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13/06/2004
-
07h51
CÍNTIA CARDOSO
ANDRÉ SOLIANI
da Folha de S.Paulo
A despeito da lentidão das grandes negociações comerciais --Alca, OMC, União Européia-Mercosul--, o volume de comércio mundial deve crescer 8,6% neste ano --uma taxa bem superior à média dos últimos 12 anos.
Estatísticas da OMC (Organização Mundial do Comércio) mostram um crescimento de 5,5% entre 1990 e 2002. Para 2005, a projeção da Unctad (Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento) é uma expansão global do comércio de 10,2%, acima do pico histórico de 9% entre 1963 e 1973.
A pujança desses números, porém, está longe de contentar a massa dos países emergentes, que pleiteia maior acesso a mercados, especialmente para produtos agrícolas, nos países ricos.
A 11ª reunião da Unctad, que começa hoje em São Paulo, pretende ser um fórum para criar uma estratégia de inserção comercial dos países periféricos. A instituição argumenta que só o crescimento do comércio não ajuda no combate às desigualdades.
Liderado pelo Brasil e pela Índia, o G20 defende a ampliação do mercado agrícola dos países ricos para países pobres. O grupo surgiu no impasse nas negociações da OMC em Cancún, em 2003. Hoje, os principais negociadores de Estados Unidos, União Européia, Índia, Austrália e Brasil tentam destravar o impasse nas conversas sobre a Rodada Doha, que ocorre no âmbito da OMC.
A estratégia do G20 é firmar a posição dos participantes diante dos EUA e da União Européia, que ainda vacilam em oferecer propostas que contemplem redução de barreiras tarifárias e não-tarifárias, de subsídios domésticos e à exportação.
Já o G77, que nasceu com a Unctad em 1964, adota uma retórica de teor mais político. "Temos que empreender a determinação de manter a solidariedade entre nós", afirmou Mohamed Al-Thani, ministro do Qatar e representante do G77. O Mercosul também aproveita o ambiente da Unctad para fazer avançar o acordo com a União Européia, previsto para ser encerrado em outubro. Os dois blocos se reúnem hoje.
Para Adriano Campolina, da ONG Action Aid, os países em desenvolvimento têm agora uma chance para "virar o jogo".
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ANDRÉ SOLIANI
da Folha de S.Paulo
A despeito da lentidão das grandes negociações comerciais --Alca, OMC, União Européia-Mercosul--, o volume de comércio mundial deve crescer 8,6% neste ano --uma taxa bem superior à média dos últimos 12 anos.
Estatísticas da OMC (Organização Mundial do Comércio) mostram um crescimento de 5,5% entre 1990 e 2002. Para 2005, a projeção da Unctad (Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento) é uma expansão global do comércio de 10,2%, acima do pico histórico de 9% entre 1963 e 1973.
A pujança desses números, porém, está longe de contentar a massa dos países emergentes, que pleiteia maior acesso a mercados, especialmente para produtos agrícolas, nos países ricos.
A 11ª reunião da Unctad, que começa hoje em São Paulo, pretende ser um fórum para criar uma estratégia de inserção comercial dos países periféricos. A instituição argumenta que só o crescimento do comércio não ajuda no combate às desigualdades.
Liderado pelo Brasil e pela Índia, o G20 defende a ampliação do mercado agrícola dos países ricos para países pobres. O grupo surgiu no impasse nas negociações da OMC em Cancún, em 2003. Hoje, os principais negociadores de Estados Unidos, União Européia, Índia, Austrália e Brasil tentam destravar o impasse nas conversas sobre a Rodada Doha, que ocorre no âmbito da OMC.
A estratégia do G20 é firmar a posição dos participantes diante dos EUA e da União Européia, que ainda vacilam em oferecer propostas que contemplem redução de barreiras tarifárias e não-tarifárias, de subsídios domésticos e à exportação.
Já o G77, que nasceu com a Unctad em 1964, adota uma retórica de teor mais político. "Temos que empreender a determinação de manter a solidariedade entre nós", afirmou Mohamed Al-Thani, ministro do Qatar e representante do G77. O Mercosul também aproveita o ambiente da Unctad para fazer avançar o acordo com a União Européia, previsto para ser encerrado em outubro. Os dois blocos se reúnem hoje.
Para Adriano Campolina, da ONG Action Aid, os países em desenvolvimento têm agora uma chance para "virar o jogo".
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