra no consórcio das teles para mascarar uma possível concentração de mercado", afirma o analista de telecom da BES Securities, Eduardo Roche.

Prazo

O prazo para a entrega das ofertas à MCI termina nesta sexta-feira. Até o final da tarde, apenas a Telos e a Telmex haviam confirmado o envio das propostas. Ambos tiveram acesso às informações do data-room (sala com informações sobre a empresa).

O consórcio das teles, ao contrário, não pôde obter as informações. O acesso das empresas foi vetado pela Embratel com a justificativa de que informações estratégicas não poderiam ser disponibilizadas aos concorrentes diretos da operadora no Brasil.

"Esse veto já era esperado. A Anatel já tinha deixado claro que pretendia cumprir a lei e fazer de tudo para preservar a concorrência no mercado nacional", disse Roche.

A Lei Geral de Telecomunicações, criada durante a privatização do sistema Telebras, em 1998, proíbe que uma mesma empresa seja dona de mais de uma operadora de telefonia fixa ou móvel. No caso, as teles seriam impossibilitadas de controlar também a Embratel.

Na última quarta-feira, dia 10, a Embratel apresentou ao Cade e à Anatel uma denúncia de que as empresas praticam condutas anti-competitivas, ou seja, formação de cartel.

A MCI, antiga WorldCom, anunciou a intenção de vender sua participação de quase 52% no capital votante da Embratel no dia 12 de novembro do ano passado. A empresa também é dona de 19,3% das ações preferenciais da operadora brasileira.

Na época, a companhia americana informou que pretendia se desfazer dos ativos considerados "não-estratégicos" para reduzir custos e fortalecer suas operações no mercado dos EUA.

De acordo com analistas, o valor de mercado da Embratel oscila entre US$ 1 bilhão e US$ 1,5 bilhão. A expectativa de alguns é de que a MCI poderia lucrar entre US$ 400 milhões e US$ 600 milhões com a operação. Outros, estimam o valor da venda em US$ 1 bilhão.


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